Ao contrário das expectativas iniciais de que a tramitação do Projeto de Lei Complementar que regulamenta a Polícia Penal (PLC37/2024) teria máxima celeridade na ALESP, não é isto que tende a acontecer. Muito provavelmente o PLC deve levar boa parte dos 45 determinados para a tramitação de urgência, visto que até o momento nem mesmo a indicação para tramitação em comissões foi feita, até o momento além das emendas a única movimentação do projeto foi a indicação da relatoria que ficará a cargo do Deputado Delegado Olim.
O próprio Delegado Olim já afirmou que a votação do projeto deve ocorrer entre o final de agosto e o começo de setembro, após a aprovação o Governador tem até 15 dias para sancionar o projeto e só então começa a contar o prazo de 90 dias para que o mesmo passe a valer como lei.
Ainda resta tempo para mudar o projeto
O PLC37 /2024 fica muito aquém do esperado pelos Policiais Penais pois não garante direitos e prerrogativas básicas que as outras polícias têm,aumenta o tempo de progressão na carreira e não traz a sonhada valorização salarial. Nem mesmo o acautelamento de armas se encontra garantido no projeto e ficará à mercê de decretos ou portarias.
Garantias básicas como atendimento prioritário em serviços públicos quando a serviço e porte de arma para os aposentados, foram simplesmente deixados de lado no projeto elaborado pela SAP.
Visto que a tramitação ainda vai demorar é importante que aproveitemos este tempo para pedir aos deputados que apoiem as emendas que garantem direitos tais como a classificação de insalubridade máxima para todos os Policiais Penais, DEJEP como verba não sujeita a descontos e a garantia de prerrogativas e direitos iguais a das outras polícias, entre elas o acautelamento permanente de armas e coletes.
Razões econômicas
Para entender os motivos da demora da tramitação devemos recorrer ao acompanhamento do projeto e principalmente ao despacho da Coordenadoria de Orçamento da Secretaria da Fazenda anexado ao mesmo. No despacho está a projeção de custos caso o projeto passasse a vigorar a partir de Novembro, no documento a Fazenda indica um custo de R$ 114,2 milhões e declara que tal montante não está previsto no orçamento vigente.
Como o SIFUSPESP já havia publicado em outubro de 2023 após a apresentação do orçamento pelo Governo do Estado, não estavam previstas nem contratações nem reajustes.
O Governo reduziu o orçamento da SAP para 2024 em 1,6% sem contar a inflação, além de ter contingenciado R$ 29 milhões em fevereiro e ter transferido R$26 milhões para a CPTM em 2023, isso explica a “falta de orçamento” para os reajustes previstos no projeto.
O ofício da Fazenda mostra claramente que o governo só pretende conceder o aumento para a Polícia Penal no ano de 2024, e por isso introduziu um “Vacatio Legis” de 90 dias nas disposições transitórias
Reajuste implicará poucos custos para o governo
Se analisarmos toda a redução de verbas sofridas pela SAP desde o início do atual governo veremos que chega a quase R$384 milhões bem próximo ao custo anual de R$ 493,1 milhões que a Fazenda indica que custará o projeto.
Nestes cálculos não estamos incluindo a redução do quadro funcional da secretaria em mais de 3500 Policiais Penais desde o início do governo.
Quanto ao acautelamento de armas e coletes o mesmo não precisa ser um custo para o Governo do Estado, visto que o Governo Federal pode cobri-lo através do Fundo Penitenciário, bastando para isso que São Paulo apresente um projeto para a SENAPPEN solicitando a verba, ou seja mesmo reduzindo gastos o governo não precisa tirar este direito dos Policiais Penais.
Abaixo um vídeo do presidente do SIFUSPESP Fábio Jabá falando sobre a tramitação do projeto:
Pela segunda vez seguida um policial penal foi vítima de uma tentativa de homicídio na unidade de Mirandópolis I.
Dia 5 de agosto um preso tentou matar um policial penal com uma lança improvisada, no final de semana um preso tentou matar o chefe de plantão durante um atendimento no pavilhão disciplinar da unidade.
O preso se utilizou de um espeto feito de escova de dentes para tentar furar o pescoço do
Policial Penal, felizmente o Policial Penal conseguiu se desvencilhar e não foi ferido.
Tentativa de agressão em Irapuru
Anteontem (13) o Gir teve que intervir na penitenciária de após um preso do raio 6 tentar agredir um Policial Penal com golpes de cabo de vassoura.O policial não foi atingido e o GIR foi acionado.
O incidente terminou com 20 presos do raio 6 removidos por violação disciplinar.
Unidades prisionais cada vez mais perigosas
A falta de efetivo e as falhas administrativas estão tornando as unidades prisionais de São Paulo cada vez mais perigosas e difíceis de controlar, o GIR (Grupo de intervenção Rápida) tem sido acionado a cada dia com mais frequência devido a falta de efetivo para conter motins e violações disciplinares com meios próprios.
Devido ao cancelamento do concurso ano passado e a recusa do governo de contratar os remanescentes a tendência é que a situação piore a cada dia.
Caso o governo não tome medidas urgentes como a liberação de 10 DEJEPS por Policial Penal , contratação dos remanescentes e abertura de concurso emergencial para suprir as mais de 3500 baixas sofridas pela SAP desde o início do governo Tarcísio estaremos caminhando para uma tragédia mais que anunciada.
É com profundo pesar que o SIFUSPESP comunica o falecimento do Policial Penal Denilson Fabrício de Andrade Holanda, lotado no Pemano, aos 51 anos na data de hoje(15).
Fabrício sofreu uma infecção generalizada de pulmão tendo sido internado em 14 de fevereiro e obrigado a retirar ⅓ do pulmão, tendo alta dia 06 de agosto. Na data de ontem (14) passou mal e foi socorrido no Hospital Regional de Taubaté, vindo a falecer.
Iniciou sua carreira em novembro de 2001 no CPP Mongaguá e depois foi para o Pemano, sendo considerado um ótimo servidor, prestativo com os colegas e comprometido com o serviço.
O velório ocorrerá na capela 8 do Memorial Sagrada Família sito a rua Prof. Luis Augusto da Silva, 55, Centro, Taubaté das 12:00h às 19:00h, onde poderão ser prestadas as condolências a sua esposa e familiares.
Neste momento de pesar o SIFUSPESP apresenta seus sinceros pêsames aos familiares, amigos e colegas de trabalho de Denilson Fabrício de Andrade Holanda.
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