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Atual presidente, Fernando Anunciação foi reconduzido ao cargo por unanimidade durante evento em Brasília, enquanto categoria tenta avançar no Senado Federal com texto que organiza e estrutura o órgão, além de disciplinar formação, desenvolvimento e aperfeiçoamento de seus profissionais

 

por Giovanni Giocondo

Reunidos em Brasília entre os dias 3 e 4 de dezembro, representantes dos sindicatos de policiais penais e demais servidores penitenciários de 23 Estados brasileiros elegeram uma nova diretoria para a Federação Sindical Nacional da Polícia Penal(FENASPPEN), durante seu VIII Congresso Extraordinário(CONASPEN). O atual presidente, Fernando Anunciação,  foi reconduzido ao cargo ao lado de outros antigos e novos diretores.

Na ocasião, também foram definidos avanços da categoria na construção de uma projeto de lei que define princípios, diretrizes, competências, organização e funcionamento da polícia penal, como forma de disciplinar a Proposta de  Emenda Constitucional(PEC) 104/2019, aprovada pelo Congresso Nacional em novembro do ano passado. O senador Major Olímpio(PSL-SP) se comprometeu a apresentar o texto para discussão no Senado.

A matéria, disponível na íntegra neste link, versa também sobre como será organizada a Polícia Penal na União e nos Estados, de que maneira sua estrutura será construída e como se dará o trabalho policial dos servidores no que tange à segurança dos estabelecimentos penais, a execução das penas privativas de liberdade, a manutenção da ordem pública e o respeito aos direitos humanos, entre outras diretrizes.

Entre essas diretrizes está a delegação, ao Poder Executivo da União e dos Estados, de definir “regras  específicas aplicáveis aos seus respectivos policiais penais, tais como ingresso, formação, aperfeiçoamento e desenvolvimento funcional”, bem como de dispor “sobre a estrutura e o funcionamento da Polícia Penal do Estado”.

O presidente do SIFUSPESP e agora eleito secretário-geral da FENASPPEN, Fábio Jabá, ressalta que durante o evento também foram reforçadas importantes bandeiras históricas da FENASPPEN como forma de reivindicar melhores condições de trabalho nos Estados. Entre essas exigências estão o repúdio à privatização do sistema prisional e o combate ao déficit funcional que tanto tem comprometido a segurança e a eficiência do sistema.

 

Mais sobre as eleições e as deliberações do Congresso

Entre as novidades definidas pelos delegados durante o Congresso, foi aprovada a reformulação do Estatuto Social da Fenaspen, visando a adequar a nomenclatura e a representação da entidade à Emenda Constitucional 104/2019, que criou as Polícias Penais federal, estaduais e do Distrito Federal. 

O primeiro dia de Congresso foi marcado por homenagens a autoridades que contribuíram com a aprovação da POLÍCIA PENAL, entre eles os deputados federais Léo Moraes (PODE-RO), patrono da Polícia Penal, Lincoln Portela (PL-MG), Sanderson (PSL-RS), João Campos (REPUBLICANOS-GO) e Eduardo Bolsonaro (PSL-SP); o deputado estadual Anderson Pereira (Pros-RO); a diretora geral do Departamento Penitenciário Nacional(Depen), Tânia Maria Fogaça (representada pelo diretor do DEPEN Marcelo Stona); representado por sua vez pelo assessor parlamentar Léo.

Ainda no dia 4, aconteceu o II Congresso Ordinário da Fenasppen. Na ocasião, foram homenageados o senador da República Major Olímpio (PSL-SP); o deputado federal capitão Alberto Neto (REPUBLICANOS-AM), e o deputado estadual João Batista (PROS-MT). 

Após o cântico do Hino Nacional, foi lido um breve histórico sobre a criação da Polícia Penal, encerrado com o cântico do Hino da Polícia Penal em comemoração ao primeiro aniversário da promulgação da PEC 104/2019.  

No segundo momento do evento, aconteceu a eleição da Diretoria Executiva, do Conselho Fiscal, do Conselho Deliberativo e do Conselho de Ética da Fenasppen para o quinquênio 2020-2025.

Entre os eleitos estão os representantes de São Paulo. Além do secretário-geral Fábio Jabá, tiveram seus nomes referendados membros do SIFUSPESP como Alancarlo Fernet, novo diretor de convênios e parceria; Gilberto Antônio, que será vice-presidente da 2a região; Fernando Ferreira, 1o coordenador da 2a região; Marcia Aparecida de Oliveira, para o Conselho Deliberativo; Rogério Grossi, para o Conselho de Ética, e Ricardo Magnus Bordini, para o Conselho Fiscal.



Breve histórico da Polícia Penal

por Elisete Henriques

Hoje é um dia emblemático para todos nós POLICIAIS PENAIS do Brasil.  

Neste dia 4 de dezembro de 2020, comemoramos o primeiro aniversário da promulgação da Emenda Constitucional 104/2019 no Congresso Nacional. Uma luta de 31 anos, que teve início com a inclusão da Polícia Penitenciária na Constituição Estadual do Rio de Janeiro de 1989, no título 5 da Segurança Pública, artigo 183, inciso 2, declarada inconstitucional na ADIN 236 de 1990, tendo como relator o ministro Otávio Gallote.

Em 29/03/2000, o deputado federal coronel Garcia (PSDB-RJ) propôs a Emenda Constitucional 219 da criação da Polícia Penitenciária, arquivada em 31/01/2003. O coronel Garcia faleceu de infarto em 15/11/2000, menos de 8 (oito) meses após a proposição da EC 219/2000.

Em junho de 2004, os sindicalistas Fernando Anunciação (presidente do Sindicato de Mato Grosso do Sul); Gutembergue de Oliveira (vice-presidente do Sindicato do Rio de Janeiro) e Luiz Antônio (presidente do Sindicato da Bahia), colheram as assinaturas necessárias à apresentação da proposta de emenda constitucional que ensejou a PEC 308/2004, de autoria do deputado federal Newton Lima (PTB-SP), e relatoria do deputado Arnaldo Faria de Sá, em 11/08/2004.

Em 2016, foi proposta uma PEC iniciando pelo Senado, com o número de PEC 14/2016, de autoria do Senador da Paraíba Cássio Cunha Lima(PSDB), e relatoria do senador Helio José, que foi aprovada no Senado por unanimidade em dois turnos e ganhou o número 372/2017 na Câmara dos Deputados, sendo a PEC 308/2004 apensada a ela.

A PEC 372/2017 teve como relator o deputado federal Léo Moraes (PODEMOS –RO), foi aprovada em dois turnos e gerou a Emenda Constitucional 104/2019, promulgada no dia 04 de dezembro de 2019, hoje comemorada em todo o Brasil.

Este é um breve histórico sobre a criação da Polícia Penal do Brasil. Não poderíamos deixar de citar outros personagens que também deram fundamental contribuição nessa conquista.

Entre eles estão o deputado federal Lincoln Portela, o senador Major Olímpio, além de Arnaldo Faria de Sá, Luiz Fernando Correa da Rocha (RS), Paulo Ferreira e Francisco Rosa (RJ), Adeilton de Souza Rocha e Carlinhos (MG), Carlinhos (Amapá), Fábio Jabá (SP), Vilma Batista e André Juca (Rio Grande do Norte), Jacira e João Batista (Mato Grosso), Diana Gonçalves Moreira da Silva (Goias), Marcia e Manoel Joaquim (Pernambuco), Claudio Fernandes (Rio Grande do Sul), Wilker Kaiser e Sóstenes Araújo (ES), André Luiz Santiago e Afonso Correa Blan (Mato Grosso do Sul), Fabrício Bonfim de Souza (Goias), Vitor Leite da Silva e Zeca Medeiros (Alagoas), Alancarlo Fernet (São Paulo), Wesley Alves de Souza (Sergipe), Luciano Nere (in memoriam), Cesar Bombeiro (Maranhão), Reivon Pimentel e Ramon Belarmino Carvalhal (Bahia), Valdemiro Barbosa Lima Júnior, Barbosinha (Ceará), Alexandre Bobadra (Porto Alegre), Deputado Anderson Pereira (Rondônia), Anderson Ferreira de Albuquerque (Bahia), João Carvalho (Pernambuco), Vilobaldo Adelídio (Ceará) e tantos outros companheiros por esse Brasil afora. 

Essa conquista é de toda a nação e de todos os policiais penais do Brasil.

Parabéns a todos!

Polícia Penal!!!

Relatório elaborado pela FGV com base em pesquisa respondida por trabalhadores penitenciários também constata que maioria teve saúde mental afetada pela pandemia sem receber qualquer apoio para lidar com a crise, enquanto diz não haver estrutura para isolamento de detentos contaminados em meio a aumento da tensão entre os presos

 

por Giovanni Giocondo

Relatório divulgado nesta terça-feira(01) pela Fundação Getúlio Vargas(FGV) apontou que a maioria dos policiais penais brasileiros está com medo e diz não ter recebido treinamento adequado para enfrentar a pandemia do coronavírus dentro do sistema prisional. De acordo com a pesquisa intitulada “Impactos do COVID-19 no trabalho dos(as) policiais penais/agentes prisionais”, 79,1% dos entrevistados diz ter receio da doença, enquanto 20,9% não teme seus efeitos.

Em sua terceira fase - leia o resultado das segunda etapa aqui, o estudo feito com os trabalhadores penitenciários diz que 73,3% disseram que sua saúde mental foi afetada pela crise. Nesse sentido, somente 8,1% disseram ter recebido algum tipo de apoio para lidar com a crise enquanto que quanto a suas emoções pessoais, 61% relataram estar mais estressados, 52% mais ansiosos, 49% com mais medo, 40% mais cansados, 38% lidando com mais frieza em relação à vida e 31% mais tristes devido à pandemia.

Esses danos ao psicológico dos trabalhadores podem ser explicados por outro dado muito relevante coletado pela pesquisa. De todos os que responderam, 99% disseram conhecer um colega que teve diagnóstico confirmado para a COVID-19, e 82% sabe de algum preso de sua unidade que foi infectado.

Realizada entre 15 de setembro e 15 de outubro através de formulários online abertos aos profissionais de segurança pública de todo o país, o estudo também demonstrou que os policiais penais disseram estar preparados para lidar com a pandemia, apesar de não contar com a devida infraestrutura necessária ao enfrentamento do coronavírus dentro das unidades prisionais.

Para 69% dos trabalhadores, não há estrutura em sua unidade para isolar detentos doentes. Simultaneamente, 62,2% afirmaram não ter recebido orientações de seus superiores para lidar corretamente com a pandemia, apesar de quase 90% ter recebido treinamento com esse objetivo e  64,5% se sentir preparado para lidar com a crise. Somente 57,6% disse ter recebido equipamentos de proteção individual(EPIs) para se proteger.

Paralelamente, a testagem atingiu de forma contínua 61% dos policiais penais que responderam à pesquisa, 32% de maneira ocasional, enquanto 7% disse que nunca foi submetido a nenhum exame de detecção do vírus.

O relatório também destaca que entre os policiais penais, 77% relatou sensação de que os detentos estão mais tensos, sendo que 54,3% dos trabalhadores acredita que o principal motivo dessa tensão é o distanciamento social dos familiares. A outra razão que mais apareceu na pesquisa é o medo geral da doença tanto entre sentenciados quanto entre funcionários(27,1%).

A avaliação dos governos estaduais na gestão da pandemia também é considerada ruim por três em cada quatro policiais penais. No total, 78,5% consideram negativa a resposta da administração ao impacto que a pandemia teve sobre o sistema prisional, índice semelhante ao verificado no caso do suporte dos superiores, cuja percepção de baixa qualidade chega aos 72,2%.

Ainda de acordo com o relatório da FGV, 93% são contra a reabertura total das atividades econômicas no país sem a devida proteção. As respostas sugerem que 33% defendem a abertura com todos os protocolos de higiene, 30% apenas dos serviços considerados essenciais e outros 30% são contra a reabertura. 

 

Recomendações da FGV às administrações estaduais

Como forma de minar o avanço da pandemia e de seus efeitos sobre os trabalhadores e os detentos, os pesquisadores da FGV fizeram uma série de recomendações aos gestores das unidades prisionais brasileiras com base no estudo. Para o grupo, o agravamento da crise “exige que políticas, recursos e investimentos sejam  direcionados para manter a segurança e bem-estar dos(as) profissionais da ponta”.

Entre as propostas, está a manutenção da política da testagem em massa tanto dos trabalhadores quanto da população carcerária; a intensificação do fornecimento de equipamentos de proteção individual, e o avanço na sistematização de dados sobre infecções e óbitos causados pelo coronavírus, de forma regionalizada e por unidade prisional, como forma de facilitar o enfrentamento de uma segunda onda.

Os  pesquisadores também recomendaram à administração dos Estados no setor penitenciário um fortalecimento da relação com os sindicatos de maneira a melhorar as condições de trabalho dos servidores, com a criação de ouvidorias para que os trabalhadores possam fazer denúncias sobre problemas  em seu local de atividade laboral, entre outras orientações.

Confira a íntegra do documento neste link

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