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Nem um fato concreto sensibiliza este governo para os riscos de segurança que os servidores do sistema prisional paulista correm diariamente. Ontem um artefato explosivo atingiu um ASP da Penitenciária de Valparaíso, Paulo de Tarso, que ainda está em estado grave internado na UTI da Santa Casa de Araçatuba em decorrência dos ferimentos. Foi reivindicado que o GATE fosse à unidade fazer vistoria para evitar novas explosões. E hoje os servidores foram surpreendidos com a informação de que o GATE não vai entrar nesse caso.

“Enquanto o GATE não aparecer para fazer uma varredura completa na unidade, os servidores vão permanecer de braços cruzados. Tivemos a informação que pelo menos 10 metros de fiação sumiram da unidade, o que significa que os presos estão armando novos planos e podem ocorrer novas explosões, vitimando servidores. O governo está sendo mais do que irresponsável neste episódio: está sendo cúmplice, colocando a vida de seus funcionários em risco à toa”, critica o Diretor de Formação do SIFUSPESP Fábio Jabá, que esteve na Penitenciária de Valparaíso durante toda a manhã e agora no início da tarde se dirigiu para a Santa Casa de Araçatuba para levar a esposa do servidor ferido. Jabá está acompanhado do Coordenador do SIFUSPESP em Mirandópolis Riomar Evangelista.

O que está acontecendo em Valparaíso é muito grave. O que ocorreu ontem não foi um simples acidente de trabalho, mas sim um atentado. Os funcionários receberam denúncia de que havia droga escondida na trave do gol. Quando abriram a primeira trave acharam pólvora. Ao abrir a segunda trave se depararam com uma explosão que queimou o corpo do agente Paulo de Tarso e abriu seu abdome – um ferimento gravíssimo que necessitou de cirurgia emergencial ontem e uma nova cirurgia que está acontecendo hoje.

“Foi um atentado. O artefato explosivo estava colocado ali exatamente para ferir quem o achasse. Não era só pólvora, tinha pedaços de ferro, de prego. Os servidores temem, e com razão, que tenha outros artefatos do tipo escondidos na unidade, por isso reivindicamos uma vistoria rigorosa de técnicos em explosivo – no caso, o GATE. Hoje soubemos que de 10 a 15 metros de fiação sumiram. Vamos esperar o que? Que uma nova explosão ocorra? Que um outro servidor seja ferido gravemente ou até chegue a falecer?”, questiona Fábio Jabá.

O Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo apoia a iniciativa dos trabalhadores de paralisarem as atividades enquanto não houver certeza de que não há mais artefatos explosivos na unidade. “A segurança do trabalhador tem que vir em primeiro lugar, e na Penitenciária de Valparaíso o risco é muito grande. O governo precisa agir com rigor e rapidez para garantir a segurança dos funcionários, e não é o que se vê quando dispensa uma varredura do GATE”, explica o Presidente do SIFUSPESP João Rinaldo Machado.

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