Baixo efetivo é o principal problema que afeta a segurança da unidade, que também está superlotada
por Giovanni Giocondo
Diretores do SIFUSPESP estiveram nesta quarta-feira (24) no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Franco da Rocha, para verificar as condições de trabalho e de segurança da unidade, onde na noite de terça, dois policiais penais foram rendidos por criminosos armados durante uma incursão de ninjas.
Felizmente, nenhum dos dois servidores se feriu na ocorrência, mas os suspeitos conseguiram introduzir sacolas com drogas e celulares na unidade, que foram recolhidas pelos detentos. Os sindicalistas conseguiram conversar com um dos funcionários rendidos, que está bem de saúde.
Na visita, o presidente Fábio Jabá e o secretário-geral do sindicato, Gilberto Antônio da Silva, fizeram a constatação de um cenário que vem se espalhando por todo o sistema prisional de São Paulo. O aprofundamento do déficit de funcionários.
Para Jabá, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) precisa mudar de postura urgentemente no que se refere a essa grave redução no seu quadro de servidores, sob pena de episódios violentos como os registrados ontem começarem a se repetir por todos os CPPs do Estado.
"Nas unidades que temos visitado recentemente, esta é a principal queixa, principalmente no caso do semiaberto, onde não há vigilância armada e o contato com o ambiente externo e o consequentemente assédio dos ninjas é facilitado. Sem trabalhadores suficientes para coibir esses crimes, a vida de todos corre risco, a exemplo dessa abordagem registrada em Franco da Rocha", afirmou.
No entendimento do sindicato, é somente com mais nomeações de policiais penais que esse momento de dificuldades será contornado. "Para que o servidor tenha mais segurança para vir trabalhar, ele depende de apoio nas suas funções, daí a necessidade de o SIFUSPESP seguir com a reivindicação de mais convocações, que certamente vão auxiliar a alterar essa realidade deficitária e insegura dos CPPs", ponderou o presidente.
Outra das exigências do sindicato para conter os arremessos de drogas e celulares é a estruturação de uma equipe permanente do Grupo de Intervenção Rápida (GIR) nessas unidades. Hoje, o GIR esteve no CPP para fazer uma blitze nas celas e tentar encontrar entorpecentes e equipamentos eletrônicos, entre outros objetos ilícitos.
O CPP de Franco da Rocha está superlotado, o que é mais um elemento responsável pela redução da segurança do estabelecimento penal. De acordo com dados da SAP, a unidade possui atualmente uma população de 2.284 sentenciados, apesar de sua capacidade ser limitada a 1.738 detentos.
Confira no vídeo abaixo mais detalhes sobre a visita feita pelo SIFUSPESP nesta quarta-feira: