Suposta jornalista se apresenta como Raquel Oliveira, da “Folha da Manhã de Cotia Ibiúna”, veículo de comunicação que não existe, tem perfil fake como “especialista em alvará de soltura” e usa e-mail do advogado Sergio Luiz Pavan, da Pavan Advocacia. A tentativa foi de busca dados do sindicato sobre o COVID-19 no sistema prisional para conseguir alvarás de soltura de detentos. Sindicato pede à categoria que denuncie o perfil falso e vai tomar as medidas legais cabíveis
Por Redação SIFUSPESP
Uma pessoa que se identificou como Raquel Oliveira se passou por jornalista para tentar obter informações do SIFUSPESP a respeito do coronavírus no sistema prisional. Entre outras mentiras, afirmou trabalhar na “Folha da Manhã de Cotia, Ibiúna região oeste e jornal regional”, veículo de comunicação que sequer existe, e depois de se apresentar como Raquel, disse que era "Regina".
A falsa - ou falso - jornalista tem um perfil fake no Facebook como Regina Merquiades Oliveira https://www.facebook.com/ginagigi11 em que se identifica como “especialista em obter alvarás de soltura”, usando foto falsa que aparece em diversos perfis diferentes na internet, como mostra a busca pelo Google Imagens. No Whatsapp, o foto usada também é outra, diferente da utilizada no perfil do Facebook (veja nas imagens no final do texto).
Devido à recusa no atendimento e no fornecimento de dados a tal “jornalista”, a pessoa agora está assediando e promovendo ataques em rede social e por Whatsapp ao sindicato e à jornalista Flaviana Serafim, que presta serviços ao SIFUSPESP.
A comunicação do sindicato suspeitou do contato devido aos erros de português nos questionamentos enviados, ao veículo de comunicação inexistente (a "jornalista" não informou o endereço do site para acesso do jornal na web) e por conta do fornecimento de um e-mail que não era corporativo. Após apuração, descobriu-se que o e-mail informado pela “jornalista” - o Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. - é de um advogado chamado Sergio Luiz Pavan (https://www.facebook.com/slpsergio e https://www.facebook.com/sergiopavan2/), da Pavan Advocacia (https://www.facebook.com/ADVOGADO.COTIA.ADVOCACIA.COTIA/), com escritório localizada na Rua Silvio Pedroso nº 30, sala 11 A, no centro de Cotia.
Na página da Pavan Advocacia, o advogado Sergio Luiz Pavan se descreve como “especialista em direito digital e em mídias sociais”, além de "coach". Numa postagem de 7 de abril, divulga: “Alvará de soltura é comigo. Centenas de presos já foram liberados. Se não forem liberdos, quanto mais presos forem infectados nas aglomerações das cadeias, e quanto mais presos morrerem, haverá ainda mais transmissão da doença e morte entre todos nós”. Noutro post, deste 11 de abril, também está a notícia divulgada pelo sindicato "Em cinco dias, três confirmações e mais três suspeitas de coronavírus no sistema prisional de SP".
Presidente do SIFUSPESP, Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, pede que a categoria fique atenta a qualquer tentativa de contato para obtenção de informações juntos aos servidores e pede que denunciem tanto a postagem quanto o perfil falso ao Facebook. O sindicato também tomará as providências legais cabíveis.
“O SIFUSPESP sempre atendeu a todas as solicitações de veículos de comunicação e temos falado com dezenas de jornalistas por conta do coronavírus, mas é a primeira vez que surge um falso profissional querendo usar o SIFUSPESP para conseguir dados. Se for um advogado usando uma identidade fake, e ainda atacando o sindicato e nossos jornalistas, isso é grave, gravíssimo”, critica o sindicalista.
Vale destacar que usar perfil falso na internet para obter vantagem ilícita, induzindo alguém a erro ou para causar dano à honra e à imagem de outrem, caracteriza crime de falsidade ideológica e até estelionato, passível de processo judicial e prisão.
Confira os perfis encontrados no Facebook, o ataque ao SIFUSPESP e à assessora de imprensa da entidade (clique nas imagens para acessar diretamente), algumas das mensagens da falsa jornalista enviadas à comunicação do sindicato e outras informações apuradas que comprovam a identidade falsa:
Postagem com assédio à jornalista do SIFUSPESP e ao sindicato publicada no perfil falso
O perfil falso usado no Facebook
Perfil da "jornalista" no Whatsapp com uma foto diferente, que no Facebook aparece em outro perfil
Mensagens trocadas entre a "jornalista" e a comunicação do SIFUSPESP
E-mail informado pela "jornalista" é o mesmo usado pelo advogado Sergio Luiz Pavan, da Pavan Advocacia. O advogado também tem uma fan page no Facebook
Depois de identificar como Raquel Olivieira, "jornalista" também usou o nome de "Regina"
Postagens da Pavan Advocacia entre as publicações no perfil fake da "jornalista"
Pesquisa do Google Imagens mostra a foto do perfil fake em diversos lugares da internet
Por Redação SIFUSPESP
Um policial penal da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau foi agredido por um detento do raio 5 durante a contagem na noite desta sexta-feira (10).
O preso usou uma garrafa plástica cortada, que atingiu o nariz e o olho esquerdo do servidor, quebrando os óculos usados pelo policial penal. Apesar da agressão, o policial penal passa bem.
Antes da agressão, os detentos dos raios 1, 3 e 5 haviam se recusado a ir para as celas e não quiseram pegar a alimentação da unidade.
O Grupo de Intervenção Rápida (GIR) foi acionado e a unidade adotou todos os procedimentos referentes à agressão do servidor.
Por Flaviana Serafim
O SIFUSPESP iniciou nesta quinta-feira (9) o envio de ofícios aos diretores e às diretoras de unidades prisionais de todo o Estado de São Paulo, encaminhados por e-mail, buscando esclarecimentos sobre as medidas que estão ou não sendo tomadas para prevenção ao novo coronavírus (COVID-19) no sistema prisional paulista.
As questões direcionadas à diretoria das unidades pedem esclarecimentos quanto às ações preventivas ao vírus que contemplem tanto a proteção dos policiais penais e demais servidores penitenciários, quanto a da população carcerária.
Entre estes questionamentos, estão o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) dos servidores, assim como o álcool gel e hipoclorito de sódio para higienização, pois continuam as denúncias da categoria sobre a falta de insumos nas unidades, mesmo diante da gravidade da doença e dos inúmeros apelos feitos pelo sindicato para que a Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) tome providências neste sentido.
“A responsabilidade por essa proteção é de todos e todas, inclusive dos diretores das unidades porque, se estão faltando insumos, por exemplo, também cabe às direções cobrar a SAP, sob o risco de conivência com a irresponsabilidade da secretaria. É a vida de todos que está em jogo”, reforça Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, presidente do sindicato.
As servidoras e servidores penitenciários que quiserem protocolar ou encaminhar o ofício do SIFUSPESP diretamente em suas unidades, podem baixar o documento clicando aqui.
“Com essa ação, o SIFUSPESP se coloca no papel de representante da categoria e preocupado com a proteção dos trabalhadores penitenciários. Nada melhor que os diretores das unidades prisionais para poderem relatar o que está acontecendo, inclusive para que o sindicato possa ajudar. Por isso, se quiserem, as direções das unidades também podem contatar o SIFUSPESP”, explica Jabá.
Ainda segundo o sindicalista, a categoria não deve se expor a qualquer risco. “Vamos nos cuidar! Caso não tenha EPI para qualquer procedimento, não realize o trabalho, não faça, não se exponha e, se isso gerar qualquer tipo de represália por parte dos diretores, procure imediatamente o sindicato para tomarmos as providências cabíveis”, completa o dirigente.
No documento, o sindicato também questiona como está sendo realizada a assepsia dos locais de trabalho, das celas, o isolamento de detentos e sobre a triagem dos que adentram às unidades.
Além das denúncias anônimas junto ao sindicato, a orientação do SIFUSPESP também orienta a categoria a cobrar a direção das unidades prisionais para que tomem as medidas de proteção, imprescindíveis diante do quadro de crise da pandemia e dos riscos do vírus se espalhar pelo sistema prisional.
Confira a íntegra do modelo de ofício que está sendo encaminhado:
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