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Por enquanto, hospitais conveniados têm assegurado atendimento a servidores públicos, porém aumento do número de infectados e afastamento de profissionais doentes pode comprometer todo o sistema

por Giovanni Giocondo

A rede conveniada do Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual (IAMSPE) está conseguindo, ao menos por enquanto, garantir o atendimento a servidores públicos infectados ou com suspeita de contaminação pelo coronavírus. Porém, o temor de um aumento exponencial no número de casos nos próximos dias pode comprometer a qualidade do serviço. 

É o que atesta o presidente da Comissão Consultiva Mista (CCM) do IAMSPE, Guilherme Nascimento. Na avaliação de Nascimento, o quadro, que por enquanto se mostra sustentável nos hospitais que atendem ao funcionalismo, pode piorar muito devido a dois fatores principais: a falta de equipamentos de proteção individual para os profissionais de saúde e o afastamento daqueles que estão nas faixas de risco ou que ficaram doentes.

“Existe um problema grave neste momento dentro da rede, tanto na capital quanto no interior e no litoral do Estado, que é a falta de máscaras, de álcool gel, de luvas e outros materiais básicos que visam a evitar o contato de médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem com pessoas infectadas”, informa Nascimento.

A falta de EPIs é tão significativa que o próprio IAMSPE já lançou uma campanha pedindo doações urgentes. A CCM apoia essa campanha, por entender que ela beneficia a todos os servidores e seus dependentes do sistema de saúde, mas não deixa de cobrar dos governos estadual e federal pelo fornecimento imediato de equipamentos que visem a garantir o bom atendimento da população.

Por outro lado, o representante do funcionalismo também se diz preocupado com o eventual afastamento de muitos profissionais de saúde que contraírem ou que estiverem com suspeita de infecção pelo coronavírus. 

“Essa falta de equipamentos de proteção individual pode levar essas pessoas a serem retiradas do atendimento para se isolarem e evitarem a proliferação do COVID-19. Certamente, se não houver uma ação rápida por parte do Estado no sentido de evitar que esses médicos e enfermeiros sejam contaminados, o sistema pode entrar em colapso e esse caos vai atingir não só os servidores, mas toda a população do Estado”, reitera Guilherme Nascimento.

Já o diretor de Saúde do SIFUSPESP e também integrante da CCM-IAMSPE, Luiz da Silva Filho, o Danone, diz que cirurgias e consultas eletivas estão sendo desmarcadas para reduzir a demanda e garantir mais leitos destinados aos pacientes vítimas do coronavírus.

 

Mesmo com determinação judicial para atender protocolo de manejo contra o Covid-19, muitas unidades seguem sem EPI, álcool gel e demais medidas de proteção

 

Por Flaviana Serafim

Está circulando pelas redes e mídias sociais um vídeo do governo estadual com um “guia” de cuidados preventivos contra o coronavírus no sistema prisional. Com imagens do Centro de Detenção Provisória (CDP) "Tácio Aparecido Santana", em Caiuá, no interior paulista, o vídeo mostra uma série de procedimentos, tais como o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI) pelo motorista e demais servidores, desinfecção de veículos, verificação de temperatura dos que adentram a unidade, além de cuidados em relação à assepsia dos detentos transferidos (confira o vídeo no final do texto)

O SIFUSPESP apurou que os procedimentos realmente estão sendo realizados desta forma em Caiuá. Porém, a realidade das demais unidades prisionais está bem distante do que mostra o vídeo, cujas imagens remetem à expressão “para inglês ver”, critica a direção do sindicato. 

Isso porque, neste 31 de março, terminou o prazo para que a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) cumpra a tutela de urgência do Tribunal de Justiça, concedida ao SIFUSPESP e que determina o cumprimento de diversas medidas para atender ao Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus, do Ministério da Saúde. Mas mesmo diante do grave quadro de pandemia, a SAP continua sem adotar as medidas de segurança e proteção contra o coronavírus. 

“Temos a ação judicial favorável à proteção de todos e todas no sistema prisional, e vamos requerer que todas as unidades tenham o mesmo padrão adotado no CDP de Caiuá. O próprio governo estadual produziu o vídeo como um ‘guia’ de cuidados, e tem mais que a obrigação de colocar isso prática em todo o sistema. Se não fizer isso, é só mesmo para ‘inglês ver’, é só mais uma propaganda usando a segurança pública como o governador João Doria tem costume de fazer”, afirma o presidente Fábio César Ferreira. 

> Confira a íntegra da tutela de urgência concedida pelo TJ-SP

Apesar da tutela de urgência impor multa de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento, as denúncias de falta de EPI e de álcool gel nos locais de trabalho não param de chegar ao sindicato. Nesta semana, o SIFUSPESP elaborou um formulário para recebimento das reclamações feitas pela categoria e, com base na denúncia formal, o Departamento Jurídico vai tomar as ações cabíveis legalmente. 

Denuncie ao SIFUSPESP

O preenchimento do formulário é simples. Basta assinalar uma das opções adequadas à denúncia anônima ou, se necessário, descrever a situação nos casos em que a denúncia precisar ser especificada. 

O arquivo pode ser preenchido na tela do computador ou também impresso (neste caso, digitalize o formulário preenchido impresso, fotografando com o celular). Depois de preencher, envie para um dos seguintes canais de contato do SIFUSPESP: pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.; pelo Whatsapp oficial (11) 99339-4320 ou por mensagem pela página do sindicato no Facebook

Faça o download do arquivo:
Formulário em PDFFormulário em Word

 

Elencados como “prioridade” pelo governo do Estado, servidores da segurança pública deveriam começar a ser imunizados na segunda-feira (30), mas não têm tido acesso mesmo durante pandemia de coronavírus

 

por Giovanni Giocondo

Considerados pelo governo de São Paulo como “prioridade” no momento em que o Estado atravessa uma crise por conta da pandemia de coronavírus, os servidores da segurança pública, notadamente policiais penais e demais profissionais da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), não têm conseguido receber a vacina que protege contra o vírus influenza, da gripe comum.

No último dia 25 de março, o governador João Doria (PSDB) decidiu mediante decreto antecipar a imunização para policiais militares, civis, policiais penais e outros integrantes da segurança pública. Inicialmente marcada para começar no  dia 16 de abril, a vacinação começaria nesta segunda-feira (30). No entanto, muitos servidores têm batido com a cara na porta dos postos de saúde, enquanto as vacinas não chegam às unidades prisionais.

Pelo menos dois casos foram notificados ao SIFUSPESP. O primeiro deles em Presidente Venceslau, na região Oeste do Estado, e o outro na zona leste da capital. Em São Paulo, servidores reclamam que os funcionários dos locais onde está aberta a vacinação para idosos, por exemplo, não teriam a informação a respeito da determinação do Estado. No interior, há temor de que a ida para os postos propague a contaminação pelo coronavírus.

O SIFUSPESP defende que a vacinação seja feita diretamente nas unidades prisionais de todo o Estado, tanto para servidores quanto para sentenciados, conforme sempre foi executado pela Coordenadoria de Saúde da SAP. Questionada sobre o porquê da demora no início da vacinação, a assessoria de imprensa da pasta ainda não respondeu ao sindicato sobre quando a situação será regularizada.

“Neste momento de pandemia, em que o funcionário está de plantão quase que permanente e precisa dessa imunização para seguir com boa saúde e manter o atendimento com qualidade, o Estado se omite e descumpre a própria determinação, colocando a todos sob risco devido à falta de proteção. É uma irresponsabilidade completa por parte do governo Doria, que precisa ser cobrado por essa falta de ação”, alerta o presidente do SIFUSPESP, Fábio Jabá.

Apesar de não imunizar as pessoas contra o COVID-19, para o qual ainda não existe medicamento, a vacina contra a gripe protege os funcionários da segurança pública de serem infectados pela influenza, quadro de deterioração da saúde e de comprometimento da capacidade respiratória que poderia reduzir a imunidade e causar impacto maior caso eles fossem contaminados pelo coronavírus.

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