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Temos uma reunião importantíssima nesta sexta-feira, que vai decidir sobre a greve dos funcionários do sistema prisional paulista. O SIFUSPESP está focado neste assunto, organizando não apenas o encontro de amanhã, mas também todos os procedimentos necessários para a efetivação da greve, se esta for a decisão da comissão de greve. Mesmo com tantas ações a desenvolver, resolvemos esclarecer aos servidores do sistema prisional paulista a respeito de mentiras que estão sendo divulgadas contra o sindicato, por entender que se tratam de infâmias com o único objetivo de, mais uma vez, tentar desacreditar a entidade legitimamente representante do funcionalismo neste momento tão grave.

Dando nomes aos bois: Daniel Grandolfo, ASP e presidente de uma associação na região de Presidente Prudente cuja carta sindical, obtida no ano passado, está sob suspeição por irregularidades no Ministério do Trabalho, postou hoje no facebook a seguinte mentira:

“O SIFUSPESP quer acabar c a nossa greve de todas as maneiras, como não estão conseguindo ao invés de se unirem então apelando e partiram para denunciar o SINDASP no ministerio do trabalho, para q fiquemos sem a carta sindical então o Sindasp não poderá liderar a greve, estou confirmando tudo e pedindo a cópia das denúncias do Sifuspesp contra o SINDASP para provar essa estratégia vergonhosa de acabar c nossa greve!

Daniel Grandolfo Sabe q ele quer dizer c surpresas virão? As denúncias contra o SINDASP no MTE para acabar com a greve, eles ao invés de ajudar querem acabar c nossa greve!”

Esta não é a primeira, e certamente não será a última mentira de Grandolfo contra o SIFUSPESP. Raramente nos preocupamos com o que este senhor fala, pois além de não darmos crédito algum, não produz efeitos maléficos sobre a categoria, e é somente a categoria que nos preocupa. No entanto, às vésperas da reunião da comissão de greve, essas palavras podem causar confusão entre a categoria, razão pela qual elaboramos um esclarecimento.

Acontece que a carta sindical do Sindasp, que abrange os ASPs e os servidores da Justiça, contém irregularidades graves e jamais poderia ter sido emitida, como o próprio Ministério do Trabalho já nos informou. O assunto já está sendo apurado pelas instâncias federais.

Em 31 de outubro de 2013 (e não em 04/11/13, como informamos no facebook) o SIFUSPESP notificou o Ministério do Trabalho tais irregularidades, e a carta sindical do Sindasp foi suspensa – coisa que não teria ocorrido caso não houvesse irregularidade, obviamente.

Pois bem. Agora, dia 06 de março, véspera da reunião (pouco mais de 4 meses depois da representação no Ministério do Trabalho) Daniel Grandolfo finalmente anuncia publicamente que esse processo existe, e que sua carta sindical está suspensa. O problema são as mentiras que seguem o enunciado.

Primeiro ponto: o SIFUSPESP nunca agiu contra mobilização dos servidores, seja ela convocada por quem quer que seja. Respeitamos a democracia e a vontade dos nossos representados, e estimulamos a participação na vida sindical, mesmo que não seja do nosso sindicato. Respeitamos a decisão dos funcionários de Iperó que, sem participação de qualquer sindicato, decidiram entrar em greve dia 10.

Em momento algum o sindicato orientou qualquer servidor que fosse a não participar da greve que está sendo convocada pelo Sindasp no dia 10, e inclusive deixou aberta a possibilidade de entrarmos em greve na mesma data, pois no SIFUSPESP não é o presidente quem decide um assunto tão sério quanto greve; é a categoria. Se a categoria quiser, entraremos em greve dia 10 de qualquer forma.

Portanto, primeira mentira esclarecida: não queremos acabar com a greve de ninguém, pelo contrário, queremos é que todos entrem em greve.

Segundo ponto: sobre a pretensa “união” dos sindicatos, alardeada ao público como intenção do Sindasp. Não, não é verdade que o Sindasp quer união. Quem quer união respeita seus possíveis parceiros. E Daniel Grandolfo não respeita nenhuma entidade, apenas as usa quando lhe é conveniente. Vejam nota no site do Sindicop, antes parceiro do Sindasp, sobre esse assunto. É bem esclarecedora.

Temos muitas divergências políticas com o Sindasp e principalmente com o seu presidente, Daniel Grandolfo. Vice-presidente da Força Sindical, entidade que apoia o governo Alckmin, Grandolfo alardeia em seu site que tem acesso ao governador, apresenta fotos amigáveis junto ao governador, e no entanto até agora essa parceria entre Grandolfo e Alckmin não trouxe nada de positivo para a categoria.

O SIFUSPESP, como oposição declarada a este governo, estranha desde o início o ímpeto grevista do presidente do Sindasp, mas nem por isso panfletou contra a greve (como o próprio Daniel fez em 2009 contra a greve convocada pelo SIFUSPESP) e nem disse que os servidores não aderissem à greve. Recusamos parceria com o Sindasp por que, no nosso entender, seria uma parceria com o próprio governo, o que é inaceitável. Enquanto o Sindasp e o seu presidente agirem como estão agindo, dando espaço para um governador que não negocia com o trabalhador e tentando manipular a categoria a fim de atender aos seus objetivos pessoais, não haverá parceria possível com o SIFUSPESP.

Terceiro ponto: se o Sindasp não pode liderar a greve, não temos nada com isso. Repetimos: a denúncia ao MT foi feita em 31 de outubro de 2013. Só hoje o presidente da entidade teve conhecimento? Sabemos que não. Com os contatos que o vice-presidente da Força Sindical tem no Ministério do Trabalho – contatos estes que lhe concederam uma carta sindical irregular – certamente Daniel Grandolfo sabe dessa história há meses. Se ele sabia que não tinha mais a carta (e não informou aos seus associados), por que razão convocou assembleias e uma greve se, segundo o próprio fala, não poderá lidera-la?

Esse movimento é estranho. Será que Daniel Grandolfo arquitetou uma falsa greve para não realiza-la e ainda colocar a culpa no sindicato a quem ele diz querer se unir? É uma possibilidade que queremos rejeitar, pois revelaria um mau caratismo impensável até mesmo para Daniel Grandolfo, presidente de uma entidade que ele diz ser o que não é (sindicato), vice-presidente de outra entidade aliada ao governo que ele agora combate com uma greve, futuro candidato a deputado na base aliada deste mesmo governo, e necessitado de palanque eleitoral.

Quarto ponto: a denúncia ao Ministério do Trabalho não é “uma estratégia vergonhosa de acabar com a nossa greve”. Como já dissemos, a denúncia de irregularidades foi feita em 31 de outubro e prontamente aceita pelo MT, pois as irregularidades são muito descaradas, nítidas. Em 31 de outubro o Sindasp nem falava em greve, pelo contrário: jurava que o governador ia reduzir o número de classes dos agentes. Chequem no site da entidade.

Estratégia vergonhosa é esta que está sendo utilizada agora pelo presidente do Sindasp, que parece estar querendo se esquivar da responsabilidade da greve contra o governo que ele oficialmente apoia, e ainda responsabilizar o SIFUSPESP, que desde 1981 representa todos os funcionários do sistema prisional do estado de São Paulo conforme sua carta sindical, idônea e válida, pode confirmar.

Quinto ponto: está repetitivo, mas como as mentiras de Daniel Grandolfo são repetitivas, não temos muita opção. O texto de Daniel Grandolfo postado hoje em seu facebook, e devidamente copiado para as devidas providências legais pelo SIFUSPESP, termina dizendo que “querem acabar com a nossa greve”. Mentira.

O SIFUSPESP realizou assembleia dia 13 de novembro e decretou estado de greve. Desde então, atua no sentido de realizar a mobilização, como já explicamos em matéria constante em nosso site. O Sindasp primeiro anunciou uma data para a greve (dia 10) e depois realizou suas assembleias. O Sindicop também está realizando suas assembleias, segundo consta. Uma recente associação da categoria também anuncia realização de sua assembleia. Ou seja, quase todas as entidades relacionadas aos servidores do sistema prisional estão se mobilizando internamente para a greve. Portanto, é a categoria que está sendo mobilizada no conjunto de suas entidades representativas, no sentido de realização da greve.

A greve não é do Sindasp, nem do SIFUSPESP, nem de ninguém. A greve é dos servidores, razão pela qual consideramos de bom senso realizar reunião com representantes diretos dos funcionários das unidades para saber exatamente o que e quando eles querem. Se não quiséssemos a greve, como afirma Grandolfo, e se não temos nenhuma pretensão pessoal política, o que nos moveria a montar uma farsa de tal grandeza? Não. Queremos greve sim, mas não pela greve; o que nos move é o desejo de termos nossa pauta de reivindicações salariais e de condições de trabalho atendidas. Só isso.

Devidamente esclarecidas as mentiras, por ora damos o assunto por encerrado. E voltamos ao que interessa: a mobilização dos servidores em busca de melhores condições de vida e de trabalho.

 

(PS: o texto foi elaborado dia 06/03/14; por falha do administrador do site, só hoje (07) pôde ser publicado).

 

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