Emissora enviou nota oficial ao sindicato esclarecendo posição do Sistema Brasileiro de Televisão sobre as declarações da jornalista que ofendeu os e as agentes de todo o país
O Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) divulgou nota oficial esclarecendo seu posicionamento quanto às declarações feitas pela apresentadora Rachel Sheherazade em seu canal do YouTube. Nos vídeos “Monstros contra monstros” e “Joio e trigo”, a jornalista ofende e generaliza a atuação dos e das agentes penitenciários de todo o Brasil, gerando revolta na categoria em todo o país.
No documento, encaminhado à direção do SIFUSPESP nesta terça-feira (6), o SBT afirma que a liberdade de imprensa e expressão estão garantidos na Constituição e que não se responsabiliza pelas opiniões de seus contratados em redes sociais, mas que não concorda com as opiniões de Sheherazade. Veja a íntegra da nota:
O posicionamento do SBT é resultado da pressão da categoria, que respeitosamente deu seu recado e expressou sua opinião nas redes sociais da jornalista, em conjunto com a ação do SIFUSPESP, que tomou medidas imediatas contra a ofensa de Rachel à honra e à imagem dos agentes.
Representantes do SIFUSPESP participaram de reunião com a direção da emissora nesta segunda (5), cobrando pessoalmente que o SBT emitisse uma nota. O sindicato também vai processar a profissional, em ação judicial conjunta com a Federação Nacional Sindical dos Servidores Penitenciários (Fenaspen) para retratação e indenização, assim como farão as demais entidades sindicais da categoria em todo o país.
Rachel Sheherazade volta a atacar agentes penitenciários
Como se “Monstros contra monstros” não fosse suficiente para atacar os agentes, a jornalista publicou novo vídeo nesta terça-feira (6) - “Joio e Trigo” repetindo os mesmo erros do anterior: usa como argumento “se a carapuça serviu...” para desqualificar o legítimo direito de reação da categoria nas redes sociais; continuar generalizando a atuação dos agentes, tratando exceção como regra; não checa informação e não esclarece que os casos de corrupção citados por Sheherazade são majoritariamente em unidades privatizadas ou onde sequer há servidores públicos concursados, como o SIFUSPESP divulgou em seu posicionamento neste 6 de agosto.
Além das medidas judiciais que já estão sendo tomadas para exigir retratação e indenização, o SIFUSPESP segue convidando a categoria a respeitosamente se manifestar no YouTube https://youtu.be/ozhsArmTOQo, negativando o vídeo com “Não gostei” e clicando em “Denunciar”, que aparece ao lado “Salvar” à direita da tela. Escolha a opção “Conteúdo de incitação ao ódio ou abusivo” e em seguida o item “Estimula ódio ou violência” e acrescente seu comentário.
Envie sua mensagem também pelo Twitter https://twitter.com/RachelSherazade citando @RachelSherazade e na página do Facebook https://www.facebook.com/rachelsheherazadejornalista/.
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Com notícias, vídeos e outras postagens, a página é um dos principais canais de comunicação do SIFUSPESP com os servidores e servidoras do sistema prisional paulista. Além das publicações, também é por meio da página que os trabalhadores enviam suas mensagens ao sindicato.
Apenas os últimos três meses, o envolvimento do público com a página curtindo, comentando e compartilhando os conteúdos resultou num engajamento de mais de 80 mil internautas, considerando os usuários únicos.
Nas redes e mídias sociais
Além do Facebook e ainda o site www.sifuspesp.org.br, o SIFUSPESP está presente no Twitter, no Instagram e na linha oficial para mensagens pelo Whatsapp (11) 99339-4320.
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No lugar de se retratar, jornalista fala em “se a carapuça serviu” para desqualificar o direito de reação da categoria, em outro vídeo onde novamente sobra polêmica e falta apuração
Depois do vídeo “monstros contra monstros” no dia 30 de julho, no qual Rachel Sheherazade ofende, generaliza e acusa sem provas os e as agentes penitenciários de todo o país, agora, na madrugada deste 6 de agosto, a jornalista deixou a emenda pior que o soneto.
Em outras palavras, no novo vídeo Sheherazade tenta remendar as declarações anteriores usando a parábola bíblica do joio e do trigo, porém, em nenhum momento a jornalista faz o que se esperava dela: uma retratação perante à categoria pela generalização que difama a todos e a todas nós agentes penitenciários de todo o Brasil.
Ao contrário, acreditem: neste segundo vídeo, Sheherazade repete os mesmos erros do primeiro: usa exceções como exemplo, como se fossem regra, e novamente generaliza a atuação dos agentes. De modo covarde, ela fala em “se a carapuça serviu...” para desqualificar o justíssimo direito da categoria de reagir ao sentir sua honra e imagem atacadas dessa forma leviana.
Novamente convidamos a categoria a respeitosamente se manifestar no YouTube https://youtu.be/ozhsArmTOQo, negativando o vídeo com “Não gostei” e clicando em “Denunciar”, que aparece ao lado “Salvar” à direita da tela. Escolha a opção “Conteúdo de incitação ao ódio ou abusivo” e em seguida o item “Estimula ódio ou violência” e acrescente seu comentário. Também pelo Twitter https://twitter.com/RachelSherazade citando @RachelSherazade e na página do Facebook https://www.facebook.com/rachelsheherazadejornalista/.
Infelizmente, como em todos os segmentos profissionais, os honestos, que são maioria, pagam injustamente pela desonestidade dos corruptos que são exceção e não a regra, mas isso não importa para Rachel.
Por isso, ressaltamos nosso repúdio à jornalista, que será processada pelo SIFUSPESP e pela Federação Nacional Sindical dos Servidores Penitenciários (Fenaspen), assim como farão os sindicatos da categoria em todo o país. Além das medidas legais cabíveis que estão sendo tomadas, estivemos em reunião com o SBT nesta segunda (5), onde fomos recebidos pela direção e exigimos que seja emitida uma nota esclarecendo que a posição da emissora não tem nada a ver com as declarações da jornalista.
Sheherazade é joio, não o “trigo dourado” do jornalismo
Neste segundo vídeo, Sheherazade ressalta que apura a notícia, mas não o fez novamente, talvez por interesse e não por incapacidade, já que a verdade dos fatos derrubaria os argumentos da jornalista. Outra vez, Rachel não esclarece nem explica que os “maus exemplos” que ela cita são majoritariamente, maciçamente, em presídios privatizados onde sequer há servidores concursados!
No caso de Altamira, o sistema prisional se manteve de forma totalmente precária até o último dia 3 de agosto, quando pela primeira vez na história do Pará tomaram posse mais de 400 agentes concursados. Antes, eles eram contratados via CLT, mas sem estabilidade e com salários baixíssimos - os menores do país.
Em unidades marcadas por massacres, como no Amazonas e Roraima citados por Sheherazade, o trabalho do agente público - por lei, de responsabilidade exclusiva do Estado - foi terceirizado e transferido a empresas que só visam ao lucro, o que resulta na contratação de profissionais que tanto não recebem preparo adequado para essa tarefa de natureza tão séria, como não têm salário minimamente compatível, nem uma perspectiva de carreira e estabilidade como no caso do agente público concursado - como também é lei.
A corrupção existe, sim, Rachel Sheherazade, mas nesse quadro de exceção completa que é o da terceirização da custódia dos presos, sempre combatida por todos e todas nós.
Por que a jornalista ignora tudo isso e não explica a realidade ao seu público? O que dizer da enorme arrogância de Sheherazade ao se considerar o trigo dourado do jornalismo brasileiro, quando ignora a checagem de dados e o próprio código de ética de sua profissão?
Visibilidade à custa da honra e da imagem dos agentes
Além da difamação dos agentes num canal do YouTube assistido por milhões de pessoas no país inteiro, como profissional Sheherazade ainda fere vários itens do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros.
No Art. 6º, sobre os deveres do jornalista:
“II - divulgar os fatos e as informações de interesse público” e “VIII - respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão”. No Art. 7º, o mesmo código afirma que o jornalista não pode: “II - submeter-se a diretrizes contrárias à precisa apuração dos acontecimentos e à correta divulgação da informação” e “V - usar o jornalismo para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime”.
Será mesmo que a Rachel é assim tão amadurecida quanto afirma? O que vemos é que, como jornalista, Sheherazade não tem capacidade de separar o joio do trigo e a história da profissional, acessível e conhecida por todos, é prova disso.
Como joio e trigo misturados, Rachel dança ao vento conforme a “música” que rende mais visibilidade, mais acessos e, consequentemente, mais monetizações, ora vacilando em “vamos lançar a ‘campanha adotem um bandido”, ora em “monstros contra monstros”.
Ao buscar visibilidade com muita polêmica e apuração rasa, o que Sheherazade faz é mostrar que é o joio do jornalismo brasileiro e não o “trigo dourado”. Que siga em sua estratégia baixa, mas não à custa da imagem e da honra dos agentes penitenciários. Isso nós não vamos permitir.
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