Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira(30), governador João Doria(PSDB) e seus secretários responsabilizaram população por aglomerações e alegaram “cautela” ao anunciar manutenção da quarentena no Estado, com medidas mais restritivas que, segundo o Palácio dos Bandeirantes, vão auxiliar a conter avanço da pandemia do coronavírus
por Giovanni Giocondo
O governo de São Paulo anunciou mais restrições às atividades econômicas em todo o Estado como forma de combater o avanço da pandemia do coronavírus. Em coletiva de imprensa feita nesta segunda-feira(30), o governador João Doria(PSDB) comunicou o recuo da fase verde para a fase amarela do Plano SP.
A reclassificação do Plano SP estava marcada para acontecer no dia 16 de novembro, mas foi adiado para hoje tendo como justificativa um suposto “apagão” nos dados sobre a incidência da COVID-19, ocorrido no dia 5 de novembro.
Com isso, comércio, bares e restaurantes poderão funcionar no máximo 10 horas por dia, deverão obedecer a limitação do horário de funcionamento das 22h, enquanto eventos culturais com pessoas em pé voltam a ser proibidos.
Doria esperou eleições para fazer anúncio
A medida restritiva foi adotada um dia após o segundo turno das eleições municipais. De acordo com o Palácio dos Bandeirantes, houve registro no aumento do número de casos e de internações em virtude do coronavírus em pelo menos 62 municípios do Estado, cujos nomes não foram divulgados mas com quem o governo prometeu se reunir amanhã “com objetivo de melhorar o controle da pandemia nestes municípios”, afirmou Doria.
De acordo com dados do Centro de Contingência contra o Coronavírus, houve 17% de aumento nas internações entre os dias 15 e 21 de novembro, após ter sido registrado também outra alta, de 18% na semana epidemiológica anterior. A secretaria estadual de Saúde informou que São Paulo está atualmente no mesmo patamar de risco em que se encontrava entre o final de setembro e o início de outubro.
No sistema prisional paulista, até o momento, morreram 34 detentos e 31 servidores vítima do coronavírus, enquanto mais de 10 mil tiveram confirmado o contágio de acordo com dados da Secretaria de Administração Penitenciária(SAP). No entanto, apenas pouco mais de 20% da população carcerária e do quadro de pessoal - que superam 260 mil indivíduos - foram submetidos a testes para a COVID-19.
Na coletiva, o governador e seus secretários responsabilizaram a população pelo aumento dos casos, reforçando o pedido para que as pessoas fiquem em casa e dizendo que a fiscalização do uso de máscara, de festas e outras aglomerações será “quadruplicada”. “Não é o momento de celebrar. Isso só deve acontecer quando houver vacina”, disse Doria.
Entre as regiões que estavam na fase verde e retornaram para a amarela estão a capital e todos os municípios da região metropolitana de São Paulo, além das regiões de Taubaté, Campinas, Sorocaba, Baixada Santista e Piracicaba. As demais regiões do Estado continuam na fase amarela.
O governo também alterou as regras do Plano SP, e com isso passará a atualizar a flexibilização ou a restrição a cada sete dias, e não mais a cada 28 dias. Um novo anúncio está marcado para acontecer no próximo dia 4 de dezembro.
A expectativa é que um novo decreto com a nova restrição seja publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo nesta terça-feira(01). Posteriormente, deve ser também editada resolução interna da SAP mantendo o afastamento dos servidores que fazem parte do grupo de risco para o coronavírus.