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Historicamente a conquista dos trabalhadores sempre foi paulatina, ou seja, avançamos um pouco e continuamos lutando.

Historicamente também todas as negociações com o PSDB sempre foram difíceis, arrastadas e cercadas de ameaças e riscos para os trabalhadores.

Lembramos que na grande e maravilhosa greve de 2004 a categoria conquistou 5% de aumento e a reestruturação do plano de carreira aprovado na ALESP somente no segundo semestre de 2005. Isso sem esquecermos o desconto dos dias de greve que o Judiciário, afeito às decisões políticas e não técnicas, acabou avalizando.

Na greve de 2014, até proveniente de debates ocorridos em assembleias anteriores, ficou claro para os dirigentes sindicais que um ponto prioritário da Mesa de Negociação seria a não punição decorrente de atividades inerentes à greve, conforme determina a legislação e a orientação do sindicato. Assim como o desconto dos dias parados, se houvesse.

Conseguimos garantir o direito do servidor se manifestar e fazer greve por melhores salários e condições de trabalho. Parece básico, e é de fato numa democracia. Mas quem tem a memória dos descontos no holerite dos grevistas de 2004 sabe que nem sempre o básico é respeitado.

Aliás, nem precisa recorrer à memória de 10 anos atrás. Basta ter em mente aquilo que de fato motivou os servidores do sistema prisional paulista a realizarem agora nova greve: o atendimento aos direitos básicos do trabalhador, como valorização, reposição inflacionária, respeito, condições dignas de trabalho. É... continuamos lutando pelo básico.

Incontestável valor desta greve foi a união dos servidores. Sejamos sinceros: até bem pouco tempo atrás, ninguém acreditava que fôssemos capazes de nos unir dessa forma, realizando essa histórica greve. Das 158 unidades prisionais, 122 chegaram a paralisar as atividades nem que seja por um dia.

Os servidores mostraram determinação mesmo quando o governo agiu com truculência; mostraram indignação ao revelar as mazelas do sistema a uma sociedade que nunca demonstrou interesse no assunto; mostraram destemor ao enfrentar de peito aberto as ameaças de diretores que revelaram despreparo e prepotência para com seus subordinados temporários, e colegas de profissão. Nada disso vai ser esquecido.

Vimos diversas manifestações de servidores declarando estar orgulhosos da categoria a que pertencem, e provando o gostinho bom do Poder e da Força que temos quando estamos juntos por um mesmo objetivo. Vimos muitos participando ativamente do movimento, das reuniões, das assembleias, opinando e decidindo. Que essas descobertas e este sentimento perdurem, para o bem de nossa categoria.

No plano prático, essa greve de 2014 trouxe os funcionários para bem mais perto das entidades na gigantesca e difícil quebra de braço que mantemos com o governo desde sempre. Não é fácil negociar com este governo. A intransigência prepondera em qualquer negociação que tentamos ter. Não à toa, só agora nossa campanha salarial de 2013 terminou. Passamos 14 meses tentando negociar em vão.

Há muito tempo o SIFUSPESP defende que o servidor precisa ser valorizado (o que acarreta em melhores salários), mas principalmente que precisa ser respeitado. Condições de trabalho e saúde do trabalhador são essenciais. Com a greve, conseguimos recolocar essa questão em prática. Ganhamos apoio e visibilidade para discutir, propor e conquistar avanços nessa direção. O governo já sabe que isso é uma prioridade nossa, e aprendeu que a categoria está disposta a buscar essas mudanças.

Na nossa avaliação, a maior conquista que tivemos nesta greve foi o reconhecimento do poder que a categoria tem quando está unida. Isso abre portas para que alcancemos nossas reivindicações. O tempo do medo das ameaças e da submissão deve ficar definitivamente para trás. Nossa greve foi histórica. Parabéns, guerreiros e guerreiras do sistema prisional paulista!

O SIFUSPESP somos todos nós, unidos e organizados. Filie-se!

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