Por Flaviana Serafim
O sistema prisional paulista soma 1.805 servidores penitenciários infectados pelo coronavírus até 23 de outubro, dos quais 1.047 confirmados por exame PCR e outros 758 por meio de teste rápido, segundo dados da Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Há ainda 81 servidores afastados com suspeita de contágio.
Dos casos mais recentes confirmados pela apuração do SIFUSPESP, há quatro servidores e dois presos com o vírus no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Caraguatatuba, no litoral paulista. Ainda segundo a apuração do sindicato, 32 servidores perderam a vida devido à COVID-19.
Em todo o sistema prisional de São Paulo, são 9.728 casos entre os detentos, sendo 8.789 confirmados por teste rápido e outros 939 por exame PCR, de acordo com o boletim da SAP, além de 32 mortos.
Como a direção do SIFUSPESP vem reforçando o alerta, a situação é crítica devido à superlotação das unidades prisionais aliado ao problema grave do déficit de servidores que vem se aprofundando com as aposentadorias e ainda com os afastamentos tanto dos trabalhadores doentes quanto os do grupo de risco do coronavírus.
“A sinalização da SAP sobre o retorno das visitas é uma irresponsabilidade e também uma desumanidade com os trabalhadores, os detentos, seus familiares e com o conjunto da sociedade. Enquanto não há vacina, o isolamento continua sendo a única forma de prevenir que o contágio aumente e com quase 10 mil detentos infectados, como é que o governo pode pensar em liberar visitas?” questiona Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, presidente do SIFUSPESP.
Dos mais de 5,3 milhões de casos em todo o país, o estado paulista lidera com mais de 1 milhão de infectados e 38.747 mortos, apontam dados do Seade, e a curva de contagiados não para de subir desde março, como mostra o gráfico.
“Esse pouco caso com a vida das pessoas é impressionante e ao mesmo tempo totalmente incoerente com a propaganda enganosa do governador João Doria, que faz de conta que está preocupado com a população, mas isso é só mais uma falácia”, completa o sindicalista. Ainda segundo o dirigente, a segunda onda de contágios chegou à Europa por causa da flexibilização, que agora é novamente desfeita pelos governos locais devido rápido aumento dos casos.
“Tivemos a chance de aprender com outras nações no começo deste ano e não o fizemos. Lamentavelmente, parece que o governo não vai aprender de novo porque tudo está sendo flexibilizado mesmo com a curva de contágios crescendo sem parar. Por isso, vamos seguir defendendo a vida, o isolamento e contra o retorno das visitas”, conclui o dirigente.
Por Flaviana Serafim
A direção do SIFUSPESP enviou ofício ao Grupo Abril nesta segunda-feira (26), se somando à luta do movimento sindical pela continuidade da liberação integral de Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP).
Numa clara prática antissindical, a editora Abril convocou Zocchi para retornar ao trabalho na empresa neste 30 de outubro, o que encerraria cinco anos de liberação sindical sem prejuízo de vencimentos, o que é garantido para que o sindicalista possa cumprir seu papel legítimo em defesa da categoria.
A prática antissindical da Abril contra Zocchi é ainda uma represália à atuação do sindicato contra a demissão de centenas de trabalhadores e trabalhadoras da editora, demitidos em massa em 2018 sem sequer receberem as verbas rescisórias após anos de dedicação à, o que levou a uma batalha judicial contra a empresa com a vitória dos funcionários na Justiça.
Além de prejudicar a atuação do jornalista como presidente do SJSP, o cumprimento de jornada também impede o pleno exercício de suas atividades como vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas.
Confira a íntegra do ofício enviado pelo SIFUSPESP à editora Abril.:
Por Flaviana Serafim*
Na Penitenciária de Presidente Prudente, um total de 21 presos fugiram do semiaberto, dos quais cinco na madrugada de sábado para domingo (25), no turno III, e outros 16 fugiram no turno IV deste dia 25 de outubro. O Grupo de Intervenção Rápida (GIR) foi para a unidade para realizar contagem e controlar a situação. Até o momento, dez detentos foram recapturados pela Polícia Militar, que segue nas buscas pelos demais.
As fugas ocorreram após tentativa de tumulto e ameaça de quebra-quebra pelos detentos no sábado (24) devido à superlotação no semiaberto, onde as vagas são para 247 presos, mas a população carcerária é 669, ou seja, 170% a mais do que a capacidade.
Para piorar a situação, além da superlotação faltam servidores, pois vários policiais penais se aposentaram e o governo estadual continua sem convocar concursados mesmo com a gravidade da situação no sistema prisional paulista. De acordo com informações recebidas pela direção do SIFUSPESP, há dias na Penitenciária de Presidente Prudente em que há apenas dois policiais penais para cuidar de dois pavilhões.
No sábado, três presos do semiaberto tentaram pular o alambrado, agrediram funcionários, mas foram recapturados. Também houve intervenção do GIR, que isolou cinco lideranças do movimento em cela separada para transferência à Penitenciária de Presidente Venceslau, mas por volta da 1h da madrugada do domingo acabaram fugindo.
Caos se aprofunda, segurança está em risco, mas SAP não toma atitude, alerta SIFUSPESP
Semanalmente, a direção do sindicato tem alertado quanto ao aprofundamento do déficit de servidores no sistema prisional paulista, que se aprofunda a cada dia porque há mais de dois anos não há nomeação de concursados pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP). Ao mesmo tempo, vários servidores se aposentaram e a falta de funcionários se agravou com a pandemia devido aos afastamentos do grupo de risco, sendo urgente a reposição de servidores.
Considerando somente policiais penais que integram as carreiras da área de segurança (Agentes de Segurança Penitenciária - ASPs e Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciárias - AEVPs), há 4.767 cargos vagos. Além de denunciar o problema do déficit judicialmente e aos meios de comunicação, o sindicato vem cobrando reunião com a SAP, e inclusive o presidente Fábio Cesar Ferreira, o Jabá, abordou pessoalmente o secretário Nivaldo Restivo no último dia 21 de outubro, após a inauguração do Centro de Detenção Provisória (CDP) de Álvaro de Carvalho.
“A reposição é urgente, não é possível mais continuar esse déficit de servidores. O risco é para todos, dentro e fora dos muros. É risco para toda a sociedade e a SAP é responsável por isso. O que mais estão esperando que aconteça para alguma atitude seja tomada?”, questiona o sindicalista.
*Alterado em 26/10/2020, às 14h41, para atualização de informações
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