Com orçamento do instituto contingenciado, grupo inaugura lutas na quinta-feira(29), em meio a denúncias de superlotação, demora no atendimento e suspeitas de irregularidades em contratos com clínicas particulares
por Giovanni Giocondo
Em meio a uma conjuntura de caos no atendimento da saúde dos servidores públicos e de seus familiares, será lançada nesta quinta-feira (29), a Frente Parlamentar em Defesa do Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual(IAMSPE). O evento acontece na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), a partir das 10h, no auditório Franco Montoro.
Coordenada pela deputada estadual Professora Bebel (PT), a frente tem como objetivo lutar pela melhoria dos serviços e da infraestrutura fornecidos nos hospitais e centros médicos do IAMSPE. Há anos, o já combalido convênio de saúde pelo qual o funcionalismo paga mensalmente tem sido abandonado pelo governo do Estado e tornado inoperante o modelo que deveria ser exemplo diante da demanda de mais de um milhão de usuários.
Em reportagem do programa “Bora no Ar”, veiculado pela TV Bandeirantes neste mês de agosto, usuários denunciaram o completo descaso por parte da gestão do instituto desde os atendimentos mais básicos até aqueles de média e alta complexidade. São atrasos de anos para a marcação de cirurgias, procedimentos cancelados por falta de medicamentos e objetos contaminados, além de filas homéricas nos pronto-socorros.
O coordenador de Saúde do SIFUSPESP e membro da Comissão Consultiva Mista (CCM) do IAMSPE, Luiz da Silva Filho, aponta que uma das principais causas da derrubada na qualidade do serviço se relaciona com a não contrapartida financeira por parte do governo do Estado para equalizar os valores pagos pelos servidores, bem como a contratação de convênios sem licitação, estes últimos denunciados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
“Além desses fatores, observamos com aflição o adiamento ou a suspensão de cirurgias em diversas especialidades devido à falta de material médico, os atrasos nos pagamentos às clínicas que prestam serviços em diferentes cidades do interior, que trazem como consequência o não atendimento, e também com as notícias de que o orçamento está sendo contingenciado e não será suficiente para fornecer o mínimo de dignidade ao servidor”, alerta.
A CCM, além de dialogar com os usuários do IAMSPE para monitorar as falhas e apresentá-las à frente parlamentar e à imprensa, segue na batalha pela composição dos Conselhos Administrativo e Fiscal com participação de representantes dos servidores, permitindo assim que as demandas dos funcionários públicos possam ser finalmente atendidas, com um atendimento de fato universal e de qualidade para todos.