Por Flaviana Serafim
“Sistema prisional: Vender as prisões para empresas é a solução?” foi o tema da audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (13), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A audiência foi uma iniciativa do mandato do deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL), em parceria com o SINDCOP e a federação Internacional de Serviços Públicos (ISP).
O evento teve a participação da delegação da Federação Americana de Professores (American Federation of Teachers - AFT), entidade que representa trabalhadores de diversos serviços públicos nos Estados Unidos.
Os representantes da AFT compartilharam suas experiências de enfrentamento à privatização do sistema, e debateram diversas questões, apontando a perda de direitos dos servidores e dos detentos diante da precariedade causada pelas empresas em busca de lucro. O aumento do encarceramento foi outro problema destacado pela delegação.
Em sua intervenção durante a audiência, Fábio César Ferreira, o Fábio Jabá, presidente do SIFUSPESP, defendeu “uma nova ideologia” e “atitude” contra as privatizações e por reajuste salarial digno.
O sindicalista propôs tanto a criação de comissões nas unidades prisionais como a construção de uma paralisação unificada de todas as categorias do serviço público, e alertou para a “compra” das cadeias privatizadas pelas facções criminosas.
“Somos democráticos, respeito a esquerda e a direita, cada um tem sua ideologia. Mas tá na hora de começar a implantar a ideologia da sobrevivência porque somos massacrados pela falta de condição de trabalho, superlotação e agora a privatização. Já passou o tempo de reflexão, agora é hora de atitude. Nós do sindicato vamos tomar atitude e queremos que os companheiros venham com a gente”, disse o dirigente.
Como estratégia, ele apontou o diálogo com a sociedade, pois estão em jogo a segurança e os recursos públicos se o sistema for transferido à iniciativa privada, e chamou atenção para o fato das privatizações já realizadas no país não terem trazido retorno à população.
Segundo Jabá, diferente dos Estados Unidos, os trabalhadores brasileiros “têm uma cultura de fazer paralisações, de ir às ruas. Não tem como não parar os serviços públicos e chamar atenção do governador. Nós, servidores, somos os verdadeiros representantes do Estado. Os governantes vão e vêm, mas nós ficamos”, conclui.