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por Maria das Neves Duarte - Coordenadora da sede regional do SIFUSPESP em São Paulo

 

O dia internacional da Mulher, tão comemorado no mundo inteiro neste 8 de março, foi criado basicamente por mulheres trabalhadoras que eram exploradas e submetidas a condições indignas de trabalho.

A doutora em sociologia pela USP, professora e jornalista Isabelle Anchieta, pontua em sua obra "Imagens da Mulher no Ocidente Moderno", quatro situações que fortaleceram os movimentos:

1) Em 26/02/1909, mulheres saíram às ruas para reivindicar melhores condições de trabalho; 

2)1910 - Conferência Internacional das mulheres socialistas, a alemã Clara Zetkin propôs a criação do Dia das Mulheres; 

3) Incêndio em uma fábrica em Nova York, Triangle Shirwaist, cujas vítimas foram em sua grande maioria, mulheres

4) As russas, sendo elas, noventa mil mulheres, foram às ruas, em 1917, protestar contra a guerra. 

5)E, finalmente em 8/3/1975, foi oficializado pela ONU, o Dia Internacional das Mulheres. 

 

Então, esse dia foi criado para que nós mulheres possamos discutir melhores condições de trabalho e requerer nosso lugar de direito em todas as esferas sociais.

É o dia de nos reunirmos para pautar nossas necessidades, sejam elas no lar, no trabalho, na política e na vida.

Embora tenha se passado tanto tempo desde a criação da data, apesar de termos conquistado alguns direitos com leis que dignamente garantem nossa participação social, ainda temos muito caminho a percorrer. Pois somente as leis ainda não são suficientes para sermos respeitadas como pessoas.

É necessário punir os abusadores, machistas, misóginos, assediadores morais e sexuais, para que finalmente entendam que não somos objeto de seu vil prazer.

Atitudes semelhantes às que o deputado do vulgo "Mamãe Falei" cometeu contra as refugiadas da guerra na Ucrânia, em que colocou as mulheres como mercadoria barata, estão presentes no nosso cotidiano, mas quase ninguém sabe.

Alguns homens desse naipe estão inseridos em todos os lugares, e sobretudo nos ambientes de trabalho, onde apenas não vem à lume suas atitudes vis. Isso é o que precisa mudar. As mulheres não podem deixar impunes esses crápulas asquerosos. Eles devem ser punidos com os rigores da lei. A eles nosso desprezo e indignação.

No âmbito da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP), muitas são as denúncias de assédio moral e sexual e todo tipo de exploração. Ao SIFUSPESP elas chegam aos montes, sobre todo tipo de abuso.

São mulheres pedindo socorro ao sindicato, lugar onde suas vozes são ouvidas e amparadas na legalidade.

Na SAP, não existe nenhum programa de acolhimento para quem sofre esses abusos. Muitas sofrem caladas por temerem a perseguição profissional e na carreira. É necessário dar voz a elas, com a garantia de proteção que merecem.

Não bastassem os assédios, ainda há a exploração por excesso de trabalho, já que muitas desenvolvem tarefas que não estão elencadas nas suas atribuições legais, acarretando em sobrecarga laboral.

O déficit no quadro funcional também é um dos fatores de exploração, haja vista a demanda de trabalho extra, muitas das vezes extrapolando até o horário de refeição. Quando essas demandas não são atendidas a contento, muitas são perseguidas com transferências arbitrárias. E nesses casos, o único socorro vem dos sindicatos.

A essas mulheres que sofrem com esses abusos, o Departamento de Mulheres do SIFUSPESP está à disposição para que possamos lutar juntos pelos seus direitos cerceados. Vamos trazer à tona nossos anseios.

 

O SIFUSPESP somos todos nós, unidos e organizados. Filie-se!

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