É de conhecimento notório da sociedade paulista que o SIFUSPESP e a categoria penitenciária tem buscado dialogar previamente com o governo e quer ver debatido pontos de sua pauta de reivindicações. Mas o governo, mesmo tendo recebido nossa categoria no dia , depois do ato realizado em 23 de janeiro, na sede do SIFUSPESP em São Paulo, e que verdadeiramente reuniu representantes de todos os setores e localidades do Estado de São Paulo. Por se tratar da representação de fato mais representativa da categoria, estranhamos até agora a dificuldade do governo em cumprir com o que garantiu em reunião realizada em 04 de fevereiro.
Veja em vídeo, a avaliação da reunião do dia 04 de fevereiro com Secretário Nivaldo Restivo:
Na foto, grupo de negociação da Campanha salarial, minutos antes da reunião do dia 04 de fevereiro.
Esta reunião tivemos que arrancar, por meio de forte mobilização nas ruas e com grito forte: Se privatizar o Sistema vai parar! Nivaldo Restivo demonstrou facilidade em receber os outros sindicatos que não demonstraram a mesma combatividade. E quando finalmente recebeu nossa comitiva de negociação em 04 de fevereiro, prometeu continuar a rodada de negociações que não pode ser concluída na reunião, bem como encaminhamento de pedido de reunião com Rodrigo Garcia, vice-governador e secretário de governo, bem como criação de grupos de trabalho para estudos e outros encaminhamentos.
Veja a foto da Assembléia que definiu nossa pauta de negociação e que partiu marchando até a SAP para arrancar uma agenda com o governo.
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Passada esta reunião, sem qualquer resposta da parte do governo, insistimos de forma cortês em ver cumprida a palavra dada, voltando à Secretaria da Administração Penitenciária(SAP), na quinta-feira do dia 28/02. Nesta ocasião o presidente do SIFUSPESP, Fábio Cesar Ferreira, o Fábio Jabá e o coordenador regional da capital Antônio do Santos, o Nicola, reforçaram pedido de agenda com o secretário Restivo e encaminharam questionamentos de nossa categoria. Mas o silêncio permaneceu. http://sifuspesp.org.br/noticias/6448-sifuspesp-insiste-em-continuidade-de-negociacoes-com-restivo-e-esclarece-questoes-sobre-o-ipa-de-bauru
Posteriormente, no dia 07 de março, depois de passado 30 dias de um pedido anterior encaminhado ao governo do Estado, o SIFUSPESP protocolou novos ofícios no Palácio dos Bandeirantes, com finalidade de tratar da pauta de nossa categoria, com o vice-governador Rodrigo Garcia e dar continuidade a negociação com o secretário Nivaldo Restivo. Já que estas negociações tradicionalmente são tratadas com o secretário da SAP e posteriormente com a Secretaria de Governo.
Postura do governo estadual
O atual governo estadual tem se mostrado muito fechado a uma negociação franca com nosso sindicato e categoria, o que revela que tem dificuldade em dialogar de forma direta, a observar inclusive muitas sugestões e projetos que temos preparado durante algum tempo para contrapor de forma convincente ao que até agora tem se apresentado a sociedade paulista, por uma série de atitudes e discursos do governo como preocupação deste governo que é fazer do sistema penitenciário paulista mais eficiente e ao mesmo tempo dar combate ao crime organizado. Mas as soluções propagadas pelo governo, até o presente momento destoam muito da opinião de especialistas e conhecedores do sistema penitenciário, sejam simpatizantes ou não do governo.
Por isso vimos com bons olhos a reunião ocorrida ontem, dia 20 de março, na Assembléia Legislativa, entre o líder do PSDB na Alesp Deputado Carlão Pignatari e o Presidente do SIFUSPESP, Fábio Cesar Ferreira, o Fábio Jabá.
Uma categoria combativa e consciente
A categoria desde de então tem demonstrado clareza sobre os tempos difíceis, pois o servidor penitenciário é feito por um tipo de cidadã e cidadão muito particular, percebe robôs e gravações fake circulando na rede tentando dividir a categoria entre seus setores de trabalho através de rivalidades. Percebe que quando temos uma atitude clara de enfrentamento, não temos a mesa previamente preparada. Também notou cortes e vetos de direitos a servidores de nossa secretaria e de aprovados em concursos em diversos concursos seguidos, mas não chamados. Percebe que a segurança pública é sempre objeto de sensacionalismo e ataques, mas quando se trata de debater temas sensíveis, como o risco transversal da privatização e de infiltração do crime organizado no sistema por exemplo, somos propositadamente evitados.
Saiba mais de como o tema da privatização do sistema penitenciário tem sido objeto de um falso debate em:
http://sifuspesp.org.br/noticias/6387-mito-e-verdade-em-tempos-de-privatizacao-e-ataque-a-direitos
Nossa postura de negociação
O SIFUSPESP Lutar para Mudar desde seu início de gestão, buscou estrategicamente ampliar o diálogo de nossa categoria com outros setores sociais e políticos. Foi por isso que nossa categoria passou a ver um sindicato atuando de forma constante na articulação com deputados, senadores, diversas organizações, todos de diferentes tendências políticas, mas não somente com o antigo costume dos sindicalistas antigos, simplesmente tirando fotos em eventos ou ao lado de figuras conhecidas para promover-se, e sim, sempre trazendo questões reais de nossa categoria paulista. Foi isso que fez com que nossa categoria fosse cada vez mais vista como um ator relevante politicamente. Tendo pautado as eleições estaduais do ano passado. E travando uma forte luta contra as ameaças apresentadas pelo governo atual.
Nestas ações tivemos apoios, adversários, vitórias, derrotas e traições… Mas o que temos conquistado é maior unidade nas ações, a categoria tem debatido mais temas comuns. Nossa categoria está mais preocupada com questões políticas sérias e entendendo fazer análises próprias de seus interesses, em tempos que governos e meios de comunicação trabalham juntos com notícias verdadeiras e falsas testando a opinião pública até encontrar uma brecha para enganar, para conduzir a opinião pública e para esconder os objetivos reais.
Muitos desses problemas o SIFUSPESP já vinha alertado, antes mesmo dos ataques contra o sistema acontecerem: a privatização do sistema penitenciário, por exemplo, tem sido alertada como desafio que já estava sendo preparado contra nós, há mais de um ano, mesmo quando muitos nos atacavam ou nos chamavam de loucos.
Por que acertamos? Porque estamos preparando nossas ações de forma antecipada já há muito tempo. Com tudo isso, nunca nos negamos a dialogar de forma técnica, séria e respeitosa. Mas o que talvez assuste um pouco ao governo seja o fato de que nós não sejamos uma organização política controlável, como as direções sindicais tradicionais, que fazem reuniões e acordos palacianos formais e apresentam um falso combate.
O encontro com o Dep. Carlão Pignatari
Como dissemos acima, Fábio Jabá, esteve nesta quarta-feira na Alesp, e foi recebido de forma atenciosa e respeitosa pelo Deputado Estadual, líder do PSDB na casa, Carlão Pignatari. Nesta oportunidade apresentamos nossa pauta e os dois pedidos de reunião que já fizemos para o governo. Jabá pode explicar que o SIFUSPESP irá esgotar todas as possibilidades de diálogo, mas que a categoria necessita de uma resposta rápida para nossa pauta e porque já demonstra energia em avançar em uma agenda de ações de luta.
O Deputado Carlão Pignatari, político experiente entendeu o contexto e a necessidade de fazer o governo tratar melhor o caso e afirmou que levará nossas demandas ao executivo estadual, com quem se reúne semanalmente por ser o líder do PSDB na Alesp.
Com maturidade política e social, o Deputado atendeu de imediato ao SIFUSPESP, mesmo sem agendar nos atendeu e demonstrou maior sensibilidade e conhecimento sobre o Sistema Prisional. Por isso nos prometeu que em breve nos posicionará sobre a reunião com o governo.
Por isso damos nosso voto de confiança e esperamos que com esta porta que se apresentou aberta para um primeiro diálogo, possamos avançar de forma tranquila, proveitosa e eficiente na construção de uma agenda que contemple necessidades de nossa categoria, contribua para o alcance de ações que realmente colaborem para um sistema penitenciário dotado de maior modernidade, eficiência, segurança e reinserção social.
Por:Luiz Marcos Ferreira JR.