Dia 16/05, terça-feira, serão realizadas pelo Sifuspesp, Sindespe e Sindicop, assim como demais sindicatos do sistema prisional de todo país, Assembleias Consultivas pra ratificar e informar a categoria da luta contra a reforma previdência. Esse é um dos atos deliberados em Brasília no último dia 09/05, em reunião com a Fenaspen e demais sindicatos. As ações serão realizadas contra a PEC 287/16, que rege a Reforma da Previdência.

 

A Assembleia será realizada para que todos os trabalhadores participem do processo e para e traçar caminhos de maneira conjunta. Além de informar a categoria das demais ações, como a Operação Padrão agendada para os dias 19 e 20 de maio.

 

O momento pede união e os sindicatos clamam pela participação de todos os trabalhadores para continuidade da luta por direitos na eminência de serem retirados da categoria.

 

Nota Conjunta das Federações Fenaspen e Febrasp

As assembleias ocorrerão as 19:00h em primeira chamada e segunda chamada às 19:30h

Onde participar:

 

Em São Paulo

Complexo Pinheiros

Av. Nações Unidas, 1525 - Vila Leopoldina

 

Em Campinas

Complexo Campinas Hortolândia

Rodovia Campinas/Monte Mor Km 5 Jardim Novo Ângulo

 

Em Presidente Prudente

Sub sede da CUT

Rua: Ulisses Ramos de Castro, 268 – Bosque

 

Em Bauru

Sede Sindicop

Rua Manoel Bento da Cruz, 13-45 - Centro

 

 

Em nome da sociedade que vê você, agente penitenciário, ou melhor, que apenas ouve sobre você no noticiário do horário nobre, quando a manchete do jornal é rebelião e quando você é refém dentro de um presídio sendo a minoria das minorias e tentando ter fé no momento do desespero por poder deixar o mundo sem dizer ao filho que o ama. Em nome dessa sociedade que apenas houve sobre você e ignora a sua dor porque seu nome mal é citado, quanto mais a sua função, aqui vai meu agradecimento pela sua coragem.

Não apenas pela sua coragem, porque nem apenas de coragem vive um homem que faz parte desse sistema penitenciário brasileiro débil e falho. Agradeço pelo serviço prestado, não importando se o Estado, ora o Estado, tem lhe dado estrutura para exercer sua função, e convenhamos nós sabemos que não. E você ainda assim cumpre seu turno de horas ininterruptas de alerta extremo, ao lado da cela, aberta ou fechada. Ao lado do preso, apenado, bandido, desviante.

Obrigado pelo trabalho prisional, a tal ressocialização idealizada pela Lei de Execução Penal. Fadiga fácil, fraqueza, mal-estar, esgotamento, físico, apatia, instabilidade, descontrole, agressividade, depressão, angústia, palpitações cardíacas, suores frios, tonturas, vertigens. Memórias indizíveis de momentos que se repetem dentro da mente. Momentos apenas seus. De terror. Obrigado por aguentar a tortura do cumprimento da função... pela nação? Pelo pão, pela família, perto Deus, por si mesmo.

E sem ironia, me desculpe, querido agente, por cegar os sentidos ao desespero seu de cada dia, enquanto cuido da minha vida e me espanto com o jornal que conta da apreensão do entorpecente, mas não revela os amigos ASPs assassinados. Que dirá os que se suicidam.

Um minuto de silêncio, uma hora de silêncio, uma vida de silêncio por todas essas vidas. Nada seria suficiente. Hoje, Agente de Segurança Penitenciário, eu, em nome da sociedade olho para você, diretamente nos seus olhos e grito. Um grito surdo que clama para que o Estado o veja, como eu vejo agora: um ser humano.

Saudemos os ASPs. Salvemos os ASPs.

 

Imprensa reconhece vitória da categoria

Sifuspesp anuncia próximo passo a ser tomado em prol da categoria contra a Reforma da Previdência

 

Convocados pela Fenaspen, o Sifuspesp, representado por seu presidente Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, participará de reunião na terça-feira dia 09/05, em Brasília, assim como demais sindicatos do país, representantes da categoria dos funcionários do sistema penitenciário. A reunião tem como objetivo deliberar as próximas ações a serem tomadas a respeito da Reforma da Previdência, traçada no Projeto de Emenda Constitucional 287/16.

“Queremos garantir que a emenda que seja levada a votação, nos coloque na categoria equivalente à de polícia, para isso é necessária a aprovação de um destaque que inclua esta alteração ao texto original do relator da emenda. Mais do que nunca, precisamos estar organizados e unidos para dar continuidade nessa luta. Agora é a hora da unidade da base. A força de cada um, seja com a presença nos locais públicos, seja enviando suas reclamações aos deputados de sua região ou espalhando nossa mensagem de resistência pelas redes sociais, sendo portadores da voz do trabalhador do sistema penitenciário”, diz o presidente do Sifuspesp.

Segundo ele, o PPS fez a promessa de levar à plenário novamente, como destaque, a questão dos agentes. “Queremos garantir que o destaque seja levado e aprovado. Novamente pedimos que a categoria se una, cobrando de seus deputados que votem a favor dos agentes”.

O presidente reforça o chamado de toda categoria à união nesse momento decisivo e avisa que o Sindicato está aberto à organização de caravanas para acompanharem de perto as negociações em Brasília.

“Nossa ida para Brasília é um recuo, que demonstra a boa vontade e cavalheirismo da categoria para negociação, temos palavra e honra, e todos sabem que ela vale, no nosso meio”, ainda afirma ele.

Entenda o que aconteceu

Os servidores do sistema penitenciário ocuparam a Câmara dos Deputados no dia 02 /05, em luta pela retirada dos agentes penitenciários da categoria geral da Reforma da Previdência, exigindo que os servidores do sistema prisional sejam inclusos na mesma categoria de outros seguimentos da segurança pública.

Na data, acontecia sessão com deputados federais e comissão especial da PEC 287/16. Após uma negociação cheia de acordos descumpridos, e recuo da base do governo que calhou na retirada dos agentes penitenciários do destaque que seria votado para igualar a categoria nas especificidades de polícia, os servidores presentes invadiram a sessão em protesto - fato maciçamente noticiado pela grande mídia e sobretudo pelas redes sociais.

“Pedimos que a categoria esteja atenta aos meios de comunicação que têm estimulado a ideia de que os funcionários do sistema prisional se comportaram como delinquentes, devido ao ocorrido em Brasília, também tentam desqualificar nossa luta afirmando que somos moeda de troca do governo”, alerta o presidente do Sifuspesp. Esta é uma estratégia que visa impedir a ampliação de nossa luta na base e de apoio popular.

Entretanto as manifestações nas redes sociais deram visibilidade à categoria tão pouco falada, ainda realizando um trabalho de grande periculosidade, envolvido por dificuldades diversas e essencial para a sobrevivência do país.

“Percebemos pelas redes que grande parte da população brasileira se manifestou em apoio à nossa causa, trabalhadores do sistema penitenciário. A pressão, agora é de toda sociedade. Estamos confiantes que daremos mais um passo em direção à vitória”, conclui.

O que colhemos até agora não foi devido a manifestação dos meios de comunicação e nem do governo que nos traiu.  Foi resultado de luta organizada de nossa categoria, através de seu sindicato e de sua Federação.  Até este momento nosso saldo é de ampliação da unidade na luta da categoria, apoio da sociedade brasileira a nossa reivindicação. Possibilidade de inclusão de nossa categoria em aposentadoria especial. Visibilidade de nossas causas. E respeito por nossa coragem e atitude. Unidos e organizados somos mais forte. Lutar para mudar, nós acreditamos nisso.

 

 

Olá, muito prazer! Sou Agente Penitenciário.

Sim! Sim! Sei! Sou este mesmo!

Sou o profissional que invadiu o ministério da justiça. O profissional que invadiu a Câmara e prejudicou a votação da dita Reforma da Previdência.

Agora você me conhece, né?

Não! Não! Eu não me orgulho do que eu fiz.

Sei que para você que sequer me conhece deve ser difícil acreditar no que estou dizendo. Mas, acredite, não me orgulho do que fiz.

Mas, infelizmente, tinha que ser feito.

Sei! Sei! Sei que você acha condenável o que eu fiz, mas acredite, não tínhamos outra saída.

Você não me conhece direito, é verdade. Por isso deve ser difícil acreditar no que estou dizendo.

Você não vê o meu trabalho. Você não presencia as minhas ações.

Mas vou falar uma coisa para você: - Sou um herói!

Eu não tenho um uniforme bonito, pomposo. Não salvo pessoas nas ruas como os policiais e bombeiros, tampouco prendo bandidos por aí. Mas, mesmo assim, sou um herói.

Meu local de trabalho quase sempre é fora das cidades, em locais ermos, distantes. Atrás de altas e fortes muralhas de concreto que você, talvez, já tenha visto.

Meu local de trabalho quase sempre é frio, escuro, triste. Um local à sombra da sociedade, que sequer sabe as agruras que passo. Que sequer me reconhece quando caminho na rua. Mas, eu estou ali.

Apesar de você sequer saber quem eu sou, eu tenho a segunda profissão mais perigosa do mundo. Minha expectativa de vida, segundo um estudo da Universidade de São Paulo, é de 45 anos. Hoje, tenho 40. Outro dia vi descer dos olhos do meu filho uma lágrima antes de me fazer a seguinte pergunta: Pai é verdade que o senhor só vai viver até os 45 anos? Você não tem ideia do que senti naquele momento. Afinal, posso nem chegar aos 45 anos.

Ah! Você nem imagina o que passo diariamente. Trabalho em condições totalmente insalubres. Sofro pressões psicológicas. Sofro ameaças de morte. Sou agredido. Sou assassinado. Você nem imagina quantos de nós já pereceram neste caminho vítimas de homicídios, pelo simples fato de ser Agente Penitenciário.

No local onde trabalho pessoas vivem amontoadas, revoltadas, estressadas, afinal, em um “quarto” onde deveriam viver 12 pessoas, sobrevivem 30, 40, delas doentes e aquelas que estão sãs a doença é questão de tempo. Em uma unidade prisional que deveria abrigar 710 pessoas, chega a abrigar 2.000 ou mais.

No local onde trabalho há um déficit funcional absurdo. Enquanto a ONU estima que o ideal no ambiente prisional é um agente penitenciário para cada 05 pessoas presas, no estado que trabalho a relação é de 01 agente para cada 10 presos. Agora se um agente penitenciário vive até os 45 anos trabalhando em um ambiente de 05 presos para 01 funcionário, hoje posso me considerar um sobrevivente?

Olá, muito prazer, sou agente penitenciário e um sobrevivente.

Sobrevivo diariamente ao crime organizado. Sobrevivo diariamente ao déficit funcional. Sobrevivo diariamente à superpopulação carcerária e as doenças advindas de todas estas situações desumanas a que sou obrigado a conviver. Sobrevivo diariamente com a leniência e a ignorância do Estado que insiste em ignorar estas situações. Sobrevivo diariamente aos péssimos salários que recebo, salário este que a mais de três anos, sequer, tenho a reposição da inflação.

Depois do que eu disse, você ainda não me conhece? Pois, vou me apresentar. Sou agente penitenciário.

Aquele profissional que enquanto você dorme no aconchego do seu lar, passa noites acordadas, no frio de uma penitenciária cuidando, velando para que criminosos mais perigosos do país não fujam e passem a tirar o seu sono.

Aquele profissional que, enquanto você esta na praia com seus amigos e família, está sendo ameaçado e agredido no interior dos presídios por que tenta, a todo custo, realizar o seu trabalho de forma eficaz, procurando dar a você a segurança que você merece. Mesmo nas condições precárias de trabalho que o estado lhe fornece.

Aquele profissional que por vezes passa horas e horas com uma faca no pescoço, tendo a vida nas mãos de pessoas cruéis, enquanto você tranquilamente assiste a um jogo de futebol e toma a sua cerveja gelada.

Por favor! Não pense que estou reclamando da minha profissão, ou te culpando por algo. Eu só estou me fazendo presente. Me apresentando a você, que talvez, ao me ver desesperado invadindo prédios públicos tenha uma má impressão sobre a minha pessoa.

Afinal, tenho orgulho da minha profissão.

Mas a minha profissão, apesar de ser uma das mais antigas que o mundo já viu, clama por reconhecimento.

Não podemos mais sermos abandonados como aqueles a quem cuidamos e que o governo e a sociedade insistem em ignorar.

Não podemos mais sermos abandonados à própria sorte.

Nosso trabalho é perigoso e insalubre. Nosso trabalho nos tira todas as forças tanto físicas como, e principalmente, psicológicas. Nosso trabalho tira as nossas vidas de forma, muitas vezes, vil e cruel.

Por isso, o que pedimos é pouco. O que pedimos não é nada.

Pois queremos reconhecimento como classe trabalhadora que somos. E a inclusão da nossa categoria na aposentadoria especial é uma das formas de nos reconhecer.

Para que aqueles que sobreviverem a esta profissão, possam viver seus últimos dias com a sua família em paz, como heróis que foram por uma vida toda.

Olá, você me conhece? Sou um agente penitenciário.

E não vivo para invadir prédios públicos, eu vivo, para fazer a sua vida melhor. E reconhecimento, é a única coisa que peço.

 

Marc Souza

Autor dos livros: Casos Acasos e Descasos; Fatos  Relatos e Boatos.

O Centro de Atendimento Médico-Ambulatorial(CEAMA) do Instituto de Assistência Médica do Servidor Público do Estado(IAMSPE) decidiu prorrogar, até 31/08, o convênio com a Santa Casa de Misericórdia de Presidente Prudente.

A decisão foi adotada após reunião realizada nesta quarta-feira, 10/05, entre representantes do IAMSPE e de sindicatos de servidores públicos estaduais, entre eles o SIFUSPESP, representado por Luiz da Silva Filho, diretor de saúde do trabalhador do SIFUSPESP, presidente da comissão Comissão Consultiva Mista(CCM) de Presidente Venceslau e região e coordenador da CCM IASMPE no interior do Estado.

De acordo com Luiz da Silva Filho, a medida garante aos servidores do sistema prisional e demais funcionários públicos estaduais o atendimento pleno na Santa Casa de Presidente Prudente, mas ainda será preciso negociar pelo prosseguimento do contrato.

“Apesar de pelos próximos três meses a saúde dos funcionários estar assegurada, devemos continuar dialogando e pressionando o IAMSPE para que esse convênio seja prorrogado em definitivo e, assim, não haja interrupção dos serviços, o que era o temor dos servidores”, explica Luiz da Silva Filho.

Com 88 anos de história, a Santa Casa de Prudente é uma referência no atendimento de pacientes de 45 municípios da região e atende a especialidades como oncologia, oftalmologia, dermatologia, cirurgia vascular, urologia, ortopedia e ginecologia.

 

O agente de segurança penitenciária(ASP) Paulo Sergio Tavares, de 33 anos, se tornou campeão brasileiro de jiu-jitsu no último fim de semana. Natural de Mirandópolis e funcionário da Penitenciária I de Lavínia, o atleta da categoria peso-pesado derrotou cinco adversários até a conquista do título, organizado pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu.

Foi o primeiro título nacional de Paulo Sergio, que tem quatro anos como profissional e já havia conquistado 6 campeonatos internacionais, entre eles 2 sul-americanos. Para o ASP, a vitória precisa ser muito comemorada, pois o brasileiro é considerado um dos campeonatos de jiu-jitsu mais difíceis do mundo.

“Com esse título, em todo e qualquer campeonato que eu disputar a partir de agora, em tese  eu passo a ser o atleta a ser batido. E para mantê-lo eu preciso me esforçar pra repetir os bons resultados até o fim do calendário de competições”, relata o atleta, que passou por momentos difíceis nos últimos anos, devido a contusões sérias que o haviam tirado o atleta dos tatames.

Integrante da equipe Nova União / Clube Feijão / Equipe Boi / Marcus Mendes Jiu Jitsu, de Mirandópolis, Paulo Sergio agradece à dedicação e ao incentivo de seus mestres Rodrigo Antonio Feijão, Valdo Narciso e Marcus Mendes para chegar a essa conquista histórica.

O atleta aproveita a oportunidade para falar sobre a importância do esporte para as crianças. Na opinião do ASP, os pequenos podem desenvolver autoconfiança, respeito ao próximo, melhorar a relação com os colegas e aprender que nem sempre se ganha, com a derrota se transformando em uma oportunidade única de crescimento pessoal.

A nova diretoria do SIFUSPESP pretende incentivar e promover práticas esportivas entre os servidores para melhorar a saúde e a qualidade de vida dos funcionários do sistema prisional.

 

Fábio Jabá fala sobre a reforma da previdência