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O trabalho transforma a vida, a natureza e a sociedade. Por isso o trabalhador é o centro de nossa sociedade. Quando uma categoria se une e tem claro objetivos comuns, seu trabalho se converte em instrumento de luta. Por isso neste dia do trabalhador sabemos que nossa categoria encontra-se mais forte e pronta para defender os seus direitos.

Trabalhadores do sistema prisional continuam em Lucélia diuturnamente para estabelecer a ordem. Esta é uma breve nota de aplauso ao trabalhador e protesto contra a omissão governamental

 

O caos em Lucélia começou bem antes da rebelião. As imagens divulgadas depois do motim ter acabado chocam. É o que a sociedade vê porque é apenas neste momento que o Sistema Penitenciário aparece. Mas nada acabou.

É importante trazer a conhecimento o trabalho que os funcionários do sistema penitenciário do Estado continuam realizando ainda nesta segunda-feira, 30/04, após término do que chegou aos olhos da população e da grande mídia. Além disso, a unidade de Lucélia apresenta excelentes resultados da parte do trabalhador penitenciário, dos principalmente no quesito apreensão de ilícitos trazidos por visitantes que tentam adentrar a unidade. Em dois anos 46 visitas foram flagradas nessas circunstâncias. Um dia antes da rebelião, 25/04, uma professora foi flagrada tentando entrar na unidade de Lucélia com com um microcelular, segundo ela, enviada por alunos a ser entregue a presos da unidade, como consta em matéria divulgada pelo G1 <https://g1.globo.com/sp/presidente-prudente-regiao/noticia/professora-e-flagrada-ao-tentar-entrar-na-penitenciaria-de-lucelia-com-celular-escondido-na-calcinha.ghtml>

É importante ressaltar que os servidores estiveram de plantão todo o tempo durante a rebelião, desde o princípio e continuam pagando a conta de toda falta deixada pelo Estado. Fazer conhecer que o Grupo de Intervenção Rápida (GIR), muitas vezes criticado por aqueles que desconhecem o trabalho realizado com inteligência e tática, criticado por quem não sabe que o grupo continua dando apoio até o momento, sem descanso, para que se recupere a mínima ordem de funcionamento na Penitenciária de Lucélia. Um destaque especial a nossos bravos técnicos, oficiais administrativos e operacional, área meio, com um trabalho intenso neste processo de recuperação da unidade.

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (SIFUSPESP) também continua fazendo plantão, prestando apoio aos servidores que continuam fazendo além de suas obrigações, trabalhando além do horário, carregando o sistema penitenciário nas costas.

Segundo  Gilberto Antonio da Silva, tesoureiro geral do SIFUSPESP, que acompanhou o ocorrido em Lucélia desde o princípio e continua fazendo, “existe uma inversão de valores”:

“O trabalhador que exerce suas funções de maneira correta, prestando honradamente seus serviços gera raiva da parte do preso, ao contrário do que deveria, já que está mantendo a ordem dentro da unidade”, ele afirma.

Prestamos aqui uma pequena homenagem aos trabalhadores invisíveis aos olhos da sociedade e do Estado, que diuturnamente suportam, junto aos apenados, o problema da superlotação, não apenas em Lucélia. O déficit funcional que desestrutura o servidor física e psicologicamente, já que para que a manutenção do trabalho possa ser realizada, o trabalhador cumpre além do que muitas vezes poderia ser considerado possível.

É de conhecimento que a profissão agente penitenciário foi classificada como a segunda profissão mais perigosa do mundo pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Assim como também é de conhecimento que o Estado de São Paulo possui a maior população carcerária do país. Parece repetitivo dizer que todas as unidades do Estado sofrem com falta de efetivo.

A profissão de agente penitenciário é por si mesma desestruturante por fazer com que o trabalhador esteja atento e passe por ansiedade e tensão durante todo o tempo em que exerce sua função. Num local que não fornece estrutura de segurança para o profissional, onde ele fica sujeito a agressões e até a morte. Local onde o servidor observa as péssimas condições de habitação do apenado sem nada poder fazer. Faltam médicos, enfermeiros, remédios, espaço, ar. Sobra sobrecarga para o funcionário inserido neste sistema cheio de ausências, onde ele com suas mãos tenta tapar os buracos e apenas sofre com as consequências.

Assim, dia após dias lançamos notas de pesar pelo falecimento de colegas que pouco desfrutam da vida adulta e de suas famílias. Nossa sobrevida é de 45 anos, em média, segundo estudo realizado pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Doenças cardiovasculares, diabetes, problemas psiquiátricos, suicídio. É com isto que convivemos. Saiba mais a respeito em: <https://www.ibccrim.org.br/noticia/13723-Expectativa-de-vida-de-agente-penitenciario-e-de-45-anos-em-SP>

Nesta segunda-feira os funcionários continuam na zona pós guerra, não apenas em Lucélia, assim como nas unidades ao derredor, que oferecem apoio e continuarão até que tudo esteja novamente no lugar. No mesmo lugar.

Enquanto o Estado não responsabilizar-se com a estrutura das unidades prisionais, disponibilizando o efetivo necessário, parando de “brincar de reajuste salarial” com um profissional que doa a vida no trabalho, melhorando a possibilidade de estadia do preso para que cumpra sua pena e com isso possibilite também, a realização do seu trabalho de maneira digna, tudo continuará no mesmo lugar. Desmoronando até que venha a próxima rebelião. O trabalhador já não suporta mais pagar a conta. Mas continua firme fazendo além.

Deveriam ser aplaudidos de pé os ASPS, AEVPs, GIR, oficiais administrativos, operacionais, ou seja funcionários da área meio, reconhecidos que seja por nós mesmos. Até quando não nos verão?



Cobertura realizada pela grande mídia:

https://www.google.com.br/search?rlz=1C1AVSF_enBR779BR780&q=lucelia+rebeli%C3%A3o&tbm=nws&source=univ&tbo=u&sa=X&ved=0ahUKEwiZ9aTjs-LaAhUES5AKHXDdCVsQt8YBCDEoAQ&biw=1360&bih=662

 

Atendimento especializado em prol da saúde dos olhos próximo do funcionário é o objetivo do projeto que o SIFUSPESP realiza em parceria com o BOS e o Cqvidass

 

Um ônibus equipado com toda estrutura para exames de raio-x, pressão ocular e diagnósticos clínicos realizados por um profissional especializado tem estacionado nas unidades prisionais da região do Vale do Paraíba à serviço da saúde dos servidores penitenciários. Nesta quinta-feira, 27/04, a Penitenciária 2 de Tremembé foi quem acolheu o projeto de atendimento oftalmológico itinerante, resultado da parceria com a sede regional do SIFUSPESP do Vale do Paraíba, o Banco de Olhos de Sorocaba(BOS) e o Centro de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor(Cqvidass), realizando mais de 100 atendimentos.

“Facilitar o acesso à saúde dos olhos de trabalhadores do sistema e familiares é o objetivo, além de conscientizar a respeito da importância da saúde dos olhos, encaminhar para resolução de doenças oculares, além de possibilitar o cadastro no banco de doadores de córneas de Sorocaba”, explica Fábio César Ferreira, o Jabá, presidente do Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo(SIFUSPESP)

Segundo Jabá, além da satisfação com os atendimentos da parte dos trabalhadores, ele vê no projeto a oportunidade de estar perto de cada um deles no seu local de trabalho. E é isto que pretende a nova diretoria do sindicato, “Lutar para Mudar” que atua há um ano e busca uma reaproximação do sindicato com a categoria.

“Sabemos que historicamente os sindicatos fizeram-se desacreditados. A nossa intenção, e temos mostrado por meio de trabalho e parceria como esta, é colocar o trabalhador e suas necessidades em primeiro lugar. O SIFUSPESP prioriza o serviço realizado para o trabalhador penitenciário”, afirmou o presidente.

 

Não fique de fora!

O Ônibus do Banco de Olhos de Sorocaba, chamado de BOS estará em Mogi das Cruzes no dia 09/05. Para passar por atendimento, conforme o SIFUSPESP tem divulgado é necessário agendamento prévio por meio de telefone ou e-mail.

O número (12) 3624-6797, ramal 247 e o e-mail para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., são os canais. Informe seu nome completo, RG, número de inscrição no IAMSPE, o local e data onde será feita a consulta.

Após realizada consulta, o trabalhador penitenciário poderá seguir com o tratamento, cirurgia ou novas consultas, que deverão ser feitos em Taubaté, São Paulo ou Sorocaba.

O sindicato somos todos nós, unidos e organizados!

 

Veja a seguir a lista com os locais e as datas de atendimento:

09/05: CDP de Mogi das Cruzes

23/05: CDP de Suzano

06/06: PI de São Vicente

07/06: PII de São Vicente

08/06: CDP de São Vicente

03/07: CDP de Praia Grande

04/07: CPP de Mongaguá

18/07: CDP de Caraguatatuba

O SIFUSPESP somos todos nós, unidos e organizados. Filie-se!

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