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Por Flaviana Serafim

A direção da Penitenciária Feminina de Guariba foi trocada nesta quarta-feira (4) devido às denúncias de total precaridade da unidade, além da agressão sofrida no último dia 25 de fevereiro por uma policial penal que foi feita refém por horas por uma detenta. O episódio, decorrente do déficit de trabalhadores, terminou com a servidora vítima de graves ferimentos no rosto, ouvidos e braços. 

Diante do cenário, o SIFUSPESP protocolou denúncia nesta sexta-feira (5) junto à Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) sobre a precarização e a falta de condições de trabalho que estão colocando em risco policiais penais e demais servidores da unidade. 

Na penitenciária, os radiocomunicadores e telefones estão em mau estado por avarias e longo de tempo de uso, obrigando ao uso não devido de Skype para contato entre os setores, colocando os servidores em risco quando dependem de comunicação de segurança e controle da população carcerária. 

Há déficit sensível, desproporcional e demasiado no quadro, e a falta de funcionários obriga os servidores a duas ou mais convocações por mês, com reflexos na qualidade de vida e na saúde das trabalhadoras e trabalhadores. Além disso, as folgas têm sido concedidas de forma seletiva, privilegiando as pessoas próximas da direção da unidade. 

Policial penal refém e falta de estrutura básica

As condições precárias também têm refletido e causado prejuízos ao serviço penitenciário. Não há equipe para atendimento médico básico e faltam medicamentos prescritos à detentas, os quadros de energia elétrica estão todos comprometidos e já houve episódios de incêndio, faltam equipamentos de iluminação, torneira, válvulas de descarga e chuveiros.   

Nada chega às presas por falta de funcionários e, além disso, as reeducandas não têm atendidos seus pedidos de entrevista com a direção e nem podem trabalhar porque dois galpões de labor foram extintos, sendo mantidos alguns poucos postos de trabalho a uma minoria de detentas do regime semi-aberto. 

“Há tempos o SIFUSPESP recebe denúncias e chegamos a isso. O que muda qualquer unidade prisional é a união dos servidores, o sindicato é uma peça para ajudar e o servidor não pode ter medo de fazer denúncia porque os erros podem custar a vida”, ressalta Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, presidente da entidade. 

De acordo com o sindicalista, antiga direção da unidade já foi mudada devido às condições precárias, assumindo a advogada Jucélia Gonçalves da Silva, que foi diretora técnica do Centro de Ressocialização Feminino de Araraquara. 

Protocolo da denúncia à SAP
Protocolo da denúncia à SAP

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