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Grupo denominado “Cientistas engajados” elaborou documento contra proposta do governador João Doria que põe fim a autonomia financeira das universidades públicas paulistas e da FAPESP, reduzindo investimentos e causando colapso no setor que está à frente do combate ao coronavírus e de outras milhares de pesquisas de interesse público

 

por Giovanni Giocondo

O futuro da ciência está em jogo. O bem estar, o conhecimento, a saúde, a educação e a tecnologia acessíveis à população, também. Os investimentos no setor, que se tornaram cada vez mais escassos nos últimos anos no Brasil, podem ser sepultados de vez em São Paulo. É o que prevê o Projeto de Lei 529/2020, enviado pelo governador João Doria(PSDB) à Assembleia Legislativa do Estado e que tramita em caráter de urgência na Casa.

Apesar da altíssima qualidade dos profissionais que atuam em diversas frentes de pesquisa consideradas essenciais para a sociedade paulista, o Palácio dos Bandeirantes quer retirar recursos das três universidades estaduais - USP, UNESP e Unicamp - e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo(Fapesp), além de privatizar o Instituto Florestal  e outras empresas públicas com vistas a reforçar o caixa do orçamento paulista.

Para os pesquisadores,  trata-se de uma justificativa rasa no que tange às medidas adotadas pela atual gestão quanto à crise econômica e a queda na arrecadação ampliadas a partir do início da pandemia do coronavírus.

Milhares de paulistas perderam seus empregos e empresas fecharam em virtude do estado de calamidade pública que impôs a quarentena. Mas São Paulo pode se recuperar e dar um novo futuro a seu povo porque possui o maior orçamento entre todos os Estados da Federação, além de total capacidade de se reinventar para contornar essa conjuntura sem causar danos irreversíveis à ciência, ao meio ambiente e à educação. Nesse sentido, os cientistas exercem função primordial.

É por isso que um grupo formado por centenas de pesquisadores dessas instituições, denominado “Cientistas Engajados” elaborou a carta disponível neste link, para tentar conscientizar o governador a respeito do papel insubstituível que ciência e cientistas exercem na vida da população.

‘A pesquisa desenvolvida nestas instituições no campo da BioEnergia, Medicina, Odontologia, Agricultura e outras áreas faz com que São Paulo seja referência na América Latina e seja mundialmente competitivo em termos de inovação e produção científica. Retirar delas a capacidade de financiamento é um erro estratégico”, alertam os pesquisadores.

Em meio à crise, que afetou diretamente a todos os brasileiros e notadamente os paulistas, onde mais de 30 mil pessoas já morreram vítimas da doença, a ciência tão fundamental no enfrentamento da COVID-19 não pode escolhida por Doria como o vilão e sofrer um corte que jamais será recuperado.

Sem a ciência pública no Brasil, não há pesquisas de vacinas, tampouco de medicamentos, desenvolvimento de diagnósticos e testes ou equipamentos de proteção para enfrentar o coronavírus. Não há novas máquinas ou tecnologias agrícolas que visem ampliar a produção, não há novos projetos construtivos para casas populares, não há novas modalidades de transporte menos poluentes e mais eficientes.

Assinar essa carta é uma maneira de ajudar na luta pela preservação da trajetória desses profissionais e das instituições onde trabalham, feita de muita dedicação ao avanço de São Paulo como a dita “locomotiva” do país e da qualidade de vida daqueles que aqui escolheram para ficar. Sem os trabalhos e sem a capacidade e a competência dessas pessoas para auxiliar o seu povo, o Estado começa a girar as rodas dessa locomotiva para trás. 



Sindicato defende que SAP não conte ausência como “falta injustificada”, e respeite segurança concedida em mandado impetrado pelo SIFUSPESP em favor de seus associados que tiveram pedidos de afastamento para tratamento da própria saúde negados, recorreram da denegação e ainda aguardam por decisão final no âmbito administrativo

por Giovanni Giocondo

O Departamento Jurídico do SIFUSPESP defende que a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) respeite segurança concedida em mandado impetrado pelo sindicato em favor de servidores penitenciários associados que aguardam decisão final no âmbito administrativo sobre a concessão de licença para tratamento de sua saúde.

Esses trabalhadores vêm sendo continuamente prejudicados por circular interna do Departamento de Recursos Humanos (DRHU) da pasta, que orienta a contagem de “faltas injustificadas” ainda que o funcionário tenha pedido reconsideração ou interposto recurso.

O mandado de segurança autorizado pelo juiz Fernão Borba Franco, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), determina que a falta não pode ser computada até que seja julgado o recurso final do trabalhador “porque pode impedir ou dificultar o gozo da licença saúde e podendo prejudicar outros direitos do servidor”. O magistrado prossegue.

“Nessas circunstâncias, a Administração pode reter pagamentos devidos e inclusive impossibilitar outros benefícios, como licenças prêmio e gratificações de serviço, por muito tempo, sem contar o fato de que a demora para o exame médico pode fazer com que o resultado seja negativo, prejudicando ainda mais o servidor”. 

 

O que diz a Justiça em prol dos servidores

No acórdão referente ao mandado de segurança, datado de 10 de abril de 2017, a juíza relatora do caso, Maria Olívia Alves, do TJ-SP, declara a circular do DRHU ilegal e recusa a apelação do Estado em tentar extinguir o processo. A magistrada informa que o direito do servidor estadual à licença para tratamento de sua saúde encontra-se “expressamente assegurado no Estatuto dos Servidores Públicos Estaduais”.

“O trabalhador pode ser licenciado, mediante inspeção em órgão médico oficial, por até quatro anos, e durante o período em que estiver impossibilitado de exercer suas funções por motivo de saúde, não poderá sofrer desconto em seus vencimentos”, reforça.

Como há demora na apuração administrativa, prossegue o acórdão, “não faz sentido anotar faltas injustificadas antes que a inspeção médica confirme, ou não, a justificativa da ausência”. “Evidentemente que a falta por motivo de saúde deve ser considerada falta. Não pode, entretanto e nisso consiste a ilegalidade do regulamento aqui combatido fazer com que as consequências dessa falta sejam produzidas antes de encerrado o processo para eventual deferimento da licença médica”, pondera a juíza.

O coordenador do Departamento Jurídico do sindicato, Sérgio Moura, explica que administrativamente o mandado tem o condão de buscar o direito líquido e certo do funcionário em poder exercer a sua defesa enquanto houver possibilidade de recurso e que, nesse ínterim, não pode haver desconto na sua folha de pagamento.

“Nessa situação, serão adotadas pelo SIFUSPESP todas as medidas judiciais e administrativas cabíveis para que a decisão proferida no acórdão que concedeu a segurança aos servidores associados ao sindicato não tenham contra si apontadas faltas injustificadas no momento que estão contestando a denegação de licença-saúde por meio de pedido de reconsideração ou através da interposição de recurso ao secretário”, esclarece Sérgio Moura.

“Assim, devem todos os associados se socorrer junto ao Departamento Jurídico do SIFUSPESP, para que se efetive notificação para abstenção de atos administrativos que culminem em desconto em folha, se pendente decisão em pedido de reconsideração - em casos de denegação de pedido de licença médicas, pelo Departamento de Perícias Médicas do Estado (DPME)”.

Quem não for associado, pode fazê-lo e ter acesso a todos os serviços do Jurídico., inclusive nesta ação. Basta se filiar seguindo todas as orientações disponíveis neste link

Além disso, a notificação conterá também “alerta de cometimento de prática delituosa (verdadeiro tipo penal), representada pela desobediência a determinação  judicial  transitada  em  julgado,  endereçado,  primeiramente, aos Diretores Técnicos responsáveis pelos Núcleos de Pessoal das unidades e, depois, a seus superiores hierárquicos, para que se enseje até direito à indenização moral, caso persista a sanha de se impor descontos em contraposição à determinação judicial”, finaliza o advogado.

Portanto, caso o trabalhador se sinta prejudicado pela decisão da SAP, deve procurar qualquer um dos advogados do SIFUSPESP nos contatos disponíveis abaixo.

São Paulo: (11) 94054-8179

Araraquara: (16) 97400-7882

Avaré: (14) 97400-6790/ (16) 99765-4345

Baixada Santista: (13) 98219-1139

Bauru: (14) 99777-7779

Campinas: (19) 99364-2105

Franco da Rocha: (11) 99869-4639

Itapetininga: (15) 3272 -331

Mirandópolis: (18) 99172-1592

Presidente Prudente: (18) 99794-0582

Presidente Venceslau: (18) 3272-3312

Ribeirão Preto: (16) 99393-9954

São José do Rio Preto: (17) 98172-0855

Sorocaba: (15) 3211-1838

Vale do Paraíba: (12) 99772-7036

 

Denúncia recebida pelo SIFUSPESP mostra que servidor que trabalha em São Paulo mas  já atua na Câmara Municipal de Caiuá, onde tenta se reeleger, foi transferido para o CDP da cidade do interior apesar de não ser o próximo a obter vaga na unidade via LPT

por Giovanni Giocondo

Denúncias encaminhadas ao SIFUSPESP apontam que um vereador do interior do Estado foi  transferido de unidade prisional de forma irregular pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). De acordo com as informações que chegaram até a diretoria do sindicato, essa transferência se deu por influência política de caciques do PSDB, que fez com que o vereador passasse à frente de outros servidores na Lista Prioritária de Transferência (LPT) sem previsão legal.

A apuração feita pelo SIFUSPESP mostra que o vereador eleito em 2016 pelo PROS para o legislativo de Caiuá, e agora candidato à reeleição pelo PSDB, foi transferido para o Centro de Detenção Provisória(CDP) de Caiuá apesar de estar na 39ª posição da LPT para esta unidade. Confira a lista neste link

De acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral(TSE), a mudança de partido aconteceu  em março deste ano, mas as informações sobre a eleição de 2020 ainda não estão disponíveis porque as candidaturas só serão fechadas oficialmente em 26 de setembro. As eleições municipais, normalmente realizadas em outubro, foram transferidas para novembro em razão da pandemia do coronavírus.

 

Ficha completa

O servidor atua como agente de escolta e vigilância penitenciária (AEVP) na Penitenciária Feminina da Capital, e também estava na 34ª  posição LPT para a Penitenciária de Marabá Paulista e na 24ª para a Penitenciária de Pacaembu.

A transferência foi publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo de quinta-feira(27), usando como base os termos da Lei Complementar 898, de 2001, que instituiu o cargo de AEVP nos quadros da SAP. Nesta lei, a mobilidade funcional dos servidores do setor é regida por três tipos distintos de transferências: A pedido, por interesse do serviço penitenciário e remoção por união de cônjuge.

 

Como funciona cada transferência?

Especificamente, a transferência “a pedido” pode ser feita tanto via listas prioritárias por ordem de inscrição, quanto em caráter humanitário, esta última mais rara e concedida geralmente quando envolve uma situação mais grave do servidor ou de seus familiares, podendo estar atrelada a decisão judicial , mas que não foi informada nesta publicação.

A remoção por união de cônjuge, por sua vez, também não está descrita na publicação. Mesmo prevista no Estatuto do Servidor Público, a remoção não pode atropelar a regulamentação, pela SAP, das transferências via LPT.

Já a transferência “a bem do serviço público”, também conhecida como bonde, geralmente é feita por ordem da SAP como forma de perseguir trabalhadores e enviá-los para longe de suas residências de maneira punitiva e arbitrária, como assédio moral disfarçado ou para beneficiar apadrinhados políticos.

O SIFUSPESP tem lutado bravamente contra os bondes, revertendo ao longo dos últimos anos diversos deles em benefício de associados perseguidos por sua combatividade dentro do ambiente de trabalho.

O sindicato vai oficiar a SAP para obter esclarecimentos sobre o caso e está aberto para acionar o Estado na Justiça em favor de qualquer um de seus associados que se considere prejudicado pela possível irregularidade.

De acordo com as normas internas da secretaria, e conforme tem sido feito em inúmeras publicações nas últimas semanas, candidatos a cargos do executivo ou do legislativo só tem direito a afastamento do trabalho sem prejuízo do seu cargo público para o período de campanha, e não a prioridade em transferências.

Sempre defensor de uma lista prioritária única, e da transparência na divulgação das LPTs públicas, que são algumas das bandeiras que elegeram a chapa Lutar para Mudar, em 2017, o SIFUSPESP repudia o privilégio concedido para o vereador e a qualquer outro, independentemente de qual seja sua filiação partidária, e que possa utilizar de poder político para obter vantagens indevidas diante dos demais.

Vale ressaltar que a LPT, apesar dos inúmeros defeitos que precisam ser corrigidos, é a forma mais justa de se respeitar o direito daqueles que desejam a transferência, até por respeitar o caráter de antiguidade no sistema. O vereador em questão entrou no sistema em 2018, e não terminou sequer o período de estágio probatório no trabalho.

 

Histórico polêmico e confuso da SAP tem LPTE repentina para Caiuá

Após intensa pressão da categoria e do SIFUSPESP, a SAP revogou, em novembro do ano passado, uma Lista Prioritária de Transferências Especial (LPTE) para o CDP de Caiuá que havia sido aberta em outubro e prejudicaria centenas de trabalhadores. Na ocasião, os servidores já denunciavam a existência de uma possível intervenção do mesmo grupo político que conseguiu esta transferência.

Dessa forma, foi mantida a programação anterior conforme determina a legislação em vigor, que estabelece o respeito à LPT como diretriz para as transferências dos servidores interessados em trabalhar na unidade. Mas o surgimento dessa denúncia reforça as suspeitas sobre qual o real intento em se buscar espaço em Caiuá para encaixar alguns servidores com preferência, em detrimento de outros.

“Historicamente, o sindicato exige mais agilidade no processo de transferências com o objetivo de tornar mais sustentável a permanência dos trabalhadores no ambiente prisional em qualquer parte do Estado. Por esse motivo, não pode admitir que milhares de servidores sigam distantes de seus lares, esperando por vezes mais de uma década pela tão sonhada transferência, e se vejam atingidos de forma tão dura por ter sido dada a preferência a um político com influência”, critica o presidente do SIFUSPESP, Fábio Jabá.

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