Nos últimos 3 dias ocorreram três incidentes graves em penitenciárias do interior do estado nas regiões Noroeste e Oeste, um Policial Penal foi feito de refém em Avanhandava.
Motim e tomada de refém em Avanhandava
O incidente mais grave aconteceu na Penitenciária de Avanhandava onde um Policial Penal foi feito de refém quando os presos do pavilhão disciplinar retornavam do banho de sol.
Os cinco presos renderam o diretor de turno utilizando-se de espetos feitos de escova de dentes.
O Diretor Geral interveio junto com outros Policiais Penais e após negociações conseguiram dominar os presos e resgatar o policial.
Os presos envolvidos foram transferidos para a penitenciária de Avaré.
A falta de efetivo e de automatização da porta do PD contribuíram para que os presos fizessem o servidor de refém.
Agressão e princípio de motim em Lavínia I
No domingo na hora da contagem um preso do raio 7 que se encontrava embriagado atirou uma marmita contra o Policial Penal.
Na segunda-feira o GIR interviu na unidade para remover os 6 presos que cometeram indisciplina.
Durante a intervenção do GIR, os presos do raio 5 começaram um princípio de tumulto na segunda e foram contidos pelo grupo de intervenção.
Agressão a Policial Penal na PII de Mirandópolis
Na segunda, presos atiraram água quente contra o policial penal responsável pela segurança do raio.
Felizmente apesar da água estar muito quente o policial não sofreu queimaduras.
O preso responsável pela agressão foi removido para o pavilhão disciplinar e será aberta uma apuração contra o mesmo.
Agressões, motins, assassinatos e tentativas de fuga
Nos últimos 2 anos houve um aumento significativo nas ocorrências violentas dentro do sistema prisional paulista, este aumento de ocorrências de violência segue a redução do quadro de pessoal da SAP.
Segundo pesquisa realizada pelo SIFUSPESP, com policiais penais de 103 unidades respondendo a pesquisa, foram relatados 203 casos de agressões no sistema prisional paulista até junho de 2024, ou seja uma média de uma agressão a cada 21 horas.
Além das agressões tivemos um aumento de motins violentos como o acontecido recentemente no CDP Suzano e o mais preocupante a tomada de reféns como aconteceu em Avanhandava.
O número de tentativas de fuga de unidades fechadas também aumentou, o que é outro sintoma da degeneração das condições de segurança.
A violência entre detentos quase triplicou , com 14 assassinatos entre janeiro e abril deste ano contra 5 no mesmo período do ano passado. As mortes ocorridas em Presidente Venceslau apontam para possíveis desavenças internas na facção, que podem levar a uma escalada da violência.
Com o maior déficit de efetivo nos últimos 10 anos, que chegou a 31% no final de junho, o aumento das ocorrências violentas deve servir de alerta para o Governo Estadual que foi informado pelo SIFUSPESP ainda na transição, da gravidade da situação da SAP.
A regulamentação da Polícia Penal deve ser encaminhada com urgência para que possam ser realizados concursos públicos, não apenas para 1100 vagas como a Secretaria responde a imprensa sempre que questionada, necessitamos de pelo menos 3500 novos policiais penais para suprir apenas as perdas de quadro ocorridas apenas no atual governo.
Novamente o SIFUSPESP vem alertar o Governo Estadual de que sem efetivo e condições dignas de trabalho corre-se o risco de episódios de violência rompam as muralhas e extravasem para as ruas como ocorreu em 2006.