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Na última quarta-feira os funcionários do CPP Ataliba Nogueira decidiram em conjunto não liberarem os presos da unidade para o trabalho externo e chamaram o SIFUSPESP para discutir a situação da unidade. O Coordenador da Regional Campinas José Edgar Machado e o Presidente João Rinaldo Machado, além do Diretor de Base da unidade Paulo Fernando Bassan estiveram no local e se reuniram com o corpo funcional. No final, foi requerida uma reunião de emergência com o Coordenador da Coordenadoria da Região Central, Jean Ulisses Campos Carlucci.

Durante a reunião os funcionários, além de cobrarem que a SAP acompanhe a investigação sobre a morte do colega Cleoni, foi requerido que o coordenador agendasse uma reunião com a Juíza da 2ª Vara de Execuções de Campinas, Dra. Carla dos Santos Fullin Gomes, para requerer mais proteção, principalmente nesta saída temporária.

"Aproveitamos e também reivindicamos mais condições de trabalho na unidade. Falta de funcionários e superlotação são os principais problemas, além de questões estruturais e falta de equipamentos como aparelho de raio - X e até um gerador de energia", disse o Presidente do sindicato João Rinaldo Machado.

NOVOS PAVILHÕES HABITACIONAIS

Outra reclamação dos funcionários é quanto à construção dos três novos barracões para abrigar mais presos. Cada barracão terá capacidade para 200 detentos. "Mas nós sabemos que cada um abrigará bem mais do que isso na hora que estiver pronto", comentou um dos funcionários presentes. "O problema é que não haverá nenhuma outra reforma na unidade, como na portaria, cozinha, rede elétrica, hidráulica e rede de esgoto, além do aumento do quadro funcional, que já é deficitário", completou o agente.

Segundo Jean Carlicci, já foi feito o pedido para o aumento do quadro de funcionários ao DRHU. Além do pedido para que sejam preenchidos os cargos vagos, há também um pedido para algumas reformas no prédio como na portaria e almoxarifado, e outro pedido para aquisição de um gerador de energia.

Para João Rinaldo Machado, as reformas solicitadas ainda não são suficientes, seria necessário mais que isso para melhorar as condições de trabalho da unidade. O Coordenador da Regional Campinas, José Edgar Machado, disse que também há muitos desvios de função e tem o fato de haver muitos funcionários próximo da aposentadoria e que se o DRHU não se preparar haverá um problema sério num futuro próximo.

AUDIÊNCIA COM JUÌZA

Na quinta-feira a Juíza  Carla dos Santos Fullin Gomes, titular da 2ª Vara de Execuções de Campinas, recebeu o SIFUSPESP e funcionários do CPP. "Pudemos relatar alguns dos problemas desta unidade, sempre deixando claro que as demais unidades do Complexo Penitenciário Campinas/ Hortolândia também passam pelos mesmos problemas”, explicou João Rinaldo.

Foi entregue à juíza uma pequena pauta de itens que foram discutidas pelos funcionários do CPP.

O primeiro item pede para que a juíza acompanhe as investigações do assassinato do agente Cleoni Geraldo Lima, para que a investigação chegue aos autores e motivos do crime. Dra. Carla dos Santos nos disse que iria no mesmo dia ver quem era o delegado responsável e pedir que ele a atualize sobre a investigação.

Foi requerido também que a juíza pudesse pedir junto ao comando da Polícia Militar que realizasse rondas durante a saída e chegada nas saídas temporárias, principalmente nessa saidinha que ocorreu neste último final de semana. A juíza acatou o pedido.

O sindicato, junto com os servidores, também solicitou à juíza a retirada das barracas de camelô que ficam na frente do complexo, pois os agentes passam por elas para chegarem nas UPs e poderiam correr algum risco a segurança. A juíza disse que oficializaria as prefeituras de Campinas e Hortolândia além do DER, que é responsável pela área.

O quarto pedido é para que haja mais agilidade nas regressões dos detentos que cometeram falta e teriam que ser retornados ao regime fechado. A unidade não apresenta segurança para ficar meses com esses detentos até sua remoção e poderiam ocorrer tentativas de fuga.

Outro requerimento feito foi para que a juíza estudasse a possibilidade de embargar a obra dos novos barracões habitacionais até que a SAP apresente um plano de reformas no prédio para comportar novos detentos; também que aumente o quadro de funcionários e que complete os cargos que faltam na grade de funcionários.

"Estaremos acompanhando o desenrolar da investigação assim como ver se estes itens serão atendidos", concluiu José Edgar Machado.

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