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Durante evento na Câmara Municipal, Jill Moraes fez críticas à falta de qualidade dos serviços de saúde da Prefeitura destinados a essa população

 

por Giovanni Giocondo

Símbolo da luta pelo respeito e da tolerância para com os servidores públicos transgêneros dentro do sistema prisional, o policial penal aposentado Jill Alves de Moraes participou nesta terça-feira(28), de um debate promovido em razão do Dia do Orgulho LGBTQI+(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Travestis, Transgêneros, Queers e Intersexo), realizado na Câmara Municipal de São Paulo.

Durante sua exposição, o servidor fez críticas pesadas à falta de qualidade dos serviços de saúde prestados às pessoas trans que buscam o atendimento da Prefeitura da capital. Aos 58 anos, ele relatou que tem sofrido com inúmeros problemas gerados após o início de seu tratamento em uma Unidade Básica de Saúde(UBS) no bairro Santa Cecília, centro da capital, que deveria ser um espaço de excelência na recepção dessas pessoas.

“Venho aqui para fazer uma denúncia sobre a total falta de estrutura desse serviço atualmente vigente em São Paulo, que está colocando em risco a nossa saúde. Nós ajudamos a construir esse lugar desde o início, há muitos anos atrás, e agora não contamos com uma equipe multidisciplinar para nos acompanhar e aos jovens que dependem desse amparo”, explicou.

Para o policial penal, a militância LGBTQI+ precisa mudar com urgência esse cenário, antes que sua qualidade de vida se deteriore ainda mais em razão da falta de especialistas que estão acompanhando os transgêneros e transexuais. “Os médicos que temos disponíveis são poucos para o tamanho da demanda, mas não são endocrinologistas. Apesar da atenção com que nos tratam, lhes falta esse conhecimento”, declara.

Na perspectiva do policial penal, as 28 UBSs prometidas pela Prefeitura, que contariam com profissionais capacitados para o atendimento em diversas áreas da cidade não estão em pleno funcionamento, o que sufoca o serviço na região central e acaba por tornar mais complicado o acesso da população trans.

Jill Alves de Moraes foi o primeiro registro no Brasil de trabalhador transgênero que havia tido seu pedido de aposentadoria negado pela São Paulo Previdência(SPPrev) em razão de suposta “dúvida jurídica relevante” por conta do tempo de contribuição dedicado à Secretaria de Administração Penitenciária(SAP).

Com auxílio do Departamento Jurídico do SIFUSPESP, Jill conseguiu provar que tinha os requisitos necessários para se tornar inativo e ainda entrar com uma ação por danos morais contra o Estado devido ao não reconhecimento de seu direito e à exposição a que ele ficou submetido por essa negativa do Estado. Relembre o caso neste link.

O evento desta terça na Câmara foi organizado pela vereadora Erica Hilton(PSOL), uma das principais representantes da população LGBTQI+ na capital paulista.

 

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