Por Flaviana Serafim
O SIFUSPESP encaminhou ofício à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) nesta sexta-feira (13) reivindicando que SAP informe quais medidas práticas serão tomadas visando garantir as condições de segurança dos policiais penais e demais servidores do sistema prisional de São Paulo.
Apesar da SAP e o governo estadual não admitirem publicamente a ocorrência da “greve branca” dos detentos, “é fato que ocorreu, por ordem de facções criminosas, um movimento iniciado por presos se recusando a ir aos fóruns”, afirma o sindicato no documento.
No ofício, o SIFUSPESP solicita que a Secretaria implemente um plano de segurança com urgência, que garanta rondas ostensivas preventivas nos locais de trabalho e nas proximidades das unidades, e que cobre informações e medidas por parte dos coordenadores e diretores.
Como o momento “requer a manutenção da segurança tanto interna quanto externa das unidades”, a direção da entidade quer que a SAP reavalie as condições para as visitas, para o banho de sol e o conjunto de atendimentos dos presos.
No documento, o sindicato chama atenção da Secretaria para a morte dos dois policiais assassinados em menos de uma semana: Alexandre Roberto de Souza, do Centro de Detenção Provisória Nilton Celestino, de Itapecerica da Serra, assassinado na noite desta quinta-feira (12) com pelo menos 15 tiros em Taboão da Serra, na Grande São Paulo; Samuel Correia Lima, do Centro de Detenção Provisória de Mauá, morto a tiros na Rua João Caetano, no centro de Santo André (ABC paulista), disparados dentro de uma loja de material de construção por dois homens numa motocicleta.
Por isso, o SIFUSPESP quer que a SAP preste esclarecimentos sobre probabilidade de ataques a servidores da segurança pública se repetir como em 2006. Além dos dois policiais penais, foram assassinatos policiais civis e militantes, totalizando cinco mortes nesta semana apenas na Grande São Paulo.
Outra reivindicação é de que Secretaria coloque sua estrutura e das forças de segurança pública para investigar os assassinatos dos policiais penais, a exemplo de parcerias anteriores com o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Tumulto em Mongaguá e plano de assassinato em Iperó
No ofício, o sindicato também comunicou a SAP formalmente sobre uma carta revelando o plano de assassinato de um policial penal da Penitenciária de Iperó, interceptada na unidade na noite desta quinta-feira (12). Dois sentenciados envolvidos no caso foram identificados, um está preso e o outro foragido. O servidor foi ouvido na Coordenadoria central nesta sexta-feira (13).
O sindicato também comunicou a SAP formalmente sobre o tumulto ocorrido na mesma noite, no Centro de Progressão Provisória (CPP) de Mongaguá (leia mais). Lá os detentos do CPP questionaram o cumprimento de ordens, cercaram e agrediram policiais penais, um dos servidores ferido com gravidade no rosto. Os policiais também foram impedidos de fazer a blitze que ocorreria em uma das três alas do pavilhão.
Na conclusão do ofício, o SIFUSPESP reforça a denúncia do déficit de funcionários, ressaltando que a gravidade se aprofunda no cenário atual, “com riscos iminentes à segurança dos trabalhadores, da população carcerária e da sociedade como um todo”, finaliza.