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O Agente de Segurança Penitenciária (ASP) Paulo Renato Domingues, há oito anos no Centro de Detenção Provisória(CDP) de Jundiaí passa por problemas graves de saúde devido a complicações decorrentes do diabetes. O ASP corre o risco de ter a perna direita amputada.

 

Tudo começou quando Domingues sofreu um acidente cortando três dedos e metade do pé direito. O ASP passou por uma cirurgia, entretanto durante o início de sua recuperação pegou uma bactéria que alastrou-se até o joelho. O tratamento agora também baseia-se em matar a bactéria que tem mostrado resistência aos antibióticos até então, além da cicatrização do procedimento inicial.

 

Domingues sofre com dores fortes e o medicamento analgésico para amenizar seu sofrimento tem um alto custo, 442 reais a caixa com 28 comprimidos, o que é consumido em 15 dias. Além disso, necessita de uma joelheira de travamento que tem que usar cujo custo é de 600 reais. O ASP depende da solidariedade dos companheiros do sistema prisional, (que costumam demonstrar boa vontade para com os colegas de trabalho), para livrar-se das dores, imobilizar o joelho e prosseguir na luta contra a bactéria, já que os médicos cogitam a possibilidade de amputação da perna.



Caso você sinta-se sensibilizado com a situação de saúde do ASP Domingues e queira ajudar com qualquer quantia, segue abaixo os dados de sua conta corrente.

 

Paulo Renato Domingues

Banco do Brasil

Conta Corrente: 14495-9

Agência: 6983-3



A vida do ASP Marcos Roberto Remedi na pista, na unidade prisional, em família e as vitórias obtidas em todos os ângulos retratados

Muito chão pela frente, é o que tem encarado Marcos Roberto Remedi, 46 anos, Agente de Segurança Penitenciária integrante do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) e do Centro de Detenção Provisória de Campinas, nas maratonas em que tem participado. Corridas que dependem mais da resistência e estratégia, do que da velocidade propriamente dita, Caveira, como o agente também conhecido tem obtido vitórias e boas marcas.

 

Seus três últimos desafios foram a Maratona de Curitiba 42km no último domingo (18/11), Meia Maratona do Açaí, em Rio Preto, onde levou o terceiro lugar. Prova de 4 km, numa estrada de areia, foi a grande dificuldade da prova que aconteceu no último sábado (09/09).

Outro desafio encarado foi subir a Serra do Rio do Rastro, na Ultramaratona Umpril, em Santa Catarina e terminar a prova como campeão, entre os chamados “top 100”, ou 100 primeiros. O tipo de maratona considerada para “atletas ninjas”, Remedi correu 42 km de um percurso de curvas sinuosas e estreitas, uma das serras consideradas por muitos, a mais “perigosa”.

 

A Ultramaratona do Rio do Rastro destaca-se pelo grau de dificuldade, sendo um percurso concluído apenas por grandes atletas. Com pouco tempo no esporte, Caveira tem obtido excelentes resultados, superando desafios cada vez maiores, entre os plantões e turnos de trabalho. Em 2019, Remedi repetirá a dura corrida, nutrindo grandes expectativas.

“Foi uma prova dificílima. Estava muito frio em um percurso longo de subida em pista estreita e sinuosa. Num determinado momento o corpo vai abatendo. Náuseas, cãibras, frio, chuva, rajadas fortíssimas de vento, um cansaço extremo. Mas, fui como um amigo me disse um dia antes de correr, como “o pássaro do condor, sem almejar o pico mais alto e sim batendo as suas asas de maneira lenta para chegar aonde deseja”, conta ele.

Comprometido com o próximo, o auge da prova de Remedi foi num determinado momento do percurso, encontrar o atleta Mateus do Rosário Cavalcante - uma pessoa que conheceu ali na pista - querendo desistir, parando por causa da exaustão. “Eu não permiti. Segurei a mão dele e falei ‘vamos chegar juntos, eu ajudo você’, e assim fizemos. Ver a pessoa tirando forças de onde não tem é incrível e é uma das coisas que me move a correr. Um dos poderes do esporte”, ele diz.

O relato da chegada com o “novo colega” emociona o atleta e mostra que parceria e compaixão são quesitos de grandes atletas. Gestos como este, de ajuda ao próximo são comuns para o agente atleta que além de correr, participa de grupos de trabalhos voluntários na cidade onde mora e costuma agir como encorajador entre os companheiros de trabalho.

Na agenda de Caveira encontra-se o desafio da maior dos 75 km a serem percorridos na Ultra Maratona de Bertioga, a Maresias. O agente está direcionando seu lado atleta para as grandes maratonas e com o tempo deixará de correr as de curta distância. Segundo ele, encarar desafios cada vez maiores e vencer os próprios limites é o que o move.

 

Agente também é gente

  

Pernas heroicas vindas da cidade de Adamantina, região Oeste do Estado. O ASP Caveira, como Marcos Remedi é conhecido, afirma que sua vida dentro e fora do trabalho é diferente, entretanto ele é o mesmo: Mesmos valores, mesma postura, mesma firmeza. A disciplina que dentro dos muros garante o respeito da parte dos colegas e dos apenados, qualidade necessária e dita pela maioria dos Agentes de Segurança Penitenciária como fundamental.

O trabalho entre as celas exige uma determinada postura para que se obtenha respeito, segundo ele um equilíbrio entre firmeza e rigidez, além de boa comunicação e habilidade de negociação. É o que diz o agente com suas palavras simples, com afirmações de uma honestidade que chega a surpreender.  

“Minha carreira é um aprendizado constante, que uno com o que aprendi com a minha família. Possuo um trabalho e por meio dele pretendo honrar o nome do meu pai. Não tenho o hábito de prejudicar as pessoas com quem convivo, pelo contrário, procuro ajudar sempre que posso e sei que não é uma característica de todos”, expressa.

Ao contrário do que comumente a população pensa a respeito do profissional que trabalha dentro dos muros de uma unidade prisional, o trabalhador penitenciário mantém-se no trabalho com determinada sanidade por meio de sacrifícios. Estar longe da família, necessitando deslocar-se à outras cidades é, por exemplo, algo comum entre eles. Muitos lutam por transferências, até um decorrência de um grande estresse que as idas e vindas trazem à vida do trabalhador:

Sentimentos antagônicos geradores de crises de ansiedade. Quando longe o pensamento é estar em casa e quando em casa, a aflição do breve retorno ao trabalho e afastamento do lar podem adoecer. É um acréscimo à carga comum já existente na natureza do trabalho do agente, aqui repetindo a informação, considerada a segunda profissão mais perigosa do mundo, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho(OIT).

Pessoas comuns lutando pela manutenção de suas famílias, que passam por dificuldades diversas e ainda correm risco de vida. Por trás da roupa de travado ou de uma fronte sisuda, convivendo com pessoas que praticaram os mais diversos tipos de crime, está um ser humano. De maneira geral, aparece no discurso ignorante, como o que faz justiça com as próprias mãos - uma categoria marcada pela visão de exercer abusos para com os presos, tratá-los mal ou agredi-los.

Entretanto, os funcionários do sistema prisional são passíveis de sofrer abusos e agressões, assim como sofrem. Ameaçados de morte, sendo que muitos morrem, apenas por cumprir o dever de assegurar que o preso cumpra a pena dentro de um sistema desestruturado, e considerando todos os problemas socioeconômicos que sofrem, que se divergem e encontram-se com os problemas sofridos pelos presos.

O discurso de Caveira, a priori, pode soar ingênuo, mas demonstra capacidade de sobrevivência e superação, num meio de baixa expectativa de vida e que perde profissionais à todo momento por problemas de saúde que têm o trabalho como gatilho, inclusive doenças mentais.

“Honro meu lado guerreiro. Tenho conquistado o que eu queria: entrar no sistema prisional, trabalhar com segurança pública, atuar no GIR. Tenho respeito dentro do G.I.R porque sempre atuei com respeito. Sempre cobrei dos presos utilizando a lei, nunca passei do limite e com certeza, por isso, eu tenho esse respeito”, afirma.

Ajudador dos recém ingressos no sistema na função de ASP, Remedi relata agir como ensinador e dizer aos “meninos novos”, como ele os chama, que não é com tamanho e nem força que se impõe respeito, mas o tratamento igualitário a fim de que se faça cumprir a lei de Execução Penal, a qual os presos ali estão submetidos. “Independente da cor da calça, sempre em cima da lei”, é a frase que usa.

“A população tem uma visão errada de quem é o agente penitenciário, talvez até por aquilo que mostra a mídia, apenas coisas ruins. Sou alguém que cumpre os deveres, entretanto gosto de fazer amigos, não me apego em inimizades. Sou extremamente companheiro das pessoas com que trabalho. O trabalho é difícil, tenso, sim lidamos com situações extremas, mas isso não me impede de “brincar”, o que significa sorrir e ser leve, quando em serviço”, explica.

Procuro fazer trabalhos voluntários, minha maneira de ajudar o próximo, por isso participo de um moto clube bem conceituado: ‘’Os Boinas Pretas’’. Já faz um tempo que o clube faz parte da minha vida. Realizamos trabalhos sociais ajudando pessoas e entidades. As pessoas da minha cidade que me conhecem, sabem quem eu sou. Quando sou cumprimentado, o fazem com respeito.

Se alguém necessitar de um abraço, eu darei. Considero que uma das coisas mais importantes na vida, a amizade, porque não levamos nada deste mundo quando a vida acaba. A nossa lembrança fica e meu esforço é para que lembrem de mim como uma pessoa boa.

Tenho 10 anos de trabalho no sistema prisional paulista no CDP de Campinas que dedico ao trabalho, aprendendo a cada dia. Tenho o hábito de ajudar os agentes novatos, explicando como agir da melhor forma, evitando que cometam erros.

Todos temos problemas pessoais. Eu não transpareço para ninguém. Guardo pra mim. A dureza do trabalho ensina isso. em qualquer lugar nunca cheguei com cara feia sou um cara que chego abraço, brinco com as pessoas porque se tiver alguém com problema familiar um abraço que você dá numa pessoa, pode de alguma forma passar coisa boa”

E para quem está longe de casa 10 anos é difícil pois tenho minha mãe sozinha numa casa, mas todo mês fico lá alguns dias com ela, sou sempre muito atencioso com ela, e sempre falo para os meus amigos a melhor coisa quando chego em qualquer estabelecimento ou em qualquer lugar nunca cheguei com cara feia sou um cara que chego abraço, brinco com as pessoas porque se tiver alguém com problema familiar um abraço que você dá numa pessoa pode de alguma forma passar alguma coisa boa”

Caveira transparece “leveza”, utilizando adjetivo num texto que não caberia. Injusto descrevê-lo sem determinadas palavras “proibidas” ao jornalismo comum, mas não na cobertura de nossa categoria . Descreve a vida com suas dificuldades, mas nunca deixa de apontar algo bom. Extrovertido, aos 46 anos sente-se um menino, tanto nas corridas, no trabalho ou em casa. Difícil de acreditar quando está uniformizado no batalhão do GIR.

“Creio que o esporte seja a maneira com que procuro ver as coisas melhor e acaba me ajudando no ambiente estressante que trabalho. Durante o turno, no dia a dia, o estresse não pode afetar você. É preciso manter o foco, sempre com muita atenção em tudo o que se faz. Sim, existem problemas, o perigo, a tensão, mas como sempre falo para os companheiros o amor ao próximo é melhor remédio, principalmente quando se trata de um colega de trabalho”, elucida suas convicções.

 

História comum de um brasileiro interiorano

É possível identificar na história de vida deste agente penitenciário e atleta, a história de muitos brasileiros, principalmente do interior paulista. “Sou filho de um lavrador, um senhor de roça”, diz com orgulho e continua: “Eu mesmo trabalhei na roça, e tive outros trabalhos, mas sempre desejei ser um funcionário na área de segurança, e obtive êxito no concurso de agente de segurança”, conta.

Diferente de alguns que contam terem “caído de paraquedas”, ou seja, prestado o concurso sem saber ao certo o que queriam, Caveira almejou a carreira. Ele relata sua efetivação no cargo como uma “benção”,diz ele: “Foi o dia que eu mais chorei na minha vida, aos 36 anos. Ainda que trabalhando, na época, eu ganhava tão pouco que não tinha dinheiro para ir ao barbeiro. Fui “ralando” e consegui passar no concurso. Hoje tenho 46 anos de idade completo 10 anos de um trabalho que eu gosto, servindo na área de segurança pública. Sou dedicado e procuro bem servir”.

O agente descobriu  corrida a cerca de um ano apenas, aos 45 anos. Por isso é considerado tão prodigioso nos resultados das competições que participa, ele não tinha experiência e iniciou como um amador. Como ele diz, “eu simplesmente calcei o tênis e fui correr e me senti livre”. Ele relata sua experiência no atletismo como algo que trouxe significativa mudança em sua vida, porque o retira do pensamento pesado de tudo que ocorre dentro de uma penitenciária, além de aliviar a saudade de casa e outros problemas da vida.

“Quando corri uma corrida de 5 quilômetros conheci o renomado atleta Marcelo Rocha, que desde então começou a me treinar. Devo a ele conquistas em meias maratonas e agora partindo para as ultramaratonas. Já coleciono alguns pódios e outras boas classificações, o que eu sempre comemoro”, afirma.

Ele declara que o atletismo, ou a corrida é tudo para ele. Faz plantão de 12 horas e chega a fazê-los quase todas as semanas para conseguir ver a família. As viagens são corriqueiras, fazem parte do seu dia dia. Procura fazer o possível para participar de quantas competições conseguir.

“Viajo para minhas corridas tento fazer troca dentro do possível para participar das corridas. Faço treinos depois que chego do trabalho de 20 ou 30 quilômetros. Já deixo minha alimentação pronta para conseguir treinar. É puxado mas vale a pena”, afirma.

“Gosto de estar sempre de bem com a vida, sou comunicativo, gosto de pessoas e posso dizer que sou feliz. Que sou feliz. Não cobro nada de Deus, apenas agradeço pela minha vida, meu trabalho e meus amigos. Cada momento, cada experiência, minha saúde. Creio que existam coisas boas reservadas para mim dentro do sistema prisional, não pretendo sair. Quero me aposentar no trabalho que posso dizer que escolhi”, e afirma com esperança:

“Quem sabe um dia a Secretaria de Administração Penitenciária possa dar uma atenção aos servidores esportistas e que eu possa representar a SAP e vestir a camisa deles nas ultramaratonas dentro e fora do Brasil”.

Este é o retrato de um agente penitenciário, que apesar de todas as mazelas do sistema penitenciário paulista, honra o mesmo como o responsável pela manutenção da segurança pública e carrega a camisa de agente penitenciário nas ruas e serras que sobe nas maratonas em que participa, ainda que o Estado não veja nem o atleta e nem o agente. Existe um esforço pessoal de inúmeros profissionais para a manutenção do sistema prisional.

 

Para torcer

Continue torcendo para o ASP Marcos Remedi que participará dos 70km da Ultra Maratona de Botucatu BRASIL RIDER no dia 08/12, sendo que em 2019 os passos ágeis de longas distância continuam.

Mãe e as irmãs de detentos dos Centros de Detenção Provisória (CDP) de Mogi das Cruzes e Suzano foram flagradas tentando entrar com drogas nas unidades nas visitas de sábado (17/11).

No CDP de Suzano, a mãe de um detento, de 55 anos, tentou entrar na unidade com invólucros de maconha escondidos dentro da comida que ela levava para o filho. Ao revistarem os alimentos, os agentes penitenciários encontraram 34 gramas de cocaína e 60,3 de maconha escondidos dentro de pedaços de carne.

Mais tarde, a irmã de um preso foi flagrada com a mesma estratégia. A suspeita, de 25 anos, trazia 105 gramas de cocaína e 3,7 gramas de maconha camuflados em um pote com comida.

Ainda no sábado, a irmã de um detento do CDP de Mogi foi barrada com maconha sintética, conhecida como K4. A SAP informou que a visitante, de 42 anos, trazia a droga escondida dentro de seu documento.

As três mulheres foram encaminhadas para a delegacia onde um boletim de ocorrência foi registrado.

 

Fonte: G1

Foto: Divulgação

Leia a matéria:

https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2018/11/19/mulheres-sao-flagradas-tentando-entrar-com-drogas-escondidas-em-comida-no-cdp-de-suzano.ghtml

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