Diante disso, o dia 8 de março é um dia muito importante no calendário mundial, pois é um momento de discussão acerca das discriminações e violências físicas, morais e sexuais que as mulheres sofrem em todas camadas da sociedade.
por Marc Souza, Diretor de Imprensa do SIFUSPESP
O Dia internacional da mulher simboliza a luta histórica das mulheres em busca de igualdade perante os homens, e foi oficializado pela Organização das Nações Unidas na década de 1970. Inicialmente, essa data remetia à reivindicação por igualdade salarial entre homens e mulheres, mas atualmente simboliza muito mais que isso. Simboliza a luta das mulheres contra o machismo e, principalmente, contra a violência.
O Dia Internacional da Mulher foi o resultado da luta das mulheres, por meio de manifestações e greves em prol dos seus direitos. Uma mobilização política, que resultou no dia 08 de março como um dia de reflexão sobre o papel das mulheres na sociedade e as dificuldades encontradas por estas no dia a dia, como, por exemplo, o preconceito e a violência.
Uma das histórias que remetem à criação do Dia Internacional da Mulher é a de que em 1911 um incêndio em uma fábrica têxtil de Nova York teria levado a óbito 130 operárias. Porém, outras situações também tiveram papel importante na criação desta data, algumas delas ocorridas antes deste evento.
No final do século 19, em vários países da Europa e nos Estados Unidos, várias organizações femininas de movimentos operários passaram a protestar contra as extenuantes jornadas de trabalho, de aproximadamente 15 horas diárias, os salários medíocres recebidos, por melhores condições de trabalho e pelo fim do trabalho infantil.
Aos poucos o movimento foi ganhando força e em maio de 1908, nos Estados Unidos, foi celebrado o Dia Nacional da Mulher. Neste dia, cerca de 1.500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. Assim, no ano seguinte (1909), no dia 28 de fevereiro, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data com um protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York. Tal protesto resultou, em novembro do mesmo ano, em uma longa greve têxtil que alcançou cerca de 500 fábricas no país.
Com o objetivo de honrar as lutas femininas, em 1910, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas na Dinamarca, mais de cem representantes de 17 países aprovaram uma resolução para a criação de uma data anual para a celebração dos direitos da mulher.
Com o passar do tempo, mais protestos se seguiram, principalmente durante a Primeira Guerra Mundial. No dia 08 de março de 1917, na Rússia, aproximadamente 90 mil operárias manifestaram-se contra o Czar Nicolau II, contra as más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra - em um protesto conhecido como "Pão e Paz".
Porém, mesmo após tantas e tamanhas manifestações, somente em 1945 a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Trinta anos depois, em 1975, se comemorou, oficialmente, o Ano Internacional da Mulher, e no dia 08 de março de 1977 foi reconhecido oficialmente pelas Nações Unidas, o Dia Internacional da Mulher.
No Brasil, as movimentações em favor dos direitos da mulher surgiram no início do século 20 e ganharam força nos anos seguintes. Em 1932, o governo Getúlio Vargas garantiu constitucionalmente às mulheres o direito ao voto. Já nos anos de 1970, surgiram no país organizações que passaram a incluir na pauta de discussões a igualdade entre os gêneros, a sexualidade e a saúde da mulher. Em 1982, foi criado o Conselho Estadual da Condição Feminina em São Paulo e, em 1985, a primeira Delegacia Especializada da Mulher foi inaugurada.
Um outro fato marcante em favor das mulheres no Brasil foi a criação em 2006 da Lei nº 11.340, a Lei Maria da Penha, que cria mecanismos de proteção à mulher contra a violência doméstica. Seu nome deu-se em homenagem à farmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado.
Em 1983, o economista e professor universitário colombiano Marco Antonio Heredia Viveros tentou matar sua esposa, Maria da Penha Maia Fernandes, por duas vezes, atirando contra ela na primeira vez, simulando um assalto e na segunda tentando eletrocutá-la no banho. Diante das agressões sofridas, Maria da Penha ficou paraplégica, conseguindo, dezenove anos depois das agressões, que a Justiça condenasse seu agressor.
O caso de Maria Penha ganhou tamanha notoriedade que chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e foi considerado, pela primeira vez na história, um crime de violência doméstica. Maria da Penha hoje é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres.
Não há dúvidas de que a história das mulheres é permeada de violência e submissão. Mesmo nos dias atuais, onde as mulheres conquistaram espaço e direitos, a luta pela conservação destes direitos e de mais respeito tem que ser constante, pois, as mulheres de todo mundo ainda sofrem com o preconceito, a desvalorização e o desrespeito.
Para se ter uma ideia da violência a que as mulheres são submetidas no Brasil, no primeiro semestre de 2021, cerca de 666 mulheres foram vítimas de feminicídio, cerca de 04 por dia. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Diante disso, o dia 08 de março é um dia muito importante no calendário mundial, pois não é só um dia em que deve ser enaltecido todo o movimento e mobilização das mulheres em prol dos seus direitos, mas também de reflexão e discussão sobre os diversos tipos de violência que as mulheres vêm sofrendo por todos esses anos até os dias atuais.
Um momento de discussão acerca das discriminações e violências físicas, morais e sexuais que as mulheres sofrem em todas camadas da sociedade, não só no Brasil, mas também, no mundo.
Servidor faleceu nesta terça-feira(08)
por Giovanni Giocondo
Com imenso pesar, o SIFUSPESP comunica o falecimento do policial penal aposentado Aldo Gonçalves. O servidor morreu nesta terça-feira(08).
Ao longo de sua carreira no sistema prisional, o policial penal atuou na Penitenciária 2 de São Vicente e no Centro de Progressão Penitenciária de Mongaguá, ambos no litoral paulista, e era muito querido pelos colegas de trabalho.
Aos familiares e amigos do servidor, o sindicato presta suas condolências.
por Maria das Neves Duarte - Coordenadora da sede regional do SIFUSPESP em São Paulo
O dia internacional da Mulher, tão comemorado no mundo inteiro neste 8 de março, foi criado basicamente por mulheres trabalhadoras que eram exploradas e submetidas a condições indignas de trabalho.
A doutora em sociologia pela USP, professora e jornalista Isabelle Anchieta, pontua em sua obra "Imagens da Mulher no Ocidente Moderno", quatro situações que fortaleceram os movimentos:
1) Em 26/02/1909, mulheres saíram às ruas para reivindicar melhores condições de trabalho;
2)1910 - Conferência Internacional das mulheres socialistas, a alemã Clara Zetkin propôs a criação do Dia das Mulheres;
3) Incêndio em uma fábrica em Nova York, Triangle Shirwaist, cujas vítimas foram em sua grande maioria, mulheres
4) As russas, sendo elas, noventa mil mulheres, foram às ruas, em 1917, protestar contra a guerra.
5)E, finalmente em 8/3/1975, foi oficializado pela ONU, o Dia Internacional das Mulheres.
Então, esse dia foi criado para que nós mulheres possamos discutir melhores condições de trabalho e requerer nosso lugar de direito em todas as esferas sociais.
É o dia de nos reunirmos para pautar nossas necessidades, sejam elas no lar, no trabalho, na política e na vida.
Embora tenha se passado tanto tempo desde a criação da data, apesar de termos conquistado alguns direitos com leis que dignamente garantem nossa participação social, ainda temos muito caminho a percorrer. Pois somente as leis ainda não são suficientes para sermos respeitadas como pessoas.
É necessário punir os abusadores, machistas, misóginos, assediadores morais e sexuais, para que finalmente entendam que não somos objeto de seu vil prazer.
Atitudes semelhantes às que o deputado do vulgo "Mamãe Falei" cometeu contra as refugiadas da guerra na Ucrânia, em que colocou as mulheres como mercadoria barata, estão presentes no nosso cotidiano, mas quase ninguém sabe.
Alguns homens desse naipe estão inseridos em todos os lugares, e sobretudo nos ambientes de trabalho, onde apenas não vem à lume suas atitudes vis. Isso é o que precisa mudar. As mulheres não podem deixar impunes esses crápulas asquerosos. Eles devem ser punidos com os rigores da lei. A eles nosso desprezo e indignação.
No âmbito da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP), muitas são as denúncias de assédio moral e sexual e todo tipo de exploração. Ao SIFUSPESP elas chegam aos montes, sobre todo tipo de abuso.
São mulheres pedindo socorro ao sindicato, lugar onde suas vozes são ouvidas e amparadas na legalidade.
Na SAP, não existe nenhum programa de acolhimento para quem sofre esses abusos. Muitas sofrem caladas por temerem a perseguição profissional e na carreira. É necessário dar voz a elas, com a garantia de proteção que merecem.
Não bastassem os assédios, ainda há a exploração por excesso de trabalho, já que muitas desenvolvem tarefas que não estão elencadas nas suas atribuições legais, acarretando em sobrecarga laboral.
O déficit no quadro funcional também é um dos fatores de exploração, haja vista a demanda de trabalho extra, muitas das vezes extrapolando até o horário de refeição. Quando essas demandas não são atendidas a contento, muitas são perseguidas com transferências arbitrárias. E nesses casos, o único socorro vem dos sindicatos.
A essas mulheres que sofrem com esses abusos, o Departamento de Mulheres do SIFUSPESP está à disposição para que possamos lutar juntos pelos seus direitos cerceados. Vamos trazer à tona nossos anseios.
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