O presidente do SIFUSPESP, João Rinaldo Machado, recebeu hoje o agente penitenciário Jeong Dae Seung, representante do Ministério da Justiça da Coreia do Sul. O agente, que trabalha como diretor de disciplina em uma penitenciária de Seul, está realizando um estudo sobre o sistema prisional brasileiro a pedido do governo sulcoreano. O objetivo é evitar que problemas que acontecem no Brasil sejam evitados futuramente no país asiático.
“O governo coreano quer fazer uma aproximação com o Brasil”, explica Jeong. Na Coreia do Sul existem 50 mil presos e 16 mil funcionários. O sistema penitenciário é federal. As condições de trabalho na Coreia do Sul são muito diferentes do Brasil.
Jeong ficou espantando com a superlotação nos presídios de São Paulo e com a relação de funcionário por preso. Segundo informações do agente, na Coreia do Sul, existem 3 presos para cada funcionário trabalhando em presídios, enquanto o número em São Paulo é superior, ou seja, 6 presos por cada funcionários da SAP. “Nas penitenciárias, este número é ainda maior”, explica João Rinaldo.
O servidor inicial coreano recebe um salário de aproximadamente R$ 13 mil reais mensais e trabalha 8 horas por dia. Como os trabalhadores são inseridos dentro do sistema de segurança nacional, não podem ter sindicato nem podem fazer greve.
Jeong informou que o sistema penitenciário na Coreia é muito mais rígido. Além de existir prisão pérpetua, os presos recebem as suas visitas pelo parlatório. “Apenas 30 de 2 mil presos de uma unidade tem direito a contato com a sua visita”, explica o agente sulcoreano. Sem superlotação e com melhores condições de trabalho, a entrada de objetos ilícitos nas penitenciárias coreanas não existe, apesar de lá existerem também facções criminosas.
O agente sulcoreano presenteou o SIFUSPESP com um livro sobre o sistema prisional daquele país, no qual podemos constatar a diferença absurda, tanto de condições de trabalho, como tecnológicas.