Até dezembro do próximo ano, estão congeladas a contagem de tempo do quinquênio, sexta-parte, licença-prêmio, assim como o reajuste salarial no período. Após vitória dos servidores da segurança pública, saúde e professores no Senado, na Câmara Federal o veto presidencial que mantém o congelamento teve 316 votos a favor, 165 contrários e duas abstenções. Confira como votou cada deputado
Por Flaviana Serafim
Por 316 votos a favor, 165 contrários e duas abstenções em sessão nesta quinta-feira (20), os deputados federais mantiveram o veto do presidente Jair Bolsonaro a uma emenda da Lei Complementar (LC) 173/2020 que impedia o congelamento de direitos pecuniários e de reajuste aos servidores da segurança pública, da saúde e professores por estarem na linha de frente do combate à pandemia. Com a manutenção do veto, as categorias ficam, até dezembro de 2021, sem contagem de tempo para quinquênio, sexta-parte e licença-prêmio, e sem reajuste no período.
Com quórum de 483 deputados, na sessão que começou às 15h e terminou perto das 20h, faltaram 92 dos 257 votos necessários para a derrubada dos vetos na Câmara dos Deputados. No senado, a derrubada do veto presidencial havia sido aprovada na tarde desta quarta-feira (19), por 42 votos favoráveis e 30 contrários, e, com forte pressão dos servidores sobre os deputados federais, a expectativa era que a derrubada se efetivasse na Câmara Federal, o que acabou não ocorrendo (veja no final do texto como votou cada deputado).
“São mais de 300 traidores dos servidores públicos, inclusive muitos que tiveram o voto dos trabalhadores da segurança pública e que agora dão essa punhalada, ignorando que estamos na linha de frente em plena pandemia. O resultado é nefasto para as categorias, mas é importante ressaltar que essa luta não acabou, ao contrário. O SIFUSPESP entrou com ação judicial em São Paulo porque a LC é inconstitucional e fere o estatuto dos servidores paulistas”, afirma Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, presidente do sindicato.
A ação foi ajuizada pelo Departamento Jurídico do SIFUSPESP, com base na inconstitucionalidade, pois a lei complementar federal não pode desrespeitar nem alterar o regime jurídico do funcionalismo paulista.
Entenda do caso
O embate para derrubar o veto presidencial se arrasta desde o começo de junho, depois que Bolsonaro sancionou, em 27 de maio, a Lei Complementar (LC) 173/2020 de auxílio emergencial a estados e municípios para enfrentamento da pandemia de coronavírus.
O congelamento de direitos do funcionalismo é resultado da visão neoliberal do ministro da Economia Paulo Guedes, com aval de Bolsonaro, numa negociata em troca do repasse emergencial de R$ 60 bilhões aos Estados e municípios para que enfrentem a crise sanitária e seus efeitos socioeconômicos.
Para justificar a medida, Guedes propaga, com apoio da mídia comercial, que os servidores públicos são os vilões dos gastos públicos, deturpando a realidade com manipulação de dados (leia mais em Agenda liberal goela abaixo - Mídia estica a corda, omite dados e volta a usar servidor como vilão do excesso de gastos públicos).
Confira como votou cada deputado federal:
Por Flaviana Serafim
O Congresso Nacional pode votar nesta quinta-feira(16), os vetos do presidente Jair Bolsonaro relativos ao Projeto de Lei (PLP) 39/2020 que, junto com o pacote de ajuda a Estados e municípios por conta da pandemia, suspende, até o final de 2021, os reajustes de salário do funcionalismo e congela a contagem de tempo de serviço para o quinquênio, licença-prêmio e sexta-parte.
O dia é decisivo para que a categoria pressione maciçamente os parlamentares a votar pela derrubada dos vetos presidenciais aos artigos 7 e 8 da Lei Complementar 173/2020, proposta que criou o programa de enfrentamento ao coronavírus e proibiu o aumento de despesas com o congelamento salarial dos servidores públicos. Com a derrubada dos vetos, serão mantidas as emendas que deixam os profissionais da saúde e as categorias da segurança pública - policiais penais, civis, militares e federais - com o reajuste salarial mantido, assim como a contagem de tempo para os demais direitos.
Pressione os parlamentares pelas redes e mídias sociais, e mande também mensagem por e-mail pela ferramenta criada pelo sindicato clicando aqui.
Na linha de frente do combate à pandemia e convocados a trabalhar por prestarem serviço essencial, as categorias já vivem sob arrocho salarial, desvalorização profissional e não podem ser ainda mais prejudicadas no momento em que colocam as próprias vidas em risco no enfrentamento ao coronavírus, defende a direção do SIFUSPESP.
Saiba mais sobre o que está em jogo acessando também:
> Semana pode ser decisiva para derrubada de vetos presidenciais a direitos de servidores
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