O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado convoca todos os servidores do sistema prisional paulista a participarem de uma greve geral a partir da zero hora do dia 13 de março de 2014. A decretação da greve geral por parte do SIFUSPESP aconteceu durante reunião online realizada às 15h de hoje com 108 representantes de unidades prisionais paulistas. A greve é em represália à proposta feita pelo governo para a categoria, apresentada ontem para as entidades sindicais.
A votação de rejeição da proposta do governo foi unânime durante a reunião. O SIFUSPESP se manifestou ontem ainda de forma bastante crítica em relação à proposta do governo, que além de se referir à campanha salarial do ano passado, não contemplou as reivindicações referentes a valorização dos servidores, aumento salarial e melhorias nas condições de trabalho.
“Fizemos tudo como a legislação exige na campanha salarial, mas o governo nos ignorou por um longo ano, e quando veio apresentar a sua proposta, vimos que não atendeu nem às reivindicações da pauta salarial e nem as de condições de trabalho. Chega. O governo está brincando com a categoria. O SIFUSPESP convoca a todos os servidores do sistema para dar agora a resposta que o governo merece”, explica João Rinaldo Machado, presidente do SIFUSPESP.
O Departamento Jurídico do SIFUSPESP já foi acionado para tomar todas as medidas legais cabíveis para dar sustentação à greve. Também se prepara para dar apoio jurídico aos grevistas, para que não ocorram punições aos trabalhadores que justamente paralisaram as atividades para reivindicar valorização, condições de trabalho e respeito.
HISTÓRICO
A decretação de greve oficial por parte do SIFUSPESP hoje obedece a um cronograma iniciado ainda no ano passado. O descontentamento com o modo com que o governo simplesmente desprezou as reivindicações da categoria começou a ter notoriedade pública com uma manifestação que o SIFUSPESP promoveu no dia 6 de setembro, reunindo cerca de 500 servidores na frente da SAP e na frente do Palácio dos Bandeirantes. Ali foi deliberada a criação das comissões de greve.
Em 13 de novembro, a deliberação da criação das comissões de greve foi ratificada em assembleia geral da categoria, realizada na sede do SIFUSPESP. Na ocasião, os participantes também deliberaram pela decretação do estado de greve, e que, dali em diante, a greve poderia ser deflagrada a qualquer momento pelo sindicato com a anuência da comissão de greve.
Em fevereiro, reunidos também na sede do SIFUSPESP, os diretores da entidade decidiram que, diante do silêncio contínuo do governo em relação às reivindicações da categoria, a greve deveria ser proposta pelo sindicato para as comissões. No entanto, no dia 6 de março, um dia antes da reunião da comissão de greve, o governo oficialmente retomou as negociações ao convidar as entidades sindicais da categoria para uma reunião que ocorreu ontem (11).
Acontece que a proposta do governo apresentada ontem não contemplou as reivindicações da categoria nem as feitas no ano de 2013 e muito menos as reivindicações de 2014, o que foi considerado pelo sindicato como mais uma prova de desrespeito do governo com a categoria. Diante disso, o sindicato antecipou a reunião com a comissão de greve para hoje à tarde, onde foi confirmada por unanimidade a insatisfação dos servidores com a proposta governamental e a necessidade de paralisação total do sistema prisional paulista, que deve ocorrer a partir da zero hora desta quinta, dia 13.
A GREVE
A greve é por tempo indeterminado. A partir da zero hora desta quinta-feira, dia 13, os servidores de todo o estado devem fazer os serviços essenciais listados a seguir: alimentação dos presos, atendimento médico aos presos, e liberação com alvará de soltura. Além disso, os servidores devem se organizar para que o mínimo de 30% do efetivo esteja presente nas unidades trabalhando. O restante do pessoal deve se concentrar na frente das unidades se manifestando, junto com aqueles que estiverem de folga, de licença, ou em qualquer outra situação em que sua presença dentro da unidade não seja exigida.