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Manifestação faz parte da Campanha Salarial encampada pelo Fórum Penitenciário Permanente, que trará policiais penais de todo o Estado para ato na Alesp. Ideia é arregimentar representantes das polícias civil, técnico-científica e das associações de policiais militares para engrossar movimento

 

por Giovanni Giocondo

Os policiais penais, civis, técnico-científicos e as associações de policiais militares de São Paulo farão um ato público no dia 10 de novembro, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo(Alesp) para protestar a favor do reajuste salarial, por melhores condições de trabalho, contra os cortes de benefícios e outros ataques promovidos pelo governo do Estado, que tem tornado cada vez mais insustentável o trabalho das carreiras da segurança pública. A iniciativa de convocar o movimento partiu do SIFUSPESP, do Sindasp e do SINDCOP, que integram o Fórum Penitenciário Permanente.

A manifestação, cujo horário ainda será definido, integra a Campanha salarial 2021 organizada pelo Fórum, e foi definida durante reunião realizada nesta quinta-feira(07) na sede da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar(PM) do Estado de São Paulo. Previamente a esta discussão, algumas das principais reivindicações das forças policiais já haviam sido apresentadas durante uma audiência pública organizada pelo deputado estadual Major Mecca(PSL), na semana passada.

Participaram da reunião desta quinta os diretores do SIFUSPESP Apolinário Vieira, Alancarlo Fernet, Edmar Firmo Melo e Gilberto Antonio da Silva; a presidenta do Sindicato dos Delegados e Delegadas de Polícia do Estado de São Paulo(SINDPESP), Raquel Galinatti; o presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM de São Paulo, Cabo Wilson Morais, além do deputado Major Mecca(PSL).

O sindicato pretende utilizar o ato público para chamar a atenção dos parlamentares, do governo estadual, da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) e da população de São Paulo para a crescente crise estrutural das unidades prisionais, que constantemente são notícia a partir da superlotação do sistema e de seu resultado nefasto que se abate sobre os servidores, com aumento do número de agressões e tentativas de fugas.

Diretor do SIFUSPESP, Gilberto Antonio da Silva  ressaltou que o caos que vem sendo sentido nos quartéis e nas delegacias - relatado pelos policiais civis e militares - é semelhante àquele verificado nas penitenciárias do Estado, onde os servidores do sistema prisional estão adoecendo, sendo afastados e até cometendo suicídio em consequência da sobrecarga de trabalho, dos desvios de função e do aprofundamento do déficit funcional.

 

Melhor remuneração e saúde mental em dia

Por essa razão, a Campanha Salarial de 2021 do Fórum Penitenciário Permanente vai tratar, além da necessidade urgente de aumento expressivo dos salários dos servidores penitenciários - com perda inflacionária de mais de 47% no caso dos policiais penais desde o último reajuste real, em julho de 2014(dados do Índice Geral de Preços do Mercado(IGP-M) -  também da reivindicação de melhorias exponenciais na condição de saúde dos trabalhadores da segurança, tanto física quanto mental.

Nesse âmbito de qualidade de vida, Gilberto Antonio da Silva lembrou do importantíssimo projeto de lei elaborado por Mecca e aprovado pela Alesp em 11 de agosto deste ano, que autoriza a chamada“dispensa para recomposição orgânica” dos policiais do Estado, uma espécie de folga extra concedida às forças de segurança a fim de reduzir os danos à saúde física e mental diante de tantos plantões inesgotáveis.

“Infelizmente parte da nossa categoria ainda não percebeu ou não entendeu o quanto esta recomposição urge. Nós nos tornamos dependentes do recebimento da Diária Especial por Jornada Extraordinária Policial(DEJEP), porque precisamos sustentar financeiramente nossas famílias, mas esquecemos do lazer, do tempo que precisaríamos passar junto de nossos filhos e descansar, porque precisamos do dinheiro extra para pagar as contas. Mas ao mesmo tempo, estamos enlouquecendo de tanto trabalhar. Será que vale realmente a pena ou precisamos de um aumento que evite isso!?”, questionou o diretor do SIFUSPESP.

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