A Penitenciária "Nestor Canoa", de Mirandópolis, tem nova direção. O antigo diretor, Paulo Sérgio da Silva, perdeu o cargo depois que servidores e o SIFUSPESP denunciaram à SAP que ele teria sido flagrado cometendo irregularidade grave dentro da unidade. A SAP informou em nota para a imprensa que o ex-diretor saiu em razão de “problemas de gestão que vinham ocorrendo".
“A SAP mudou o diretor, mas não estamos satisfeitos ainda. Exigimos uma apuração detalhada das denúncias contra o ex-diretor. Amanhã iremos ao Ministério Público daqui de Mirandópolis formalizar o pedido de investigação”, conta o coordenador regional do SIFUSPESP em Mirandópolis, Riomar Evangelista.
Para a imprensa, a SAP informou que o caso está sendo apurado pela Coordenadoria de Unidades Prisionais da Região Oeste em caráter sigiloso “por questões legais e éticas” e que “caso haja procedência” das denúncias, será encaminhado para a Corregedoria. “Queremos a apuração rigorosa, bem-feita e rápida. Queremos que a SAP investigue o ex-diretor com a mesma vontade com que investiga os outros funcionários”, explica Riomar Evangelista.
A denúncia
Ontem (25) uma comissão do SIFFUSPESP foi à PI de Mirandópolis e já encontrou o novo diretor geral, Ricardo Marconato, e o diretor de disciplina, Malvino. Representando o sindicato estavam Fábio Jabá (diretor de Formação), Luiz da Silva Filho (diretor de Saúde), Riomar Evangelista (Coordenador da Regional Mirandópolis), e Mário Américo (diretor de Base). A reunião serviu para esclarecer o que realmente havia acontecido na gestão anterior da unidade prisional que culminou na saída do ex-diretor Paulo Sérgio.
A denúncia é de que o ex-diretor da unidade tenha sido responsável pela entrada de dois aparelhos de telefone celular na penitenciária, que seriam repassados a presos. Após uma vistoria de obra, Paulo Sérgio teria entrado no banheiro que serve aos presos, onde demorou cerca de cinco minutos. Desconfiados, servidores fizeram uma vistoria no banheiro após a saída do diretor e descobriram dois celulares embrulhados em fita adesiva, escondidos atrás do vaso sanitário.
Ainda mais grave
Após o flagrante dos celulares, o problema ficou mais grave na avaliação de Riomar Evangelista. Isso porque, segundo informações apuradas no local pelos representantes do sindicato, o fato criminoso foi informado à CROESTE mas não foi devidamente registrado, nem como comunicado de evento e nem como Boletim de Ocorrência.
“Fomos até a CROESTE protocolar um ofício (clique aqui) e tentar conversar com o coordenador Roberto Medina, mas ele não pôde nos atender. Fomos atendidos pela pessoa responsável pelo serviço de inteligência da SAP que nos assegurou que seria feita uma apuração preliminar dos fatos. Ele reconheceu que os diretores envolvidos deveriam ter ido para uma delegacia na hora, para iniciar a investigação criminal, o que não ocorreu”, relata o coordenador do SIFUSPESP em Mirandópolis.
Para garantir a devida apuração dos fatos e a imputação das responsabilidades, o SIFUSPESP irá solicitar que o Ministério Público também faça uma investigação.