Divisão entre setores do serviço público compromete ganho coletivo apoiado pelo SIFUSPESP e por trabalhadores penitenciários. Divididos por vidros, os deputados iniciam a votação.
Apesar da insistência do SIFUSPESP em solicitar aos deputados estaduais paulistas que se posicionassem a favor de um aumento salarial isonômico para todo o funcionalismo público, sob pressão de alguns setores políticos foi colocado em regime de votação no final da tarde desta terça-feira, 13/03, o Projeto de Lei(PL) original enviado pelo governador Geraldo Alckmin(PSDB) à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo(Alesp) em janeiro.
O PL prevê elevação de 3,5% para todas as categorias de servidores do Estado, à exceção dos policiais civis e militares, que terão índice de 4%, e dos professores efetivos da rede pública, que receberão correção de 7% em seus salários. O SIFUSPESP se mobilizou junto aos parlamentares e a outros sindicatos para que o aumento concedido aos docentes fosse estendido a todas as categorias, mas não obteve apoio de algumas delas.
Infelizmente, interesses diversos daqueles que envolvem o bom atendimento à população entraram em pauta por parte de algumas entidades e tiveram prioridade em relação ao bem estar do coletivo do funcionalismo. A tendência é de aprovação do projeto sem alterações. Neste cenário, o SIFUSPESP sente-se na obrigação de manter sua coerência e seguir lutando por um salário digno não só para os trabalhadores penitenciários, mas para todos os que prestam serviços públicos no Estado.
Lutamos e seguiremos lutando, seja no diálogo com os deputados, seja na mobilização dos trabalhadores de nossa categoria.
Essa decisão do sindicato guarda total semelhança com o que os servidores do sistema prisional já adotaram ao longo do último ano com relação à Reforma da Previdência e à Polícia Penal.
Apesar de constantemente procurados pelos integrantes da base aliada do governo Michel Temer, os sindicatos da categoria no âmbito nacional, estiveram em Brasília, ocuparam o Ministério da Justiça e o Congresso Nacional e jamais cederam em nenhum ponto ao recusar apoio à Proposta de Emenda Constitucional(PEC) 287/2016, que colocava em risco a aposentadoria de todos os trabalhadores brasileiros. Nem a promessa de que a PEC da Polícia Penal seria aprovada pelo Congresso nos fez arrefecer em nossas convicções.
Nossos salários e a sobrevivência digna de nossas famílias estão em jogo, e é por esse motivo que lutamos. Por um aumento que contemple igualmente a todo o serviço público paulista e não privilegie parte dele.
O Serviço Público neste momento tem seu sindicalismo a mercê de mecanismos utilizados pelo atual governador de dividir a todos em interesses setoriais e impor divisão até mesmo no reparto de direitos que não tem razão para serem diferenciados. Nossa leitura é que com o ingresso de um novo governo nos próximos dias, é fundamental que tenhamos lutas realmente conjuntas em toda a categoria do funcionalismo e em nosso caso por todos os setores do sistema penitenciário.
Não abriremos mão de nossa coerência política, a força do trabalhador frente aos patrões, aos abastados e aos governantes é a união, separados somos frágeis, unidos e organizados temos força.
A votação na Alesp segue, com a tendência de aprovação sem considerar o diálogo com o funcionalismo público, mas a nossa luta não para!