Por Flaviana Serafim
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186/2019, chamada de PEC Emergencial, foi aprovada em 2º turno na madrugada desta sexta-feira (12) pela Câmara dos Deputados, impondo uma série de medidas de contenção e ajuste fiscal para limitar, até 2036, as despesas da União, Estados e municípios nas situações de calamidade pública nacional.
No caso da União, o ajuste fiscal vai ocorrer sempre que as operações de crédito excederem as despesas, com contenção de despesas de pessoal e com isenções tributárias acionadas sempre que for atingido o gatilho ligado às despesas obrigatórias.
Contudo, no caso dos Estados e municípios, pelo texto aprovado, ficou facultativa, e não obrigatória mesmo durante calamidade pública, a adoção de mecanismos de contenção quando as despesas correntes forem maiores que 95% das receitas. Assim, é facultativo a aplicação de medidas que impactam diretamente as carreiras do funcionalismo, como congelamento de reajuste salarial, de majoração de benefícios, de realização de concursos públicos, de criação de cargos e alteração na estrutura de carreiras do serviço público.
Com a pressão dos servidores sobre o Congresso, o Plenário da Câmara aprovou dois destaques que retiraram da PEC 186 a proibição da promoção ou progressão de carreira no serviço público mesmo nos casos de calamidade.
Também não foi vedado que os estados e municípios façam reposição da inflação pelo índice oficial (IPCA), contratação de pessoal com vacâncias comprovadas, além de licenças diversas como licença-prêmio. A PEC 186 ainda prevê a publicação de uma lei complementar sobre sustentabilidade da dívida para autorizar a aplicação das restrições e medidas de contenção.
Presidente do SIFUSPESP, Fábio César Ferreira, o Jabá, afirma que a pandemia prejudicou a ampliação da luta dos sindicatos contra a PEC 186/2019, impedindo por exemplo a ida presencial da categoria à Brasília para dialogar com parlamentares e pressionar o Senado e a Câmara Federal diretamente.
“Aliado ao centrão, o governo federal está se aproveitando da pandemia para aprovar o que quer. Apesar da retirada de alguns pontos, como o que proibia as promoções e progressões, saímos derrotados porque a reforma administrativa vem aí”, avalia o dirigente.
Por isso, Jabá reforça que a luta não acabou com a votação da PEC 186 porque o embate tem que seguir contra a PEC 32 da reforma administrativa, outra proposta que, se aprovada, atinge em cheio o conjunto do funcionalismo.
Com o elevado número de mortes de servidores penitenciários e a insalubridade do trabalho no setor em meio à pandemia, Jabá pontua que o sindicato segue lutando pela prioridade da categoria na imunização contra o coronavírus.
“A vacinação é importante à vida e para fazer a luta. Conseguimos pressionar virtualmente pelas redes e mídias sociais, mas nada é melhor do que estar presencialmente no Congresso Nacional, na Assembleia Legislativa paulista”, conclui.
A previsão é de que a PEC 186 seja promulgada sem necessidade de retorno ao Senado, onde já foi aprovada.
O policial penal aposentado Norival Teixeira, de 66 anos, morreu na noite desta quinta-feira (11), vítima do coronavírus.
Em seus muitos anos de trabalho dedicados ao sistema prisional, atuou na Casa de Detenção do Carandiru, no Centro de Detenção Provisória (CDP) I de Osasco e no CDP de Itapecerica da Serra, onde se aposentou.
A direção do SIFUSPESP expressa profundo pesar e condolências aos familiares, parentes e amigos de Norival, e está à disposição da família para prestar o apoio que for necessário.
Detentos seguraram servidor próximo à grade de cela, mas ele conseguiu se desvencilhar e não sofreu ferimentos graves
por Giovanni Giocondo
Um policial penal sofreu agressões de presos durante o procedimento de contagem nesta quinta-feira(11), na Penitenciária I de Presidente Bernardes, no interior do Estado.
De acordo com os relatos do próprio servidor atacado, o caso aconteceu no raio 4, no momento da troca de turno. “Fui agarrado pelos detentos e fiquei por alguns momentos próximo à grade de uma cela, mas felizmente pude me desvencilhar deles”, contou em áudio que circula pelas redes sociais.
Apesar de não ter sofrido ferimentos com gravidade, o policial penal caiu no momento em que se livrou da agressão e precisou ir a um hospital para fazer exames, entre eles o de corpo de delito, bem como o boletim de ocorrência sobre o caso. O SIFUSPESP entrou em contato com o servidor para orientá-lo sobre a adoção de alguns procedimentos necessários em casos semelhantes ao registrado hoje.
Nesta sexta-feira(12), serão adotadas ações internas de praxe na unidade, conforme padrão para ocorrências de ataques a trabalhadores registrados no sistema prisional paulista.
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