De acordo com investigação do Ministério Público e da SAP, José Antônio Rodrigues Filho teria recebido propina em troca de promover transferência irregular de presos para a unidade prisional
O diretor do Centro de Ressocialização(CR) de Araçatuba, José Antônio Rodrigues Filho, foi preso nesta quinta-feira, 12/04, sob acusação de participar de um esquema de corrupção para permitir, de forma indevida, que presos fossem transferidos para a unidade prisional que ele comandava. Um agente penitenciário aposentado, seu filho e uma advogada também foram detidos por terem envolvimento no caso.
A investigação foi iniciada em maio do ano passado, feita em conjunto pela Secretaria de Administração Penitenciária(SAP) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado(GAECO) da Procuradoria-Geral de Justiça do Estado de São Paulo. De acordo com as autoridades, Rodrigues Filho e os demais integrantes do esquema cobravam propina dos detentos a fim de que eles cumprissem pena em Araçatuba.
Por que os presos queriam ir para o Centro de Ressocialização? Considerado pela SAP como uma unidade “modelo”, o CR foi inaugurado em 2001 e conta, atualmente, com apenas 235 detentos, diante de uma capacidade para 214 pessoas, incluindo o anexo do regime semi-aberto. É portanto uma unidade com número bastante baixo de sentenciados na comparação com as demais unidades do sistema prisional paulista.
Com segurança mínima, o espaço também permite, dentro do que especifica a legislação, um modelo mais flexível de vigilância. Daí vem a grande “procura” por parte dos presos para cumprirem suas penas no local e, infelizmente, a participação de funcionários do sistema que se corromperam e acabaram detidos na operação, batizada de “Fura-Fila”.
A SAP informou por meio de nota divulgada à imprensa que os servidores presos vão responder a processo administrativo e podem ser demitidos a bem do serviço público. O inquérito policial vai correr em paralelo, com outras acusações que pesam contra Rodrigues Filho e os demais envolvidos.
O agente aposentado já havia sido preso no início da operação, pois além de receber propina também foi flagrado com 10 kg de drogas e uma arma de fogo irregular. Seu filho foi preso sob acusação de tráfico de entorpecentes, enquanto a advogada não teve seu nome revelado, tampouco seu papel no esquema.
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