Unidade prisional de Altamira foi alvo de rebelião nesta segunda-feira e já havia registrado outro motim semelhante no ano passado, quando outros sete detentos morreram. Agentes penitenciários mantidos reféns foram liberados sem ferimentos.
por Giovanni Giocondo
Uma rebelião no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no sudoeste do Pará, deixou ao menos 57 detentos mortos nesta segunda-feira(29). Durante o motim, dois agentes penitenciários permaneceram como reféns, mas felizmente foram liberados sem ferimentos após o fim do massacre, controlado no início da tarde.
A carnificina aconteceu após presos invadirem um bloco anexo onde estavam detentos rivais e usarem fogo e armas de fabricação caseira para atacarem os demais sentenciados. Uma parte deles foi asfixiada pela fumaça e ao menos 16 foram decapitados. O incêndio provocado durante a rebelião atingiu grande parte da unidade
A Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará(Susipe) informou que os sentenciados conseguiram passar pela segurança durante a abertura dos portões para o café da manhã. De acordo com dados oficiais, a unidade tinha capacidade para 163 presos, mas a população era de 343.
O local palco da rebelião de hoje já havia registrado massacre semelhante em 19 de setembro do ano passado, quando outros sete presos foram mortos por detentos durante um motim seguido de tentativa de fuga, então frustrada pelos agentes penitenciários.
Trata-se de mais um caso de violência extrema em unidades prisionais da região Norte do país em 2019. Em maio, outros 55 presos foram mortos por outros detentos em quatro unidades prisionais do Amazonas. Manaus também foi palco de outra rebelião em janeiro de 2017, quando 59 detentos morreram sob o poder de rivais.
Em entrevista ao portal UOL, o secretário extraordinário para assuntos penitenciários do Pará, Jarbas Vasconcelos, afirmou que os agentes que trabalham na unidade ainda não assumiram os cargos de forma efetiva, e que trabalham desarmados. No total, 485 funcionários aprovados em concursos públicos realizados pela primeira vez no Estado tomarão posse daqui a duas semanas.
Vasconcelos também disse à reportagem que um complexo penitenciário com capacidade para 306 presos está sendo construído pela empresa Norte Energia no município de Vitória do Xingu. A companhia hidrelétrica está pagando pela obra como forma de compensação pelo impacto ambiental da Usina de Belo Monte. Outras informações podem ser obtidas neste link