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Superlotação, falta de funcionários e falta de investimentos em segurança dentro das unidades prisionais. Esses são os ingredientes jogados no fervente caldeirão do sistema prisional paulista que resulta em diversos males, dentre eles a violência praticada por presos contra servidores públicos. Nos casos registrados nesse mês, um fator chama a atenção: o momento da agressão acontece durante a tranca.

O último caso de agressão contra servidor aconteceu domingo passado na PII de Potim, na região do Vale. A cela estava tão superlotada que o agente agredido sequer teve condições de saber quem o estava agredindo. Também aconteceu durante a tranca dos presos.

“A unidade está superlotada então ficou difícil identificar quem foi o responsável pela agressão. Além do mais, por causa da superlotação e do déficit de funcionários que ocorre em todas as unidades do sistema prisional, a quantidade de presos que um agente é responsável é ainda maior”, afirma o Coordenador Regional do SIFUSPESP no Vale do Paraíba, Estevão.

O agente penitenciário agredido registrou boletim de ocorrência e foi submetido a exame de corpo de delito.

Logo após o incidente, o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) esteve no local para realizar uma revista geral onde foram encontrados quatro aparelhos celulares, um chip, duas baterias, um fone de ouvido, 48 porções de substância que aparenta ser maconha e sete espetos de ferro.

 

SUPERLOTAÇÃO

A Penitenciária II de Potim possui capacidade para 844 presos, mas atualmente abriga mais que o dobro deste número, com o total de 1.767 detentos. Muitos deles deveriam ser transferidos para um Centro de Detenção Provisória, mas devido à falta de uma unidade desse tipo na cidade, acabam sendo transferidos para a penitenciária.

O número superior na população da unidade afeta não apenas os presos como principalmente aos funcionários, pois a exposição aos riscos é ainda maior, gerando maiores possibilidades de agressão.

“O coordenador da COREVALI tem ciência dos problemas, principalmente da falta de funcionários na unidade, mas sempre que tocamos no assunto ele afirma que também tem problema porque não possui funcionários para enviar para a penitenciária. É uma situação complicada, uma solução eficiente seria construir um CDP na cidade para diminuir o número de presos que as delegacias mandam para a PII de Potim”, ressalta o sindicalista, que estará na PII de Potim na próxima semana para se reunir com os funcionários e discutir os problemas da unidade.

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