Panfletagem desta terça-feira alertou paulistanos sobre riscos da privatização do sistema prisional antes de audiência de conciliação entre sindicatos e Secretaria da Fazenda, que vai tratar do dissídio e da campanha salarial
por Giovanni Giocondo
Em contato direto com a população, trabalhadores penitenciários estiveram há pouco na frente do Palácio de Justiça, região central de São Paulo, para fazer um ato público em nome da categoria. A manifestação teve como objetivo informar aos paulistanos sobre os riscos da privatização do sistema prisional paulista.
Entre esses riscos estão o avanço do domínio das facções criminosas sobre as unidades prisionais e o aumento do número de pessoas presas, colocando na mira justamente os cidadãos comuns que seriam detidos a fim de insuflar os números das penitenciárias e atender à demanda por lucro exigida pelas empresas interessadas em geri-las.
O projeto do governador João Dória(PSDB) pretende terceirizar nas unidades prisionais construídas com dinheiro público serviços de custódia, segurança, operacionais, de saúde e assistência social, atualmente de responsabilidade de servidores públicos. O modelo é mais caro, inseguro e pode ficar sob o domínio das facções criminosas.
O diálogo com a sociedade paulistana foi esclarecedor, teve boa receptividade e antecedeu a audiência de conciliação entre o SIFUSPESP, o SINDCOP e o SINDASP com a Secretaria Estadual da Fazenda, que ocorre ainda nesta terça-feira, 21/05, a partir das 14h. A audiência vai tratar do dissídio coletivo para os servidores, que exigem valorização salarial.
Na avaliação dos dirigentes sindicais, é fundamental alertar a população a respeito de todos os perigos decorrentes da privatização e por outro lado, conscientizá-las de que a valorização do servidor público que também estará em pauta na audiência é que pode significar mais segurança para todas as pessoas.
Audiência foi determinada pela Justiça e pode render bons resultados a trabalhadores
Após uma ação impetrada pelo SIFUSPESP, a pasta foi intimada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo(TJ-SP) a abrir negociação com os sindicatos para tratar da pauta da campanha salarial aprovada em assembleia pela categoria em 23 de janeiro, além de dialogar sobre a política de privatização do Palácio dos Bandeirantes, entre outros temas.
O protesto é o primeiro ato unificado dos três sindicatos, que anunciaram a criação do “Fórum Penitenciário Permanente” no último dia 17 de maio. A iniciativa tem como objetivo unir as forças das três entidades para organizar e mobilizar os servidores do sistema prisional na luta por valorização salarial, profissional e contra as privatizações.
Ao longo do dia, o SIFUSPESP vai atualizar o andamento da audiência de conciliação e também sobre os possíveis impactos da reunião para a categoria.
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