O clima constante de alerta e problemas internos como falta de funcionários já são dificuldades de rotina para quem trabalha no sistema prisional. No CDP de São Vicente, região da Baixada Santista, o déficit de funcionários é tão grave que apenas um agente é responsável por soltar e trancar todos os detentos de um pavilhão. Ou seja, um único servidor para 300 pesos no pavilhão de convívio.

A expectativa na redução do risco que sofrem está na reforma de automação já iniciada na unidade. Representantes do SIFUSPESP fizeram uma visita no CDP de São Vicente para acompanhar a obra e avaliaram positivamente, porém com ressalvas ao projeto que está sendo implantado.

As portas das celas já tiveram sua abertura modificada. No modelo manual, a porta abria 180 graus. Hoje, com o sistema de automação, ela abre somente 45 graus melhorando o controle de saída de preso. O sistema motorizado em tese pode ser viável, pois torna a pressão no fechamento da porta mais eficaz.

Por se tratar de evitar o contato dos agentes com presos, a intenção da automação é positiva, porém o projeto se torna incompleto. "A secretaria está automatizando as portas das celas, mas está esquecendo em setor muito importante que seria a gaiola que chamamos de 'VIÚVA'", informa o Coordenador da regional da Baixada, Carlos José.

 A gaiola é a área de passagem, onde servidor retira o sentenciado do Pavilhão de convívio para qualquer atendimento que ele venha a ter. De acordo com o projeto, esta área não terá suas portas automatizadas. "Assim se mantém a falha na segurança, pois com os sentenciados soltos o ASP continuará vulnerável" diz Carlos José.

A observação feita pelos coordenadores no melhoramento da Viúva foi aprovada pelo Diretor Geral da unidade e pelos funcionários da unidade.  A proposta será levada pelo SIFUSPESP à Coordenadoria da região para que a automação da gaiola seja inclusa no projeto.

Estavam na visita o Coordenador da Baixada Santista Carlos José e o Diretor de Base Alexandre Barnel.