Durante o evento, realizado nesta quinta-feira(30), diretoria de Saúde do SIFUSPESP, trabalhadores da ativa e aposentados fizeram muitas críticas à péssima gestão à terceirização de serviços, à falta de hospitais credenciados no interior e de médicos que supram as demandas urgentes da saúde do funcionalismo público do Estado
por Giovanni Giocondo
Após terem participado da cerimônia de promulgação da Proposta de Emenda Constitucional 02/2022, que criou a Polícia Penal paulista, nesta quinta-feira(30), na Alesp, os diretores do SIFUSPESP estiveram presentes também em uma audiência pública em que o ponto central do debate foi a situação de abandono do Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual(IAMSPE).
Convocada pelo mandato da deputada estadual Professora Bebel(PT), a discussão envolveu centenas de trabalhadores do setor público do Estado que lotaram o auditório Paulo Kobayashi. No local, o grupo se manifestou com um sentimento que tem sido infelizmente bastante comum entre todas as categorias do funcionalismo: A indignação pelos péssimos serviços de saúde prestados pelo governo do Estado.
Um dos pontos principais das críticas dos servidores é a terceirização de muitas das atividades realizadas dentro do Hospital do Servidor, localizado na zona sul de São Paulo. No olhar do presidente da Comissão Consultiva Mista(CCM) do IAMSPE, José Luis Moreno Prado Leite, ao delegar à iniciativa privada as atividades básicas de saúde dos servidores, o governo lava as mãos para o caos generalizado que foi instalado no atendimento.
“Os funcionários contratados não possuem o treinamento adequado ou não são em número suficiente para lidar com uma demanda gigantesca de homens e mulheres que muitas vezes precisam de um acompanhamento mais especializado, e que esperam por horas e até dias até conseguirem um leito, ou mesmo terem o tratamento adequado de seu problema sem que haja consequências graves à sua qualidade de vida”, explicou.
Já para o diretor-adjunto de Saúde do SIFUSPESP e coordenador da CCM no interior do Estado, Luiz da Silva Filho, o grande drama vivido pelos servidores que dependem do IAMSPE é o não credenciamento de novos hospitais, clínicas e laboratórios nas cidades do interior, o que sufoca o atendimento na capital e promove grandes deslocamentos de pessoas sem condições de saúde para serem atendidas na capital.
“Não é possível dar conta de tantas viagens, muitas delas longas e desgastantes, para fazermos uma simples consulta, um exame, que está indisponível nas regiões onde vivemos. Os recursos para serem aplicados existem, mas o instituto não abre os editais e, por vezes, fica devendo a Santas Casas e outras instituições com quem havia convênios - exemplo de Presidente Prudente - o que leva ao bloqueio do atendimento”, afirmou.
Por sua vez, o diretor de Saúde do SIFUSPESP e coordenador-adjunto da CCM na região metropolitana de São Paulo, Apolinário Vieira, disse que muitas dessas situações de serviços de baixa qualidade poderiam ser evitados se o governo fizesse a contrapartida financeira ao investir no IAMSPE a mesma alíquota retirada mensalmente do bolso dos servidores para custear o plano de saúde.
A grande maioria dos trabalhadores presentes, formada por idosos, também aproveitou a oportunidade para defender a aprovação de Projetos de Decreto Legislativos(PDLs) que determinam o fim do confisco das aposentadorias dos servidores. Desde maio de 2020, entre 11% e 16% dos proventos desses servidores têm sido retirada para bancar um suposto “déficit atuarial” nas contas da São Paulo Previdência(SPPrev).
A deputada Professora Bebel(PT) denunciou o fato de que muitos aposentados têm passado necessidades básicas porque tiveram de cortar gastos com alimentação e até medicamentos devido à continuidade das retiradas dos valores mediante o decreto do ex-governador João Doria(PSDB). “Precisamos continuar resistindo nessa luta para revogar esse absurdo, que feriu de morte os nossos aposentados”, concluiu.
Grande apoiadora do acampamento montado pelo Fórum Penitenciário Permanente em frente à Alesp durante o mês de maio - mobilização responsável por inúmeras vitórias recentes da categoria penitenciária, entre elas as nomeações de aprovados em concursos e a PEC da Polícia Penal - a parlamentar recebeu das mãos do SIFUSPESP a insígnia da Polícia Penal, em demonstração do grande valor de seu auxílio para tantas conquistas.