Críticas foram feitas por diretores do sindicato durante participação no terceiro protesto conjunto das forças de segurança pública em defesa de reajuste salarial digno, melhores condições de trabalho e cuidados com a saúde dos policiais de São Paulo. Para o presidente do SIIFUSPESP, Fábio Jabá, “onde o Estado falha, o crime avança”
por Giovanni Giocondo
Representando os policiais penais, diretores do SIFUSPESP estiveram nesta quinta-feira(18) na região do Morumbi, zona sul de São Paulo, para participar do terceiro ato das forças de segurança pública em defesa de melhores salários, condições de trabalho por uma política de atenção à saúde dos servidores do setor no Estado.
O protesto organizado em conjunto com sindicatos de policiais civis, técnico-científicos e associações de policiais militares tem como alvo a gestão do governador João Doria(PSDB) e a política de arrocho dos vencimentos dessas categorias por parte de seu partido, que governa o Estado há quase 27 anos.
Apontando para o PSDB como símbolo do “Pior Salário do Brasil”, os profissionais de segurança sofrem com perdas superiores a 50% a partir do avanço da inflação nos últimos sete anos. Durante a manifestação, feita debaixo de chuva, os servidores percorreram algumas ruas próximas ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado.
Empunhando faixas e cartazes em que criticam os baixos salários pagos às forças policiais, eles chamaram a atenção para a falta de reconhecimento e valorização do trabalho desses profissionais, que protegem a sociedade paulista da violência enquanto são alvo dos criminosos e também.de uma epidemia de danos à sua saúde física e mental, deteriorada pelo estresse e pela pressão cotidiana do ambiente de trabalho.
Déficit funcional, superlotação e desvalorização levam a insegurança no sistema
Presidente do SIFUSPESP, Fábio Jabá destacou durante uma entrevista o aumento estarrecedor do déficit de funcionários dentro do sistema prisional. Utilizando dados de um relatório do Tribunal de Contas do Estado(TCE-SP), que foi apresentado em 2021 à gestão Doria, o sindicalista apontou para a falta de mais de 18 mil servidores nos quadros da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP), que afeta a todos os que estão na ativa, sobretudo dentro de um espaço onde cumprem pena mais de 220 mil detentos.
“Atualmente, o déficit dentro das unidades é tão grande que um policial penal, sozinho, chega a ficar responsável pela custódia de até 400 presos, dentro de penitenciárias superlotadas. Além dos riscos à segurança desse servidor, há também um perigo para a população que está do lado de fora das grades, com ameaças constantes de possíveis ataques e rebeliões no sistema. Será que o governo quer um novo 2006?”, disse, em referência aos atentados criminosos que aterrorizaram a população do Estado naquele ano.
Na opinião do sindicalista, “onde o Estado falha, o crime avança”, e a desvalorização dos policiais penais em São Paulo é símbolo de risco à segurança da sociedade.
Saúde dos servidores do sistema prisional se deteriora com crise financeira
Ainda durante sua fala, Fábio Jabá afirmou que o adoecimento físico e mental leva cerca de um terço do efetivo dos policiais penais a pedirem afastamento por motivo de saúde, o que agrava a redução do quadro de recursos humanos nos estabelecimentos penais. “A qualidade de vida do policial penal está beirando o insuportável. Não há como medir o nível de estresse a que temos nos submetido em razão dessa invisibilidade de nossa função”.
O sindicalista também fez coro à reivindicação por reajuste salarial urgente, já que a inflação tem corroído o poder de compra dos servidores do sistema prisional e devastado suas condições de vida em meio à crise. “Está faltando comida na nossa mesa, e quanto mais perdemos no bolso, mais desestimulados ficamos a trabalhar, diante de tantas dificuldades que a profissões impõe ”, explicou.
Além de Jabá, também participaram do ato desta quinta os diretores do SIFUSPESP Alancarlo Fernet e Apolinário Vieira. A manifestação ainda contou com representantes do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo(SINDPESP); do Sindicato dos Escrivães de Polícia do Estado de São Paulo(SEPESP); da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar(ACSPM); e do deputado estadual Major Mecca(PSL), que é um dos principais organizadores e entusiastas dessas manifestações.
A união das polícias tem sido uma das principais virtudes dos protestos, que devem continuar até que o governo Doria acene no sentido de receber os representantes das entidades para negociar por melhores condições de trabalho e todas as demais demandas desses servidores. A data, o horário e o local do próximo ato ainda serão divulgados, mas até lá a pressão continuará nas redes sociais e dentro da Assembleia Legislativa.
Acompanhe no vídeo abaixo alguns dos momentos registrados pelo SIFUSPESP na manifestação de hoje:
Após julgar recursos impetrados por servidores, comissão publicou no Diário Oficial desta quinta-feira(18) os nomes e pontos obtidos por policiais penais no certame. SIFUSPESP mantém ação judicial para que SAP regularize periodicidade dos processos
por Giovanni Giocondo
O Departamento de Recursos Humanos(DRHU) da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) divulgou nesta quinta-feira(18) as listas classificatórias finais com os nomes dos policiais penais da carreira de agente de segurança penitenciária(ASP) que serão promovidos de classe por meio do concurso interno, pelo critério de antiguidade de sistema. O certame se refere ao exercício de 2020.
A divulgação acontece após a comissão criada para gerir o concurso ter julgado os recursos interpostos pelos servidores. A lista anterior havia sido publicada em 19 de outubro. A relação de nomes com a pontuação está disponível entre as páginas 179 e 256, do Caderno Executivo I, do Diário Oficial do Estado de São Paulo, no link.
No total, podem ser beneficiados 5.639 trabalhadores, que estão entre as classes II e VI.. Ainda não há data prevista para que sejam efetuados os pagamentos.
Independentemente da finalização do concurso interno dos ASPs, o SIFUSPESP mantém na Justiça uma ação para fazer com que a SAP seja obrigada a regularizar a periodicidade das promoções, atrasadas desde o início da pandemia.
No último sábado(13), por exemplo, foi formada a comissão que organizará o concurso de promoção por antiguidade para os policiais penais da carreira de agente de escolta e vigilância penitenciária(AEVP), que também é referente ao ano passado.
Por lei, os certames devem acontecer anualmente, alternando critérios de antiguidade e merecimento.
Campanha promovida por servidores do CDP da cidade arrecada brinquedos novos até o dia 6 de dezembro para distribuição entre crianças carentes
por Giovanni Giocondo
Vai até o dia 6 de dezembro a campanha de arrecadação de brinquedos da 5a edição do Natal Solidário. Promovido por policiais penais do Centro de Detenção Provisória(CDP) de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, o trabalho solidário tem, desde 2017, tornado mais feliz o final de ano de muitas crianças dos bairros pobres da cidade.
Nesses cinco anos de história, o gesto dos servidores tem tocado a sensibilidade dos moradores do município, que aproveitam as festas para demonstrar seu amor ao próximo, sobretudo com referência àqueles que mais precisam e dificilmente reúnem condições de adquirir produtos para seus filhos.
Excepcionalmente em 2020, quando a pandemia do coronavírus e a crise econômica decorrente de sua existência levaram muitas famílias a perder emprego e renda, e consequentemente a sofrer riscos sérios à sua segurança alimentar, os policiais penais liderados por Jorge Ricardo Ramos e Wander de Oliveira também arrecadaram mantimentos não perecíveis que foram distribuídos.
Agora, com parte desse problema sanado, o Natal Solidário volta a receber somente brinquedos para as crianças. Para doar, basta entrar em contato com o número (12) 98296-9689 e falar com Ramos. Os produtos serão retirados diretamente no seu endereço. A entrega acontece no dia 12 de dezembro, em bairros da zona leste da cidade.
Colabore você também, e faça com que meninos e meninas tenham um final de ano de mais esperança! O SIFUSPESP apoia essa ideia.
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