Unidade é alvo frequente de criminosos, falta de condições de segurança e baixo efetivo acabam agravando o quadro.
Na noite de sexta-feira 11 de maio, dois “ninjas” acabaram mortos em confronto com a PM após uma tentativa de arremesso frustrada pela equipe do CPP Mongaguá.
Dois indivíduos tentar arremessar mochilas com aparelhos celulares, e diversos objetos além de uma arma de fogo para dentro da unidade.Os Policiais Penais que trabalham na ronda da unidade foram orientados pelos Policiais Penais que se encontravam nas torres de vigilância da unidade e acabaram trocando tiros com os criminosos que se evadiram para a área de mata na parte de trás da unidade, os Policiais Penais acionaram a PM via COPOM que cercou os indivíduos na área de mata, onde ocorreu o confronto resultando na morte dos dois suspeitos.
Ocorrência inédita
A tentativa de arremesso de armas de fogo para dentro de um CPP ainda não tinha sido registrada pela imprensa do SIFUSPESP e representa um fator de alarme, com a protelação por parte do governo da aprovação da Polícia Penal o déficit funcional só se agrava, devido a falta de regulamentação apenas os Policiais Penais da vigilância e escolta tem armas acauteladas o que contribui para a insegurança das unidades , pois o crime organizado sabe deste fato e o leva em conta quando empreende este tipo de ação.
Material aprendido incluía uma arma, celulares e até bebidas devidamente rotuladas pelo tipo
CPP Mongaguá uma das unidades mais perigosas do sistema prisional
Os Policiais Penais que atuam no CPP de Mongaguá são verdadeiros herois, contando com apenas 110 Policiais Penais e uma população de 2089 e contando com apenas três Policiais Penais armados para fazer a segurança de uma área de 13.850,00 m² a unidade é frequentemente palco de ocorrências de segurança. No final do mês passado um ex-detento foi baleado tentando arremessar ilícitos para dentro da unidade, drones, arremessos e ataques de “ninjas” e motins são uma constante na unidade.
Em 2021 o SIFUSPESP solicitou à justiça a interdição desta unidade por falta de segurança, a partir do que foram colocados policiais penais armados na ronda da mesma,porém dado ao número reduzido e falta de estrutura de segurança isso virou apenas um paliativo que não impediu que o CPP Mongaguá continue sendo uma das unidades mais perigosas do Sistema Penitenciário de São Paulo.
O SIFUSPESP mais uma vez parabeniza os herois do CPP Mongaguá e espera que o governo que diz apoiar a segurança pública não os mantenha abandonados como fez até agora.
Sucateamento do sistema coloca todos em risco
O Governo Tarcísio encontra-se próximo de bater o recorde do governo Dória de maior tempo sem reposição de quadro funcional, e atualmente a SAP tem o menor efetivo desde de 2013, ano passado mais uma unidade prisional já foi inaugurada com o quadro de pessoal incompleto, faltam Policiais Penais nas carceragens, muralha e escolta. Faltam profissionais em todas as áreas da SAP: administrativo, saúde e ressocialização. Sendo que nesta última teremos um agravo devido a previsão de exame criminológico para todos os presos que façam jus a progressão de regime.
A atual política do Governo Tarcísio a despeito das promessas é de desvalorização dos profissionais e sucateamento do sistema, contradizendo totalmente suas promessas de fortalecimento da segurança pública, visto que não se combate a criminalidade e o crime organizado sem o fortalecimento do sistema penitenciário.
Mais uma vez alertamos que o atual governo está colocando em risco a segurança do sistema prisional e da sociedade, esperamos que nosso alerta seja ouvido antes que se repitam os terríveis eventos de 2002 e 2006 quando uma série de rebeliões e ataques abalaram a sociedade paulista deixando um rastros de mortes.