Aconteceu o que todos temiam: o assassinato de mais um agente do sistema prisional paulista, o 9º neste ano e 8º neste semestre. O crime aconteceu no sábado, 13. Airton Pinto Barbosa, ASP da P1 Hortolândia, foi executado com 4 tiros por bandidos armados. A arma do agente foi roubada.

O corpo do ASP Airton Pinto da Fonseca será sepultado em Itaí nesta segunda-feira, às 9h. Será no Velório Municipal de Itaí, localizado na R. Abílio Raposo Ferraz, 719 Itaí – SP. Como deliberado na assembleia do dia 10, a categoria deve se apresentar em peso no velório e sepultamento do ASP. Além disso, todos os servidores nesta segunda deverão usar roupa preta com tarja preta no braço, indicando luto. E às 8h50 da manhã, todos devem paralisar as atividades, cruzar os braços e cumprir 10 minutos de silêncio.

O SIFUSPESP relembra a todos as deliberações tomadas na assembleia do último dia 10, em relação a assassinatos de agentes: além do comparecimento em massa à cerimônia fúnebre, 10 minutos de silêncio na hora que antecede o sepultamento, uso de vestimenta e tarja preta no dia do velório, todos os servidores de todas as unidades devem manter a operação padrão por 48 horas, ou seja, até esta segunda.

A operação padrão indica que os servidores deverão cumprir rigorosamente todos os procedimentos de segurança nas unidades de forma extremamente cuidadosa e minuciosa, sem pressa.

“Perdemos mais um companheiro vítima da bandidagem. Temos que protestar, mostrar ao governo e à sociedade que estamos indignados e precisamos que medidas urgentes sejam adotadas para conter essa onda de violência e punir os assassinos, executores e mandantes”, diz José Edgar Machado, Coordenador do SIFUSPESP em Campinas, que esteve no velório do ASP Airton neste domingo.

O SIFUSPESP decidiu, ainda, confeccionar faixas indicando o luto dos servidores e cobrando atitudes do governo. Estas faixas serão colocadas na frente das unidades prisionais, com intenção de denunciar à sociedade a violência que vem sendo praticada contra os servidores. “Contamos com a colaboração da categoria para mantermos as faixas na fachada dos prédios. Solicitamos que denunciem se alguma faixa for retirada. O email para denúncias é o Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.”, esclarece Adriano Rodrigues, Diretor de Comunicação do SIFUSPESP.

“Os assassinatos contra agentes continuam impunes, seus executores estão livres, o que é uma vergonha para o governo e motivo de indignação e medo para a categoria. Por isso temos que ir para o movimento, temos que demonstrar claramente nossa revolta pela morte de nossos colegas. Temos que reagir, e as manifestações deliberadas na assembleia são um começo. Tudo precisa ter um começo, ‘melhor é o fim das coisas do que o começo’, provérbio bíblico. Eu acredito, por isso luto!”, convoca Adriano.

E A SAP?

Na última reunião que o SIFUSPESP teve com o secretário da SAP, Lourival Gomes, este airmou que a secretaria está acompanhando as investigações dos casos de assassinatos em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública. O relatório de investigações destes crimes, apresentados durante a reunião, informam que algumas delas estão avançadas, mas o fato é que até agora não se tem notícia de prisões em decorrência destes crimes.

Lourival Gomes se comprometeu a comunicar ao sindicato acerca do andamento e das conclusões de cada investigação. Adiantou também que os responsáveis pelos crimes serão encaminhados a presídios federais, conforme compromisso firmado em 2010 com o Ministro da Justiça, que garante que todo crime contra servidores da segurança pública terá seus acusados encaminhados para este destino.

O Presidente do SIFUSPESP, João Rinaldo Machado, acredita que estes processos de violência que ocorrem dentro e fora dos presídios têm o intuito claro de intimidar e desestabilizar a categoria e que as medidas tomadas são necessárias como resposta, para resgatar o respeito, a segurança e a disciplina dentro dos estabelecimentos penais.