Policiais penais, militares, civis e técnico-científicos estarão unidos em ato que acontecerá ao lado da sede da ROTA, no centro da capital, a partir das 10h da manhã. Com vencimentos defasados em quase 50% em relação à inflação, servidores denunciam péssimas condições de trabalho e adoecimento causado pela sobrecarga de atividades
por Giovanni Giocondo
Com a proposta de cobrar do governo de São Paulo a necessidade de aumento real dos salários e também de exigir melhorias urgentes das condições de trabalho dos policiais, as forças de segurança pública farão nesta sexta-feira (15), um protesto ao lado da sede das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar(ROTA), da Polícia Militar(PM). O endereço é a esquina entre a avenida Tiradentes e a rua João Teodoro, no bairro da Luz, centro de São Paulo.
O “adesivaço” acontecerá a partir das 10h da manhã, e contará com apoio do SIFUSPESP, que será representado pelo diretor Alancarlo Fernet. Com o título “OS POLICIAIS ESTÃO MORRENDO”, o adesivo será oferecido aos motoristas que passam por essa movimentada região da cidade, destacando a sigla do partido que comanda o Estado há 26 anos com os dizeres “Pior Salário Do Brasil”.
A manifestação vai reunir policiais penais, civis, técnico-científicos e associações de policiais militares, que decidiram pela realização do ato durante reunião conjunta realizada na semana passada entre os representantes dessas categorias e o deputado estadual Major Mecca(PSL).
Na ocasião, os membros das forças de segurança pública foram unânimes em apontar a falta de reajuste de seus vencimentos e a sobrecarga de trabalho como as principais mazelas que os trabalhadores têm enfrentado ao longo dos últimos anos, o que invariavelmente acarreta na queda do poder de compra, na perda da qualidade de vida e no adoecimento físico e psíquico desses policiais.
Esse excesso de labuta ficou claro na fala do secretário-geral do SIFUSPESP durante a audiência do dia 7 de outubro. No encontro, Gilberto Antonio da Silva destacou o aprofundamento do déficit funcional no sistema penitenciário paulista, com consequências catastróficas para a saúde dos servidores, contribuindo não só para seu afastamento das atividades, como também para os infelizes e frequentes casos de suicídio.
Paralelamente, a categoria tem enfrentado uma sequência de sete anos ininterruptos sem aumento real dos salários. Desde o último reajuste acima da inflação, em julho de 2014, os policiais penais já perderam mais de 47% de seus vencimentos - de acordo com dados do Índice Geral de Preços do Mercado(IGP-M). Os aumentos recentes, de 3,5% em 2018 e 5% em 2020, pouco tiveram de impacto positivo para melhorar os ganhos da categoria.
Após o ato desta sexta, o SIFUSPESP ainda fará uma nova manifestação em defesa da Campanha Salarial 2021 dos servidores do sistema prisional paulista. O protesto acontecerá no dia 10 de novembro e será organizado em conjunto com o Sindcop e o Sindasp. Os três sindicatos, juntos, integram o Fórum Penitenciário Permanente.
Caso foi registrado na madrugada desta quarta-feira(13), quando homens estavam com carro estacionado nos arredores da unidade e confessaram que tentariam arremessar material para dentro do estabelecimento penal
por Giovanni Giocondo
Um trio de ninjas que faria o arremesso de drogas e celulares para dentro do Centro de Progressão Penitenciária(CPP) de Mongaguá, no litoral paulista, foi detido por policiais militares na madrugada desta quarta-feira(13).
Os três homens estavam dentro de um carro estacionado nas imediações da unidade prisional, quando foram abordados pelos PMs. Com eles, foram encontrados pouco mais de 4kg de maconha, 44 gramas de cocaína, além de 128 celulares, 30 carregadores, 43 fones de ouvido e dez chips de diferentes operadoras. Todos os materiais ilícitos estavam dentro de mochilas.
Além de confessar que iriam arremessar os entorpecentes e os equipamentos eletrônicos para dentro da unidade, eles também disseram que os celulares seriam utilizados para aplicar o golpe do “falso sequestro”. O trio também disse que pertenceria ao Primeiro Comando da Capital(PCC).
Mobilização de servidores e de deputados da oposição na Alesp permitiu que governo recuasse mais uma vez, e jogasse análise da reforma administrativa do serviço público para a próxima terça-feira(19)
Com uma mobilização fortíssima durante todo o feriado prolongado, os sindicatos que representam os servidores públicos e os deputados de oposição conseguiram fazer com que a base do governo Doria voltasse a pedir o adiamento da votação do Projeto de Lei Complementar(PLC) 26/2021. Como houve acordo entre as lideranças partidárias, o texto só volta a ser analisado pelo plenário da Casa na próxima terça-feira(19).
A informação foi confirmada pelo deputado estadual Caio França(PSB), que é contra a aprovação da matéria. De acordo com relato do parlamentar feito pessoalmente aos diretores do SIFUSPESP Alancarlo Fernet e Gilberto Antonio da Silva(vídeo), o governo promoveu o gesto porque não conseguiu reunir o quórum suficiente para aprovar o PLC 26. Para isso, a base de Doria na Assembleia depende de 48 votos favoráveis.
No último dia 5 de outubro, o líder do governo na Casa, deputado Vinicius Camarinha(PSB) havia conseguido apenas 44 apoios ao texto, e por esse motivo fechou um acordo com a oposição para adiar a votação para esta quarta-feira.
Com a nova derrota, a base de João Doria(PSDB) pediu que a análise fosse novamente protelada para a semana que vem, mas a matéria segue tramitando em regime de urgência pela Alesp. Apesar de a oposição e os servidores conseguirem novamente adiar a votação, Caio França alertou os sindicatos para que continuem mobilizados até que o projeto seja derrotado em definitivo.
O PLC 26 estabelece uma espécie de minirreforma administrativa do funcionalismo, com a retirada de direitos relacionados ao abono de permanência - que agora não será mais concedido automaticamente; ao adicional de insalubridade não usufruído durante a licença-prêmio; às faltas abonadas - que serão extintas, e à criação de um modelo de bonificação por resultados que não será incorporado aos salários.
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