Inúmeros ataques promovidos pela União, Estados e municípios tornam cada vez mais insustentável a vida dos funcionários que dedicam suas vidas ao atendimento da população. Resistir é preciso!
por Giovanni Giocondo
O Dia do Servidor Público, comemorado neste 28 de outubro, poucas vezes na história foi tão difícil de ser lembrado para quem faz parte do funcionalismo. Em meio a inúmeros ataques por parte dos governos federal, dos Estados e municípios, que avançam os tentáculos da austeridade sobre os direitos desses trabalhadores, mais do que nunca é hora de união de todas as categorias na luta pela preservação dos benefícios e do bem estar da população. É às pessoas que devemos servir, porque de nós elas precisam diuturnamente.
No noticiário dos grandes conglomerados de comunicação, é comum ouvir de supostos “especialistas” em finanças - na verdade testas de ferro de bancos e outras instituições financeiras - que cortes no orçamento da educação, da saúde, da segurança e da cultura são necessários para reativar a economia do país. Já são pelo menos sete anos de aperto nos cintos, e o que se vê é uma piora gradativa da conjuntura social brasileira, com número recorde de desempregados e pessoas em situação de miséria.
Enquanto brigam para manter seus direitos inalterados frente à sequência avassaladora da entrada em vigor das Reformas Trabalhista(2017), da Previdência(2019), e agora sob o iminente risco da aprovação, pelo Congresso Nacional, da Reforma Administrativa prevista na Proposta de Emenda Constitucional(PEC) 32/2020, os servidores públicos não estão longe dessa realidade terrível que já se abate sobre a população comum, que é a total falta de perspectivas de um futuro com o mínimo de dignidade.
Se desde 2014 a ordem do mundo da especulação financeira é estrangular o serviço público e seus trabalhadores e não à toa, desde essa época o arrocho salarial já ultrapassa os 50% para os servidores penitenciários e integrantes de outras categorias, o resultado direto é a queda na qualidade do atendimento feito às pessoas, em todas as esferas.
Isso acontece não apenas porque os vencimentos são achatados pela inflação galopante, mas porque em razão da perda de poder compra e da corrosão dos salários, a vida dos funcionários públicos se torna pior, sua saúde se deteriora, e a consequência direta é o sofrimento das pessoas que dependem de seus serviços.
Sem treinamento adequado, sem estrutura para fazer o atendimento e desvalorizados, os servidores passam a ser questionados por serem “gastos” e não investimentos. Quem ganha são os mais ricos, que podem ter planos de saúde de primeiro mundo, segurança particular, condomínios de alto padrão, e advogados de alto quilate.
E quem perde?
São os pobres, vítimas maiores da violência, das escolas caindo aos pedaços, do posto de saúde sem médico, que mora em condições precárias em uma favela sem asfaltamento ou acesso a transporte público, muitas vezes passando fome.
Os servidores públicos estão muito mais próximos desses seres humanos alvo de alta vulnerabilidade social e mesmo daqueles em situação “menos pior” por terem ao menos emprego e endereço, porque são eles que dependem da Justiça gratuita, da habitação popular, das delegacias de plantão e de muitos outros serviços públicos universais prestados por esses trabalhadores.
Trabalhadores e trabalhadoras, do setor público, privado ou autônomos, devem estar lado a lado nessa luta porque fazem parte do mesmo estrato social. Se os impostos são pagos pela maioria e resultam em recursos vultuosos administrados pelo Estado, parte do dinheiro deve alimentar os salários de quem fornece o atendimento, e também a realizar de obras e projetos voltados a garantir que todos os brasileiros possam usufruir de direitos básicos.
Os privilegiados do serviço público são muito poucos, e não é a eles que as reformas pretendem atingir. De acordo com estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada(IPEA) em 2017, a média salarial dos servidores municipais era de R$2,9 mil - com 61% do total recebendo até R$2,5 mil, a dos estaduais R$5 mil em média - em São Paulo, os policiais penais em início de carreira não recebem muito mais do que R$3 mil.
São esses salários que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o governador João Doria querem sufocar ainda mais? Não aceitaremos mais ataques, e batalharemos até as nossas últimas forças para defender nossos direitos à valorização e o direito da população em ser bem atendida.
Que o dia do Servidor Público seja marcado pela união e pela luta em prol de todos os brasileiros! Resistir é preciso!
Servidor tinha problemas no fígado, de circulação e diabetes. Ele contraiu COVID-19 durante uma internação em Marília e infelizmente não resistiu
por Giovanni Giocondo
Com imenso pesar, o SIFUSPESP comunica o falecimento do policial penal aposentado João Albuquerque, ocorrido nesta quarta-feira(27). O servidor tinha inúmeros problemas de saúde, e acabou falecendo durante uma internação no Hospital da UNIMAR, em Marília, onde contraiu coronavírus, o que lhe causou complicações e o levou a óbito.
O servidor dedicou 30 anos ao sistema prisional paulista, onde havia encerrado seu trabalho há apenas 4 meses, quando havia conseguido finalmente se aposentar.
Em janeiro deste ano, o SIFUSPESP havia promovido uma campanha de solidariedade em apoio a João Albuquerque. Com uma doença no fígado que levava à perda de massa muscular e redução da mobilidade, o policial penal também tinha diabetes e problemas de circulação, problemas que o impediam de trabalhar.
A esposa dele vinha enfrentando um câncer na mesma época, e também faleceu, pouco tempo antes da morte do guerreiro.
A todos os familiares de João Albuquerque e de sua companheira, o SIFUSPESP dedica seus sentimentos.
Gestão Doria usou tropa de choque da PM para barrar avanço dos sindicatos e outras entidades que representam profissionais das forças de segurança do Estado. Com defasagem de mais de 50% em seus vencimentos, policiais penais, civis, técnico-científicos e associações de policiais militares também reivindicam melhores condições de trabalho e saúde digna para trabalhadores do setor. Novo ato acontece em 10 de novembro, na Alesp
por Giovanni Giocondo
O governo de São Paulo impediu as forças de segurança pública do Estado de chegarem ao Palácio dos Bandeirantes durante um protesto realizado nesta quarta-feira (27) na zona sul da capital. A manifestação que pede reajuste salarial digno, melhores condições de trabalho, estrutura e saúde aos servidores do setor foi organizada por sindicatos e associações que representam policiais penais, civis, técnico-científicos e militares. Mais de mil trabalhadores foram às ruas no segundo protesto da campanha unificada em dez dias.
Formado por 22 entidades, entre elas o SIFUSPESP - representado pelos diretores Alancarlo Fernet, Apolinário Vieira e Jota Alves, o grupo organizou o movimento em razão do arrocho salarial que campeia no Estado, onde as polícias estão há sete anos sem aumento real de seus vencimentos. As perdas inflacionárias dos policiais penais, por exemplo, acumulam 50,17% desde que aconteceu o último reajuste dos salários, em julho de 2014. Os dados são do Índice de Preços do Consumidor Amplo(IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE).
Nessa campanha unificada, os servidores da segurança também clamam por melhores condições de trabalho e de estrutura de atendimento dos servidores à população, além da adoção de uma política pública efetiva do governo do Estado no cuidado com a saúde física e psíquica desses profissionais.
Também participaram do ato público os deputados estaduais Major Mecca(PSL) - grande entusiasta e responsável pela audiência pública que culminou na organização dos atos; Adriana Borgo(PROS), e o deputado federal Coronel Tadeu(PSL).
Caminhada impedida e falta de diálogo
O protesto teve concentração na praça Roberto Gomes Pedrosa, em frente ao estádio do Morumbi, de onde iniciou sua caminhada rumo ao palácio, onde as entidades pretendiam ser recebidas por um representante do governo.
Entoando palavras de ordem e empunhando cartazes contra o que consideram o “Pior Salário do Brasil”, em clara referência à sigla do partido que comanda o Estado há 26 anos(PSDB), as forças de segurança conseguiram andar poucos metros até que a Tropa de Choque da Polícia Militar, sob as ordens da gestão Doria, fechasse o acesso à avenida Padre Lebret, impedindo a subida até a sede do governo.
Como tanto o governador João Doria quanto o vice e pré-candidato tucano ao governo, Rodrigo Garcia, estão viajando, quem está no comando interino do Estado é o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo(Alesp), deputado Carlão Pignatari(PSDB). Sob suas ordens, não houve permissão para que os manifestantes prosseguissem.
Novo ato na Alesp e continuidade da luta
Apesar da falta de diálogo por parte do Palácio dos Bandeirantes, duramente criticada pelas entidades e pelos deputados, os servidores decidiram que vão continuar pressionando dentro da proposta de unificação da campanha salarial das categorias policiais. O encaminhamento feito após o ato de hoje foi de uma nova manifestação no dia 10 de novembro, desta vez nas dependências da Alesp.
Para o diretor de Saúde do SIFUSPESP, Apolinário Vieira, a covardia do governo em barrar a chegada dos policiais pode ser um estímulo para que os servidores da segurança continuem mobilizados e consigam sensibilizar a sociedade sobre a necessidade de serem valorizados, mais bem equipados, terem mais qualidade de vida e contarem com apoio do Estado para atuar de forma eficiente.
“Precisamos de salários melhores, planos de carreira, regulamentação das nossas atividades, que é o caso da Polícia Penal, porque essas medidas são sinônimo de investimento do governo para prestar um bom atendimento à população, que é quem mais sente quando as forças de segurança estão desvalorizadas e esquecidas no limbo devido a uma postura omissa do Estado. É por essas razões que continuaremos lutando, até a vitória em defesa dessas categorias e de toda a sociedade paulista”, declarou.
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