Servidores alertaram sindicalistas sobre falso procedimento na unidade, onde em dois meses, cinco policiais penais foram atacados por presos, o último deles com um espeto de ferro
por Giovanni Giocondo
A diretoria da Penitenciária I de Presidente Bernardes mentiu sobre a realização de uma blitze nas celas para evitar a entrada de diretores do Sifuspesp nesta segunda-feira(13). A visita tinha como objetivo dialogar com os servidores da unidade após o registro de cinco agressões contra policiais penais cometidas por detentos ao longo dos últimos dois meses. No caso mais recente, ocorrido no dia 7 de setembro, um detento atacou um funcionário com um espeto de ferro, causando-lhe ferimentos sem gravidade.
Após terem conversado com parte dos trabalhadores e a diretoria da penitenciária na última quarta-feira(08), os sindicalistas retornaram ao estabelecimento penal para ouvir as queixas de outros integrantes do quadro de funcionários. No entanto, a direção alegou que as celas estavam sendo revistadas, e por esse motivo não seria possível entrar.
O secretário-geral do SIFUSPESP, Gilberto Antonio da Silva, um dos responsáveis por conduzir o sindicato em Bernardes, disse que só ficou sabendo da falsa blitze após o alerta dos policiais penais que trabalham na unidade.
Presidente do Sifuspesp, Fábio Jabá considerou a atitude da direção da penitenciária um desrespeito ao trabalho dos sindicalistas, além de representar um bloqueio irregular de suas atividades, que estão asseguradas por lei. "Não podemos ser impedidos de atuar, principalmente quando o que se configura na unidade é um quadro frequente de agressões contra policiais penais", explicou.
Já o diretor de Saúde do Sifuspesp, Apolinário Vieira, que havia participado da visita anterior, voltou a ressaltar que a entidade não terá mais tolerância com ataques e tentativas de atentados contra a vida dos policiais penais.
Por esse motivo, a diretoria do SIFUSPESP já está fazendo contato direto com a assessoria de gabinete do secretário de Administração Penitenciária, Nivaldo Restivo, para que os ataques sejam interrompidos imediatamente.
“Precisamos sempre deixar claro que as agressões contra servidores são consideradas crimes, passíveis de punição pelo código penal. O que está acontecendo é uma sucessão desses crimes, que estão sendo ignorados pelo Estado e atingindo de maneira violenta a nossa categoria, que não vê respaldo da SAP para atuar com segurança”, informou.
Além de Apolinário e Gilberto, também estiveram presentes na segunda visita os diretores de base Edmar Firmo Melo e Agilson Cardoso da Silva.
A assessoria de imprensa do sindicato vai divulgar a data da nova visita assim que a entidade conseguir agendá-la com a diretoria da Penitenciária de Presidente Bernardes.
Presidente e tesoureiro do sindicato estiveram com Ednei Brito e sua esposa durante procedimento de exame de corpo de delito no IML e denúncia junto à ouvidoria da Polícia Militar. Ocorrência registrada neste domingo(12) em Santana, zona norte de São Paulo, foi enquadrada como “abuso de autoridade” pela delegada de plantão. Servidor ficou ferido após ser algemado, revistado e jogado no chão por três militares.
por Giovanni Giocondo
Agredido, detido e humilhado por três policiais militares no domingo(12), durante uma abordagem em Santana, na zona norte de São Paulo, o policial penal Ednei Brito e sua esposa foram acolhidos por uma equipe de diretores do SIFUSPESP nesta segunda-feira(13).
O presidente do sindicato, Fábio Jabá, conversou com o servidor e sua companheira na sede da entidade em São Paulo. Presente durante todo o desdobramento do caso in loco, o tesoureiro-geral do sindicato, Alancarlo Fernet, acompanhou Ednei no procedimento de exame de corpo de delito, realizado no Instituto Médico Legal(IML).
Fernet ainda esteve com o policial penal na ouvidoria da Polícia Militar, onde os três PMs envolvidos na abordagem foram denunciados. A expectativa é que o caso seja encaminhado à corregedoria da corporação e ao Ministério Público Estadual.
Entenda o caso
Na ocorrência, o trabalhador dirigia sua moto em companhia da esposa, quando foi parado pela viatura e, ao se identificar como policial penal, acabou algemado, revistado e atacado pelos militares por supostamente cometer uma infração de trânsito. Ele sofreu ferimentos nos braços e um constrangimento imensurável. Saiba mais detalhes do caso no link.
A delegada de polícia que estava de plantão no domingo no 20o distrito policial lavrou o boletim de ocorrência enquadrando a ação dos policiais militares como “abuso de autoridade”.
Já na denúncia feita à ouvidoria, ficou registrado que os PMs desrespeitaram a resolução interna da Secretaria de Segurança Pública, em vigor desde 31 de agosto de 2020, que impede que o policial penal seja revistado caso se identifique como profissional de segurança pública - o que Ednei havia feito tão logo parou sua motocicleta.
É preciso anotar que o policial penal possui destaque dentro das unidades prisionais onde atua, o Centro de Detenção Provisória(CDP) I de Pinheiros - onde está lotado - e no Centro Hospitalar de São Paulo - onde presta serviços, com inúmeros elogios por sua dedicação ao trabalho, tanto por parte dos colegas quanto pela direção dos estabelecimentos penais.
O presidente do SIFUSPESP, Fábio Jabá, abriu as portas do sindicato para atender a todos aqueles que se sentirem vilipendiados em seus direitos humanos mais básicos, como aconteceu com o guerreiro neste domingo. “A situação de constrangimento e humilhação contra o Ednei foi aterradora e jamais será esquecida. É nosso dever como entidade representativa dos servidores do sistema prisional defendê-lo e a qualquer um que passe por esse tipo de violência”, avisou o sindicalista.
Jabá ainda aproveitou para exaltar novamente a atuação dos agentes de escolta e vigilância penitenciária(AEVPs) da base de escolta de Santana, que abasteciam sua viatura no mesmo posto de combustíveis onde aconteceu a agressão. “Se não fosse pela presença firme dos companheiros AEVPs, a agressão poderia ter sido muito pior. Esses homens, além de apoiarem a esposa do Ednei, ainda impediram que a agressão prosseguisse, sempre agindo dentro da lei”, reiterou.
Sindicalista que auxiliou no treinamento de diretores do SIFUSPESP foi vítima de câncer
por Giovanni Giocondo
O SIFUSPESP presta sua homenagem à assessora de formação da Central Única dos Trabalhadores(CUT), Márcia Regina Pinatti Martim, de 56 anos. Ela morreu nesta segunda-feira(13) em razão de um tumor neuroendócrino, que levou a um câncer. Márcia enfrentava a doença desde 2019, mas infelizmente não resistiu.
Em 2011, ela organizou em Presidente Prudente um curso de formação para diretores de sindicatos de todo o Estado, que contou com a participação de vários diretores do SIFUSPESP, inclusive o atual presidente da entidade, Fábio Jabá.
Márcia Pinatti era formada em história e foi um pilar fundamental na construção das diretorias de base de inúmeras categorias. A sindicalista deixa cinco filhos e um neto, a quem o SIFUSPESP dedica seus sentimentos.
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