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Equipe formada por agentes penitenciários altamente treinados obteve sucesso em ações nas penitenciárias de Roraima, Rio Grande do Norte e Ceará, e deve agora colaborar para reduzir caos que atinge sistema prisional do Amazonas

 por Giovanni Giocondo

A data é 25 de novembro de 2018. O local, a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, zona rural de Boa Vista, capital de Roraima. Em apenas 18 minutos, a equipe de agentes penitenciários da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), que havia chegado à cidade apenas quatro dias antes, retoma o controle da unidade e devolve a tranquilidade ao local onde, em janeiro de 2017, detentos mataram outros 33 presos e, a partir daí, assumiram o comando e instalaram caos e violência no Estado.

O relato é de Eduardo Oliveira de Deus, que integra a FTIP em Roraima há seis meses enquanto membro do Grupo de Intervenção Rápida (GIR), de São Paulo, do qual faz parte há 15 anos. Criado por trabalhadores penitenciários e organizado pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) dentro do sistema prisional público paulista, o GIR é formado por agentes de segurança penitenciária(ASPs) e agentes de escolta e vigilância penitenciária (AEVPs).

O grupo se especializou em operações de contenção de rebeliões, tentativas de fuga e blitze, que visam a recuperação da ordem e da disciplina dentro de unidades amotinadas. Na unidade de Roraima, o trabalho de apaziguamento das hostilidades entre os presos rendeu ótimos resultados. Simultaneamente, cresceu o número de casos de apreensão de drogas, armas e celulares, o que colaborou para aumentar a segurança de todos.

Essa experiência e o treinamento intensivo dos integrantes do GIR permitiu que, ao lado de agentes penitenciários de outros Estados, o grupo fosse oferecido ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, em uma parceria que resultou em soluções para casos de crises semelhantes no sistema prisional.

Além de Roraima, a FTIP já esteve também no Ceará e no Rio Grande do Norte com a mesma proposta. Agora, foi designada para atuar no Amazonas, que convive desde 26 de maio com uma situação extremamente crítica em quatro unidades prisionais sob administração de empresas privadas. No total, 55 presos foram mortos por rivais dentro das principais penitenciárias da capital Manaus em menos de 48 horas.

Conforme conta Eduardo de Deus, a FTIP atua para retomar a ordem dos presídios do Brasil inteiro onde o caos está instalado, onde não se tem o domínio do preso e onde as forças de segurança tradicionais não possuem mais o controle interno dos detentos.

Ele afirma que, além de atuar nas intervenções, os membros do GIR de São Paulo dão aulas de gerenciamento de crise, imobilização tática e outras técnicas que fazem parte de uma espécie de oficina pedagógica que transfere conhecimento aos agentes dos Estados que não possuem tanta vivência carcerária quanto os trabalhadores de São Paulo.

“Nós temos muita bagagem, mas mesmo assim sempre muito a aprender, porque a situação carcerária nunca fica estática. Buscamos conhecimento e técnicas para desempenhar esse bom papel que faz parte do nosso cotidiano, então não encontramos dificuldades na contenção por ter essa experiência. E é uma satisfação ajudar outros Estados em momentos tão tensos e de dificuldades”, comenta Eduardo.

A previsão é que, em Roraima, o grupo permaneça pelo menos até outubro. Parte dos integrantes da FTIP está saindo do Estado onde a situação está controlada e indo para o Amazonas, com o objetivo de se unir a outros integrantes da Força-Tarefa que já desembarcaram em Manaus para retomar o controle da ordem nas quatro unidades terceirizadas onde foram registrados massacres desde o dia 26 de maio.

O SIFUSPESP avalia que os trabalhadores penitenciários que prestam um serviço tão nobre quanto o de oferecer ao Estado respaldo para um trabalho seguro dentro das unidades em todo o Brasil devem ser valorizados não somente nos momentos de crise no sistema prisional, mas sempre. Eles prestam um serviço público, de excelência, que é insubstituível e que precisa da dedicação que somente o servidor ligado ao Estado pode oferecer.

 

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