Em entrevista à Rádio Brasil Atual, sindicalistas ressaltaram que medida é ilegal e irresponsável por parte do governo estadual de João Doria, pois os casos de contágio vêm crescendo e a situação pode piorar. Até este 6 de outubro, são 1.708 servidores infectados, com 31 mortes. Entre os detentos, são 8.464 confirmados e 30 óbitos.
Por Fórum Penitenciário Permanente
Em entrevista nesta quarta-feira (7) à Rádio Brasil Atual (RBA), dirigentes do Fórum Penitenciário Permanente, formado pelo SIFUSPESP, SINDASP e SINDCOP reforçaram que o retorno das visitas ao sistema prisional, sinalizado pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), é ilegal e irresponsável por parte do governo estadual paulista. Decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), proferida em 28 de maio, proibiu as visitas devido à pandemia e a sentença continua válida.
Com mais de um milhão de pessoas infectadas e mais de 36 mil mortes, o Estado de São Paulo concentra o maior número de contágios de todo o país, mas a flexibilização avança apesar dos riscos, e agora tem o sistema prisional como alvo sem que exista qualquer segurança para o retorno das visitas, denuncia o Fórum.
Até este 6 de outubro, entre os servidores já são 1.708 infectados, com 31 mortes, segundo boletim da própria SAP. Entre os detentos, são 8.464 confirmados, com 30 óbitos, de acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Presidente do SIFUSPESP, Fábio César Ferreira, o Jabá, disse à RBA que “desde o início da pandemia, o Estado não cumpriu sua parte nem com a categoria nem com a população carcerária. Como apontam todas as regras, o isolamento é o melhor para combater a COVID-19”, alertou, completando que os casos têm crescido no sistema.
Policial penal do Centro de Detenção Provisória de Guarulhos e representante do SINDASP, Luiz Piva destacou na entrevista que “houve todo um trabalho para que os presos fossem isolados, ficassem em quarentena. O CDP do Belém era o local onde ficavam de quarentena para depois serem distribuídos para as unidades. Todo esse trabalho vai ser desfeito agora se as visitas retornarem porque o risco está na rua. Quando se tem novamente as visitas liberadas, se coloca toda a população carcerária num risco maior”.
Presidente do SINDCOP, Gilson Pimentel chamou atenção para outra irresponsabilidade da SAP, que é a continuidade da realização de transferência de detentos entre as unidades prisionais, inclusive de presos contaminados com a COVID-19.
“Além da ilegalidade, irresponsabilidade pois já existe contágio, e ainda os ‘bondes’, as transferências que, embora a SAP disse que só faria se fosse para garantir a segurança, isso se mostra uma mentira”, criticou.
Outro problema é que não há funcionários suficientes no sistema prisional, e os que estão trabalhando sofrem com a sobrecarga da jornada, ficando além do turno por conta do déficit no quadro, e ainda sob a o medo contágio entre os servidores e detentos, como relatou na entrevista um policial penal que não quis se identificar.
Confira a íntegra da reportagem da Rádio Brasil Atual:
João Severino Filho está sob tratamento que demanda várias transfusões em São Paulo
por Giovanni Giocondo
O policial penal João Severino Filho, aposentado após trabalhar na Penitenciária de Iperó, está sendo submetido a um tratamento de saúde que exige diversas transfusões de sangue.
Por esse motivo, a todos aqueles colegas de sistema que puderem colaborar, o SIFUSPESP pede que sejam feitas doações em nome do servidor, a fim de suprir a demanda do Banco de Sangue do Hospital do Servidor Público Estadual.
O endereço é Rua Pedro de Toledo, 1.800, bairro Ibirapuera, São Paulo. O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 8h às 16h. Qualquer sorotipo pode ser doado, sem restrições.
Para fazer a doação, a pessoa deve gozar de plena saúde, ter entre 16 e 69 anos e pesar mais de 50 kg.
Equipamento irregular foi enviado por correspondência a detento que cumpre pena no CDP da cidade
por Giovanni Giocondo
Policiais penais do Centro de Detenção Provisória(CDP) de Cerqueira César, no interior paulista, conseguiram apreender um chip de celular enviado por um familiar via correspondência para um preso que cumpre pena na unidade.
O equipamento estava escondido dentro de um pacote com fumo de corda, utilizado para a confecção de cigarros.
De acordo com as informações repassadas pelos servidores ao SIFUSPESP, a apreensão aconteceu durante uma fiscalização de rotina, feita na presença do sentenciado.
Foi aberto um procedimento de apuração disciplinar para identificar a responsabilidade do detento na irregularidade, enquanto a pessoa que fez o envio do chip foi suspensa do rol de visitas. Também foi registrado boletim de ocorrência na delegacia da cidade.
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