Medida visa a reduzir avanço do coronavírus pelo sistema, que já registra mais de mil presos contaminados e 20 servidores mortos em decorrência da doença. Para o SIFUSPESP, decisão de evitar contato entre presos e familiares é acertada devido a aumento no número de contaminados.
por Giovanni Giocondo
A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) decidiu prorrogar por mais 30 dias a suspensão da visitas a detentos do sistema prisional paulista. A medida visa a mitigar o avanço da contaminação pelo coronavírus entre os sentenciados, familiares e também entre os policiais penais e demais servidores penitenciários. A suspensão foi publicada mediante resolução no Diário Oficial do Estado de São Paulo nesta sexta-feira (26).
As visitas estão suspensas desde o final de março, após insistentes solicitações do SIFUSPESP para que a ação fosse adotada em virtude da gravidade da infecção pela COVID-19 dentro das unidades prisionais..
Dados atualizados pelo sindicato nesta quinta-feira (25), com base nos exames oficiais dos servidores, mostram que 265 trabalhadores já foram contaminados, e 20 morreram. Entre os presos, de acordo com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), já há 1.055 casos confirmados e 15 mortes.
O aumento exponencial no número de detentos contaminados se deu após o início da testagem em massa no sistema, na semana passada. O SIFUSPESP cobra a realização de exames em todos os servidores e também os sentenciados como forma de mapear a situação real do sistema e adotar medidas drásticas de contenção do vírus.
Para o presidente do sindicato, Fábio Jabá, a prorrogação é uma medida acertada por parte da SAP, sobretudo devido à continuidade do altíssimo risco que o coronavírus representa para todos que estão dentro dos muros. “Desde o início da pandemia, defendemos a suspensão com o objetivo de preservar vidas. Ainda estamos no auge da infecções e os números disparam a cada dia porque os testes não mentem. Não é o momento de relaxar”, reitera o sindicalista.