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Por Flaviana Serafim e Giovanni Giocondo

O SIFUSPESP participou na tarde desta segunda-feira (11) de uma videoconferência realizada pela União dos Municípios do Pontal do Paranapanema (UNIPONTAL) que teve como tema central a "Covid-19 - Ausência de Plano de Contingência no Sistema Prisional". 

O sindicato foi representado pelo presidente Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, que debateu a disseminação do vírus, a partir dos sentenciados, pelo interior do estado de São Paulo. A discussão teve ainda a participação de representantes dos municípios da região onde há unidades prisionais, de demais sindicatos da categoria, além de parlamentares, entre os quais o deputado federal Coronel Tadeu (PSL) e o deputado estadual Ed Thomas (PSB). 

Jabá destacou a luta judicial pelos equipamentos de proteção individual e outras medidas de segurança, travada pelo SIFUSPESP em conjunto com o SINDASP-SP e o SINDCOP por meio do Fórum Penitenciário Permanente, criticando as manobras do governo estadual para não atender a categoria. Em meio à omissão do Estado, o sindicalista também criticou o preconceito que os servidores penitenciários vêm sofrendo por conta da doença. 

“Tivemos a infeliz colocação do prefeito de Adamantina de que a culpa é dos presídios.  O momento agora não é buscar culpados, é momento de união e de buscar soluções. Acho covarde falar que a culpa é dos servidores penitenciários, com muitos deles me relatando discriminação na cidade em que vive. O servidor mora e ajuda o município a se desenvolver, e várias cidades se utilizam da mão de obra dos presos por ser muito mais barata. O momento é de salvar vidas, seja dos servidores ou dos sentenciados’, destacou Jabá na videoconferência (confira o vídeo no final do texto).

Como resultado dos debates, o SIFUSPESP encaminhará com uma série de reivindicações, visando medidas de proteção e prevenção ao novo coronavírus (COVID-19) no sistema prisional, que vão integrar um documento construído coletivamente e assinado pelos sindicatos do sistema prisional, associações e entidades da área da saúde que participaram da videoconferência 

O documento será enviado aos prefeitos dos municípios da região, aos deputados estaduais Assembleia Legislativa, ao governador João Doria (PSDB) e à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), ao Ministério Público e demais órgãos do Judiciário, aos deputados federais e senadores do Congresso Nacional e também ao presidente da República, Jair Bolsonaro. 

Entre as ações reivindicadas pelo sindicato estão: 

1 - Testagem universal para a COVID-19 de todos os servidores penitenciários e detentos. A identificação dos casos assintomáticos e posterior afastamento ou isolamento desses indivíduos pode evitar que eles contaminem os que não estão doentes, bem como acelera o encaminhamento para tratamento médico e consequentemente para a preservação da saúde daquele que está infectado.

2 - Fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) de qualidade para todos os funcionários, além de material de limpeza e assepsia para as unidades. Essa medida visa a impedir que a COVID-19 se espalhe dentro do ambiente prisional, protegendo os que não estão doentes do contato com os doentes.

3 - Suspensão imediata das transferências de presos entre as unidades prisionais. No olhar do SIFUSPESP, esta medida visa a reduzir o fluxo de transporte das viaturas pelo interior do Estado. Com menor movimento, a possibilidade de contaminação também é reduzida. Uma alternativa apontada pelo sindicato para os casos de sentenciados com faltas é mantê-los isolados nos pavilhões disciplinares existentes em cada unidade.

4 - Estabelecimento de um protocolo-padrão da SAP para fazer a triagem de todos os detentos que adentram ao sistema com a participação de profissionais de saúde, de maneira a impedir que entrem nas unidades com sintomas da COVID-19 sem o devido isolamento ou encaminhamento para tratamento médico. Atualmente, existem muitas denúncias sobre a falta desse trabalho preventivo.

5 - Definição clara sobre os números de casos suspeitos entre servidores e presos por parte do Estado. A SAP têm utilizado uma forma de contagem que difere dos dados apresentados pela Secretaria Estadual de Saúde, o que em nosso olhar não colabora para que possam ser mapeadas as unidades prisionais ou regiões com maiores riscos ou potencial de risco para a contaminação e posterior adoção de medidas que mitiguem a proliferação do vírus.

6 - Nomeação urgente dos candidatos aprovados em concursos públicos das áreas de saúde, vigilância, segurança, administrativo, operacional, assistência social e demais setores para cobrir o déficit de mais de 5 mil vagas admitido pela SAP e crescente a partir da pandemia de coronavírus, já que centenas de servidores já foram afastados por fazerem parte dos grupos de risco, entre os quais gestantes, maiores de 60 anos e com doenças crônicas, entre outras comorbidades.

7 - Inauguração e operacionalização dos Centros de Detenção Provisória de Álvaro de Carvalho, Aguaí, Gália I e II, Registro e utilização das Penitenciárias de Lavínia, Caiuá e São Vicente para dar suporte ao sistema durante este momento de crise, com a possibilidade de utilização dessas unidades para recepção e isolamento de presos com suspeita de contaminação.

Em vez de “demonstrações cosméticas” por parte da Secretaria de Administração Penitenciária, SIFUSPESP, SINDASP e SINDCOP reivindicam atendimento correto do Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus, do Ministério da Saúde, com disponibilização de testes rápidos para servidores penitenciários e população carcerária

 

Por Fórum Penitenciário Permanente

O Fórum Penitenciário Permanente, formado pelo SIFUSPESP, SINDASP e SINDCOP, protocolou na sexta-feira (8) uma ação civil pública junto à 11ª Vara do Trabalho de Campinas, denunciando a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e o governo estadual pela omissão e inércia quanto às medidas de proteção necessárias aos servidores penitenciários diante da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). A ação também denuncia a SAP pelos casos de recusa de afastamento mesmo aos trabalhadores do grupo de risco, maiores de 60 anos e às grávidas. 

A ação civil pública é parte das medidas judiciais que têm sido tomadas pelos sindicatos desde o início de março para garantir a proteção da categoria, assim como prevenir e evitar a proliferação do coronavírus no sistema prisional paulista. 

Apesar da gravidade da doença, continuam faltando equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras cirúrgicas, luvas, óculos de proteção e álcool em gel, além de insumos e equipamentos mínimos de assepsia pessoal, do ambiente de trabalho e das superfícies, e onde há os itens a quantidade é insuficiente para garantia de proteção permanente da categoria.  

Também não há equipes com profissionais de saúde para a triagem diária de todos que adentram as unidades prisionais, nem realização massiva de testes rápidos da COVID-19 tanto para os servidores quanto para a população carcerária. Os testes  disponibilizados para toda a categoria e detentos são fundamentais para detecção rápida do vírus, garantindo afastamento e isolamento imediato e impedindo a proliferação da doença. 

Segundo as entidades, o conjunto de medidas divulgadas pela SAP “são apenas demonstrações cosméticas” do trato dispensado aos trabalhadores da SAP,  “que como se pode evidenciar, em contraste com os atos oficiais, sequer incluem medidas de segurança operacional ou a previsão de qualquer medida de prevenção, para, assim, fazer permanecer a letal exposição ao novo coronavírus, mesmo diante do Estado de Emergência em Saúde Pública atual”. 

Por isso, no documento, os sindicatos reivindicam o atendimento correto e completo do Protocolo de Manejo Clínico para o Novo Coronavírus (2019-nCiV), do Ministério da Saúde, com fornecimento de EPI’s e realização massiva de testes rápidos, em vez do “arremedo de plano de contingência editado pela SAP, bastante reticente e pouquíssimo divulgado dentre os servidores”. 

 

Esse é um Dia das Mães totalmente diferente de qualquer outro em nossa história de vida. Em vez do almoço de domingo, do churrasco em família com todos juntos, estamos distantes, no isolamento social por conta do coronavírus. 

Muitos de nós, filhos e filhas, temos que nos manter à distância porque nosso trabalho se tornou mais arriscado pelas chances de contágio nesses tempos de pandemia, ainda mais se temos mães do grupo de risco ou idosas. Isso sem contar que alguns de nós já perderam as próprias mães para a COVID-19, deixando esse dia triste. 

Temos nossas guerreiras do sistema prisional, muitas trabalhando longe dos filhos e filhas, que quando voltam do serviço têm hoje cuidados redobrados para não trazer o coronavírus para os que estão em casa. 

Mais do que nunca, o momento é exatamente de demonstrar amor mantendo distância, com cuidados redobrados consigo mesmo no dia a dia, num autocuidado que também é cuidar dos outros, de todos que amamos em nossas famílias. Se amo minha mãe, tenho que me cuidar para também protegê-la.  

Neste domingo, vamos demonstrar nosso amor nos cuidando, mantendo distância para cuidarmos de nossas mães, mandando mensagens de carinho, conversando por telefone. A saudade aperta, mas, como nossas próprias mães nos ensinaram e nos ensinam, cuidar é amar e tudo isso vai passar. 

Feliz Dia das Mães! 

Fábio Jabá
Presidente - SIFUSPESP

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