Paulo Henrique Vieira Martins, agente de segurança penitenciária e triatleta, retomou as competições em 2019 no lugar mais alto do pódio. Cindo na primeira etapa do 29º Troféu Brasil Triathlon, na cidade de Santos, o agente levou o troféu de primeiro lugar na sua categoria e ainda conquistou a marca de décimo primeiro colocado na categoria geral, competindo com profissionais.
Paulo esteve na sede do SIFUSPESP no dia 09 de abril, última terça, falando desta vitória e dos próximos desafios que terá pelo ano. O atleta demonstrou-se surpreso com o resultado, já que vem enfrentando e vencendo também outros obstáculos na vida, relacionados a sua saúde.
O Triathlon Troféu Brasil trata-se de uma das principais competições desta modalidade do atletismo no Brasil. Ela é composta por três modalidades, uma combinação de natação, ciclismo e corrida, com marcas de distâncias e tempo a serem enfrentados, nos quais o agente obteve excelente êxito, cumprindo todas as exigências.
Em uma competição de nível altíssimo e com outros atletas experientes e gabaritados, Paulo Henrique galgou excelente resultado, alternando os dias entre o trabalho no Centro de Detenção Provisória de Capela do Alto e a preparação para competições, com pesados treinamentos, já que tratam-se de três esportes numa única modalidade.
O agente penitenciário sempre fez questão de mencionar sua profissão como parte de quem ele é, além de enaltecer a função de agente como essencial, parte da segurança pública do país.
O SIFUSPESP tem orgulho de Paulo Henrique que, por meio de sua disciplina e dos resultados obtidos em provas, da visibilidade a nossa categoria pelo mundo.
Representante do sindicato esteve hoje na unidade para colher informações sobre a ocorrência e prestar auxílio ao servidor, que se recupera bem dos ferimentos
O representante do SIFUSPESP, Gilberto Antonio da Silva, esteve na Penitenciária de Junqueirópolis nesta terça-feira, 09/04, para prestar auxílio ao agente de segurança penitenciária(ASP) agredido por um detento na noite de segunda-feira. O preso usou um objeto perfurante para atingir o funcionário durante o procedimento de contagem dos sentenciados, quando as celas são fechadas através de uma tranca mecanizada.
O ASP foi atendido na Santa Casa da cidade e teve os ferimentos tratados, sendo liberado em seguida. Ele se recupera bem do trauma físico, mas está psicologicamente abalado, e passaria ainda hoje pela perícia para identificação das lesões corporais.
O Grupo de Intervenção Rápida(GIR) foi acionado e entrou na unidade na manhã desta terça para fazer uma blitze com o objetivo de verificar a existência de objetos ilícitos em poder dos detentos, a exemplo do material usado no atentado contra o funcionário.
O preso responsável será denunciado por lesão corporal dolosa e tentativa de homicídio. Ele foi isolado e transferido para a Penitenciária I de Presidente Venceslau.
Leia também: https://www.sifuspesp.org.br/noticias/6546-agressoes-de-presos-contra-funcionarios-prisionais-continuam
Os diretores-geral e de disciplina da Penitenciária dialogaram com o representante do SIFUSPESP e relataram que todos os procedimentos-padrão para o registro do caso foram feitos, incluindo o boletim de ocorrência e a notificação de acidente de trabalho.
Gilberto Antonio da Silva afirma que Junqueirópolis possui ferramentas de fiscalização muito pesadas sobre o cotidiano dos presos - incluindo bloqueadores de celulares, scanners corporais, equipamento de raio-x e a própria tranca mecanizada - o que faz com que muitos criminosos considerados de alta periculosidade sejam transferidos para a unidade.
Conforme informações fornecidas por outros funcionários da unidade, esse fenômeno tem causado um aumento expressivo no número de ameaças dos presos contra os ASPs e consequentemente, na quantidade de agressões que se materializam. Somente no último mês, este foi o terceiro caso de agente ferido por detento nas dependências da Penitenciária.
De acordo com dados oficiais da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) a unidade está superlotada - com população de 2.172 presos ante uma capacidade de apenas 873 - e sofre ainda com o profundo déficit de funcionários, o que afeta diretamente a segurança de todos os servidores.
O número elevado de agressões contra servidores do Estado de São Paulo no ano de 2019 traz insegurança e levanta clamor por uma resposta mais firme em favor da vida do trabalhador penitenciário
Dois servidores do sistema prisional paulista foram agredidos por presos na última segunda-feira, 8/04 e o clamor do corpo funcional é para que providências sejam tomadas tendo em conta a pouca estrutura, superlotação e déficit funcional. Os trabalhadores penitenciários vivem expostos ao risco perder a vida e ameaças constantes. Ainda assistiremos ao próximo colega morto ou ferido? E a sociedade acostumando-se com a morte dos nossos? Isso é que deve ser visto. AGENTE MORRE!
Um dos casos ocorreu na Penitenciária Junqueirópolis, no momento da contagem dos presos, na chamada "hora da tranca", um agente de segurança penitenciária (ASP) foi surpreendido por um detento escondido debaixo da escada do pavilhão e o atacou com um objeto descrito como um "espeto". O ASP recebeu várias estocadas com o instrumento perfurante , sendo a mais grave no ombro, e outras nas costas braços e mão.
O ASP foi encaminhado para a Santa Casa de Junqueirópolis e recebeu os cuidados necessários. Não houve nenhuma perfuração que o comprometesse fisicamente. Entretanto, é importante lembrar que outro agente sofreu agressão na mesma penitenciária no mês de março, há menos de 30 dias. A coragem e ousadia da parte dos presos parece se fortalecer, ao mesmo tempo que o abalo emocional dos demais funcionários, assim como a sensação de insegurança só aumenta.
Penitenciária 1 de Mirandópolis, outra unidade que já foi palco de agressões a trabalhadores este ano foi local da ocorrência de outro caso. Dois detentos escondidos atrás da cozinha, no momento da ronda do raio 2 da P1 renderam dois ASPs e os agrediram. Vestiram suas roupas na tentativa de fuga. Entretanto, um AEVP percebeu a demora do retorno dos servidores, e quando viu duas pessoas retornando notou que não se tratavam dos funcionários. Os presos acabaram rendidos.
Procedimentos administrativos e disciplinares são instaurados em casos como estes, mas será o suficiente? Essas duas agressões contabilizam doze só neste ano. Se é que "estocadas de espeto”, como foi descrito por exemplo, pode ser considerada mera agressão - ou tratar o servidor como cidadão e então necessariamente falar em tentativa de homicídio. Não houve morte graças ao trabalho dos servidores prisionais, que mesmo perante a precariedade das unidades, reúnem forças para cuidar de si e dos companheiros.
Como um profissional que exerce a segunda profissão mais perigosa do mundo, segundo a Organização Internacional do Trabalho, a OIT, percorre os corredores com a responsabilidade de levar os presos do raio até as celas? Completamente desprotegido, vulnerável e em desvantagem absoluta perante o número de apenados. Segundo o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária(CNPCP) - resolução nº 9, a proporção de presos por agentes recomenda seria de 5 para 1. O Estado de São Paulo possui 9 presos por agente, número ainda questionável por quem enfrenta do dia a dia das prisões.
Outra importante questão resultante de todo este quadro é a saúde do trabalhador penitenciário. Sob pressão em uma unidade prisional precarizada, sofrendo ainda de invisibilidade social, muitas vezes acusado pela imprensa de ser um profissional corrompido e tão criminoso quanto os presos. Recebendo salário defasado e vítima do descaso permanente do governo do Estado, o funcionário adoece. E o Estado apresenta como solução fazer negócio com o sistema é investir o que poderia no sistema público em projetos que respondem ao interesse de empresas privadas.
Não são por acaso os altos índices de doenças relacionadas ao estado emocional do funcionário, com muitos casos de Transtorno de Humor (Depressão e Bipolaridade), Transtorno de Ansiedade Generalizada, Sìndrome de Burnout, entre tantas outras que os incapacitam de trabalhar. Contando as psicossomáticas como diabetes, pressão alta, obesidade. Doenças que matam e uma profissão de alto índice de suicídio. Um profissional desvalorizado e socorrido por ninguém!
É necessário um levante contra as agressões, pela vida dos funcionários do sistema prisional paulista, contra a precarização e contra o fantasma privatista que assombra e é real, assumido como planejamento do governo João Dória(PSDB). Aliás, o único plano de governo voltado para o Sistema Penitenciário, além das audiências virtuais para terminar com a escolta e “o discurso” de ampliar projetos educacionais para presos, claro, via iniciativa privada e ONGs.
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