Disputa e sobreposição para controle do narcotráfico aumentam a violência na região de Altamira, agravada desde o início das obras de Belo Monte
Por: Redação - SIFUSPESP
Reportagem publicada no Uol nesta quarta-feira (31) trata do “nó de facções locais e nacionais” no Centro de Recuperação Regional de Altamira, onde um massacre causado pela disputa das organizações criminosas resultou no assassinato de 58 detentos no dia 29 de julho, dos quais 16 decapitados.
Além destes, como divulga outra matéria, da Folha de S.Paulo, mais quatro presos foram mortos entre a noite de ontem (30) e a madrugada desta quarta, assassinados enquanto eram transferidos para Marabá, a 600 km de Altamira.
Eles faziam parte de um grupo de 30 de detentos em transferência, e até o momento as circunstâncias dos assassinatos não foram esclarecidas pelo governo do Pará. Os presos estavam algemados e viajavam em quatro celas separadas.
Segundo autoridades e especialistas que estudam a criminalidade no Estado, o massacre da última segunda-feira ocorreu devido à tentativa do Comando Classe A (CCA) de frear o avanço do Comando Vermelho (CV) sobre o narcotráfico da região. As duas organizações ainda disputam o controle do tráfico e se sobrepõem em outras atividades criminosas com o Primeiro Comando da Capital (PCC) de São Paulo e a Família do Norte (FDN).
De um lado, existe uma preocupação do CCA com a influência do CV no Pará, enquanto a FDN controla o narcotráfico na Amazônia e o PCC tenta transportar pela região as drogas que vêm do Centro-Oeste.
O crescimento desordenado de Altamira e o impacto da construção da usina de Belo Monte também compõem o cenário de atuação das facções criminosas e colocou o município no ranking dos mais perigosos do país: e a taxa de homicídios chega a 91,9 a cada 100 mil habitantes segundo o Mapa da Violência 2018, e numa cidade onde a população é de 109.938 pessoas.
"A FDN nem é aliada, nem é inimiga do CCA. E para o CCA também não é interessante estabelecer uma aliança com PCC, porque ele está muito distante", explica o professor e pesquisador da Universidade do Pará, Aiala Colares. Ele afirma que, antes de Belo Monte, havia gangues atuando de modo dividido em Altamira, mas agora há um comando que articula as ações.
O fato da cidade estar na rota do tráfico, com a utilização de rios e da Transamazônica, permitiram que o CCA organizasse tanto o mercado quando o transporte das drogas para além do município, completa Colares.
De acordo com Assis Oliveira, professor de Direitos Humanos do campus Altamira da Universidade Federal do Pará, houve uma “desestabilização de territórios” a partir de 2013 e uma disputa pela nova configuração da atuação das facções. A mudança que ocorreu ao mesmo tempo que a chegada da FDN e levou a união de grupo locais e regionais, tornando o domínio mais forte e, consequentemente, aumentado a violência. A atuação de milícias, unidas ou não às facções, é outra questão que agrava o problema e tem provocado execuções sumárias de forma sistemática no município.
Em Altamira, até o ano 2000, a taxa era de 9,1 homicídios por 100 mil habitantes. Uma década depois saltou para 60,9 e em 2013, ano de início das obras de Belo Monte, chegou a 99,9 mortes.
Revista feita por agentes de segurança penitenciária(ASPs) impediu que duas mulheres entrassem com ácido lisérgico(LSD) e a droga sintética conhecida como K4 nas dependências da Penitenciária III de Lavínia, no último sábado(27).
Ao verificar os pertences do jumbo trazido pelas familiares dos presos, foram identificados com uma delas mais de 100 selos de LSD dentro de embalagens de cotonetes, e com a outra quatro partes do K4 disfarçadas dentro de absorventes femininos. Ambos os entorpecentes foram apreendidos.
As duas mulheres foram suspensas do rol de visitas e a direção da unidade adotou os demais procedimentos administrativos de praxe.
Inscrições vão até 7 de agosto e valem para ASPs e AEVPs, que devem comprovar, no mínimo, seis meses de efetivo exercício e 12 de residência no município do interior do Estado
por Giovanni Giocondo
Após ter sua criação oficializada por decreto na última segunda-feira (29), o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Paulo de Faria, no interior do Estado, finalmente terá reabertas as inscrições da Lista Prioritária de Transferência Especial (LPTE). A publicação foi feita no Diário Oficial pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) nesta quarta-feira (31). A SAP se comprometeu a inaugurar unidade no dia 3 de setembro.
Os agentes de segurança penitenciária (ASPs) e agentes de escolta e vigilância penitenciária (AEVPs) interessados em trabalhar no CDP precisam entregar até 7 de agosto o requerimento de inscrição e o documento para comprovação do efetivo exercício, ambos disponíveis no site da SAP: http://www.sap.sp.gov.br/
Para acessá-los, basta passar o mouse sobre a aba Recursos Humanos, e em seguida na opção LPT Especial - 3a fase. Uma janela se abrirá e vai solicitar a abertura de dois arquivos anexos.
O anexo II, em formato .DOC, é o requerimento a ser preenchido de próprio punho pelo trabalhador, onde deve constar nome, número de identidade e CPF, cargo e unidade onde está classificado, entre outras informações. O documento deve ainda conter a data, ser assinado e entregue ao Núcleo de Pessoal da unidade.
Já o anexo III é a planilha que atesta o tempo de efetivo exercício do agente, e deve ser elaborada pelo Diretor do Centro de Pessoal da unidade, que vai informar ocorrências como faltas e licenças.
É importante ressaltar que para ter direito à transferência para o CDP de Paulo de Faria, ASPs e AEVPs devem comprovar, no mínimo, seis meses de efetivo exercício na função e 12 meses de residência no município onde a unidade vai funcionar. Servidores classificados em caráter provisório e que aguardam pela escolha de vaga não podem participar.
A classificação na LPTE vai respeitar como prioridade o maior tempo de efetivo exercício na atual unidade de classificação de cada funcionário. Mas aqueles que foram classificados em definitivo e que exerceram serviço em caráter provisório em outra unidade vão ter esse tempo contado nessa lista.
As transferências vão respeitar o déficit de servidores na unidade de origem do servidor, de acordo com a conveniência administrativa. Caso o agente não consiga se transferir para Paulo de Faria, será inscrito na LPT quando esta estiver disponível.
Importante frisar, por fim, que servidores que respondem a Processos Administrativos Disciplinares(PADs) não terão suas transferências finalizadas. Já quem é alvo de sindicância precisará aguardar parecer da Chefia de Gabinete sobre a gravidade da infração cometida.
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